Há dez anos, o cantor austríaco Falco morria num acidente automobilístico na República Dominicana. Desde então, virou mito em sua terra natal, virou musical, virou filme, virou até garoto-propaganda póstumo. Tanta badalação tem sua razão de ser: ele é o único músico a atingir o número 1 das paradas norte-americanas com uma canção em alemão. “Rock me Amadeus” chegou ao topo no início de 1986, desbancando gigantes que estavam no auge de suas carreiras, como Michael Jackson, Madonna e Prince. Não é pouco.
Falco também tem um nome e uma história civil. Johann Hölzel foi o único sobrevivente de uma gestação de trigêmeos, cresceu no bairro em que moro hoje (Margareten, berço também de Franz Schubert) com um talento precoce para a música e não demorou muito para estourar, primeiro nos países de língua alemã, depois no mundo. Misturando arrogância e fraqueza, foi colecionando sucessos e fracassos, teve uma filha que anos depois soube que não era dele, terminou estraçalhado no banco de um carro que foi pego em cheio por ônibus, o sangue acusando altos índices de álcool e drogas.
Em seu último sucesso, a letra continha um trecho quase profético. “Será que tenho de morrer para viver”, perguntava-se. Foi o que aconteceu. Eu gostava de suas músicas quando era adolescente, gosto ainda mais agora que conheci outros títulos menos conhecidos. É pop sim, impossível ser diferente nos anos 80 (quem viveu, sabe). Mas pop dos bons. E com um típico e fino humor vienense. Fica a dica para relembrar três boas canções suas: a famigerada Rock Me Amadeus, Der Komissar e a deliciosa Brillantin’ Brutal. Quem aí também curtia?
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6 comentários:
Olha o que é que tu te lembraste! Tinha 10 anos quando ouvi o "Rock me Amadeus", e achei daquelas musicas excepcionais na época (sim, também cresci nos anos 80).
Estava no Hospital, a recuperar de uma operação, quando soube da morte dele (deu na TV e tudo). E também me recordo que foi no mesmo dia que um dos Beach Boys, acho eu.
Suspeitava que ele tinha virado uma lenda por essas bandas, mas não sabia que tinha chegado a esse ponto.
Ico,
Sempre acompanho o seu blog e sempre vejo vc referir-se a Austria e dar uma notinha ou outra fora do tema preponderante do blog, automobilismo... Deve ser uma experiência e tanto viver num país com uma história dessas e tão diferente do Brasil.
É apenas uma sugestão, mas que tal vc passar para os leitores a experiência de viver por aí? Os contrastes com o Brasil, e de como vc foi parar por essas bandas...
Abração!
Para rivalizar com Falco nos fatídicos anos 80 só Nena com "99 Luftbaloons" e a Spider Murphy Gang com "Ich schau dich an" (Nina Hagen é de outra categoria...)
Fernando, essa da Spider Murphy Gang você desenterrou! Hehehehe. Dá para juntar à lista também a música Da Da Da, com "Trio". Lembra?
Lima, sugestao mais do que anotada. Há tempos eu penso mesmo em fazer algo do gênero, só preciso achar o formato que eu quero para isso. Valeu!
Finalmente alguém para fazer justiça ao Falco. Der Kommisar é uma das melhores músicas da new-wave dos anos 80 e Rock Me Amadeus é um clássico!
A primeira música à qual me referi foi gravada tanto em inglês quanto em alemão, tal como 99 Luftballons, da cantora Nena, que despontou para o anonimato. Alguém se lembra dessa?
"Der Kommissar" é sensacional! Lembro até hoje de quando ouvi essa música pela primeira vez, no comecinho de 1983, quando a mesma havia sido incluída em uma coletânea chamada "Video Hits", que meu tio tinha comprado na época.
Quanto a "Ich schau dich an", na semana passada eu estava lembrando dessa música, mas não sabia o nome muito menos a banda. Felizmente a Internet está aí para dar uma mãozinha. :-)
Eu lembro da Nena, sim, e gosto apenas da versão em alemão de "99 Luftballoons".
Outro clássico alemão e que também adoro daquela época (e já citado aqui) é "Da Da Da", do Trio, cuja introdução chegou a ser usada como base de "Só Love", da dupla Claudinho e Buchecha.
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