Na 12ª edição da Rádio GP, o desafio ao Capelli teve como uma de suas perguntas a curiosa numeração utilizada no GP da Alemanha de 1952 – os carros carregavam números de 101 para cima. Discutimos corretamente que a distribuição dos números ficava a bel-prazer dos organizadores de cada corrida – a CSI (Comission Sportif Internationale, a FIA da época) não centralizava a organização do Mundial de Fórmula 1 nestes pontos, apenas determinava o regulamento e quais corridas fariam parte do campeonato. Mas os membros do podcast, e possivelmente muitos ouvintes, ficaram curiosos em saber o porquê de uma numeração tão alta nesta prova.
Pois bem, o mistério está resolvido. Esta numeração era uma medida tradicional no automobilismo alemão da época, tanto do lado ocidental como do oriental. As provas principais normalmente tinham uma corrida de abertura, quase sempre de motocicletas. O pragmatismo alemão naturalmente dava a estas corridas preliminares os números da primeira centena, com o evento principal começando a partir de 101.
A prova de Nürburgring em 1952 foi especial, pois marcava o jubileu de prata do circuito. Assim, o evento principal foi precedido de cinco (!) corridas para carros-esportes, cujos carros foram numerados de um até quase cem.
Outra curiosidade. A corrida de Fórmula 1 (tecnicamente, de Fórmula 2, já que a categoria correu com o regulamento de F-2 em 1952 e 53) teve a participação de dois pilotos da Alemanha Oriental: Ernst Klodwig (foto) e Rudi Krause – os primeiros da cortina-de-ferro a figurar na categoria. Ambos correram com carros de fabricação própria. O de Klodwig era baseado no BMW 328 e foi efetivamente o primeiro carro com motor traseiro na história da Fórmula 1, uma primazia erradamente atribuída aos carros da equipe Cooper.
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