segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O OVO OU A GALINHA?

Ross Brawn e Ferrari não trabalharão mais juntos. As principais notícias desta segunda-feira dão conta que o inglês vai virar chefe-de-equipe da Honda; e que Stefano Domenicali assume este mesmo posto, mas na Ferrari, em substituição a Jean Todt.

A pergunta que fica no ar: quem deu as costas para quem? Foi Brawn quem esnobou a Ferrari e assinou com os japoneses? Ou foi a equipe italiana que negou interesse em contar com seus serviços e o liberou para assinar com quem ele quisesse?

Nesta fogueira de vaidades da Fórmula 1, nunca saberemos da verdade. Mas se Jean Todt abriu seu lugar no comando da gestione sportiva, não consigo imaginar que Brawn tenha recusado o posto se este lhe foi ofertado. Que tipo de profissional recusaria tomar o comando da equipe campeã do mundo, com a qual já escreveu uma longa história de sucesso, para assumir um time claudicante? Só porque Brackley fica mais perto da escola dos filhos do que Maranello? Não faz sentido!

Na minha leitura dos fatos, o “ano sabático” que Brawn tirou este ano foi uma maneira elegante de dispensá-lo por etapas. Luca di Montezemolo aproveitou a contratação de Kimi Räikkönen (que foi acertada entre o fim de 2005 e junho do ano passado) para decretar o fim da “Era Schumacher” na equipe. Saíram de cena o alemão e Brawn, mas Todt ainda era necessário para criar um sucessor. A temporada deste ano, portanto, teria sido um treinamento de Stefano Domenicali para assumir o lugar do francês. Agora, a Ferrari continua sua história “sob nova direção”. Resta saber o que será feito de Jean Todt – uma promoção importante dentro da Ferrari (ou da própria Fiat)? Ou uma vinícola no interior da França para curtir uma merecida aposentadoria ao lado da namorada malaia – e bem longe de Maranello?

Brawn, no final das contas, conseguiu o que queria: chefiar uma equipe. Não a Ferrari, algo que tanto almejava, mas a Honda. O inglês adora Jenson Button, isso é público e notório. E ele conhece Rubens Barrichello muito bem. Não sei não: não acredito que Barrichello sairia da equipe já neste ano para dar lugar a Alonso, uma especulação lógica e que anda em alta no momento. Mas acho que do final do ano que vem, ele não passa.

4 comentários:

Anônimo disse...

Brawn deve levar, além de um caminhão de dinheiro, a vontade e status de poderoso chefão, de comandante com capacidade de poder mandar prender e soltar.
Aí ficam as perguntas: Será que esse tipo de coisa acontecerá numa equipe japonesa? Comporta a metodologia de trabalho dos japoneses a existência de uma estrela estrangeira?
Veja bem que não falo de idolatria, algo que ocorreu com Senna na época da McLaren-Honda. Falo de comando, de hierarquia empresarial.
Sei não.

Anônimo disse...

E a Toyota Ico, nao leva o Todt?

Carlos Garcia disse...

O título deste post foi algo que genial.

Eu entendo a reestruturação que a equipe esteja querendo fazer (e está fazendo), mas será que agora não é hora de voltar ao ostracismo? Situação em que a Ferrari se encontrava antes da ida da dupla Schumacher/Brawn? Ou será que os dois mais Jean Todt conseguiram reunir condições de deixar a equipe ainda competitiva para os próximos anos?

Para que se treinasse Stefano Domenicalli não seria necessária a presença de Ross Brwan na equipe em 2007? Ou quem sabe até em 2008?

São tantas perguntas... risos...

Thom disse...

Agora dá pra ver o tamanho da cabacice do Stepney. Se a besta tivesse ficado quieta e trabalhado, agora teria a chance que tanto esperava.

Mas não, quis ser fodão e ganancioso, tomou no toba.

Idiota.