Em tempos de Lewis Hamilton e Sebastien Vettel, nos acostumamos com uma Fórmula 1 tomada por rostos jovens, por pilotos que tendem a quebrar todos os recordes de precocidade ainda existentes na categoria. Mas houve uma época em que, para se ter sucesso, era preciso experiência acima de tudo. Por isto mesmo, impressiona a marca do mexicano Ricardo Rodriguez, que estreou na F-1 aos 19 anos (e meio) de idade – o segundo mais jovem da história e recordista até a aparição do neo-zelandês Mike Thackwell, em 1980.
A pouca idade se explica pelo início incrivelmente cedo de sua carreira: aos 14 anos de idade, Ricardo disputou sua primeira corrida de automóveis, depois de ter vencido vários campeonatos de motociciclismo. Com 15, já competia no exterior. Foi segundo colocado nas 24 horas de Le Mans no frescor de seus 18 anos. Morreu aos 20, quando inexplicavelmente não diminuiu a velocidade para fazer a curva Peraltada no circuito que, hoje, o homenageia.
Seu irmão mais velho, Pedro Rodriguez, também teve um início precoce: aos 12 anos nas motos; e aos 15, já correndo com um Jaguar XK120. Numa leitura neste feriado de Ano Novo, acabei encontrando uma explicação plausível para o fato dos mexicanos entrarem na adolescência já competindo contra gente grande. Hector Rebaque, o companheiro de Nelson Piquet na Brabham em 1980 e 81, disputou as 24 Horas de Daytona de 1971, aos 14 anos e meio de idade. E explicou. “Eu sempre pareci um pouco mais velho... e para tirar a licença da FIA, falsifiquei minha idade em quatro anos: de 1956 para 1952. Além do mais, o delegado mexicano da FIA sempre foi um amigo nosso”.
No automobilismo, também tinha “gato”...
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6 comentários:
Ico, nunca entendi muito bem as circunstâncias da morte de Ricardo Rodriguez. Você saberia? A morte de Pedro em 1971 também soa estranha até hoje.
Um abraço.
Em qual posição o Hector Rebaque terminou nas 24 horas de Daytona??
Abs!
Esse Hector Rebaque é o mesmo que em 1979 montou a própria equipe usando o que sobrou do projeto do chassi PC5 que Geoff Ferris projetou para a Penske na Formula 1, rebatizado como HR100. Na pratica o HR100 era um gato de chassi um Penske...
Samantha, o Rebaque nao terminou aquela prova, seu carro teve problemas de embreagem e ele teve de abandonar.
Vermeulen, Ricardo morreu basicamente porque perdeu o controle do carro, foi ejetado dele e caiu de cabeca no asfalto. Ele estava com um Lotus 24, carro que nao conhecia direito, e isto pode (mas nao necessariamente deve) ter contribuído para o problema na Peraltada. Para mim, tem mais cara de algum defeito mecânico ou mesmo de "overdriving", já que ele tentava recuperar a pole-position da corrida após ver sua marca batida por John Surtees.
Já a morte de Pedro, em 1971, também me parece pura fatalidade: o pneu dechapou e ele bateu forte no guard-rail. O carro pegou fogo, mas depois que apagaram e o tiraram de lá, chegaram à conclusao (pelo menos, oficialmente) de que ele havia morrido já em conseqüência do impacto.
Outros tempos...
Ico, posso mandar uma sugestão? Faça um especial no GPTotal sobre a carreira destes fenômenos mexicanos.
Kleber.
"Rebaque vai a reboque!" Essa era a frase que o meu pai soltava quando o via correndo na F-1. Ele provavelmente engoliu seco quando em Buenos Aires-81 viu o piloto da Brabham #6 passar de sexto pra segundo, numa inacreditável e improvável - para a época e para o status que o Rebaque tinha na F-1, da Brabham. Pena que o distribuidor do carro dele quebrou na 32a. volta e ele abandonou.
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