sábado, 10 de maio de 2008

PASSAPORTE – ISTAMBUL

Talvez a empolgação seja decorrência da baixa expectativa inicial. Minha visão da Turquia era formada principalmente pela larga colônia de turcos que existe na Áustria, em geral gente muito restrita que, mesmo vivendo em um país estrangeiro, interage apenas com seus compatriotas e só fala o próprio idioma. “Mas normalmente, são gente simples que vêm do interior do país. Em Istambul é um pouco diferente”, me avisavam.

O ceticismo deu lugar ao entusiasmo ao encontrar uma metrópole charmosa e vibrante. As atrações que ficam na península histórica da cidade, como a catedral de Hagia Sofia, a Mesquita Azul e o Palácio de Topkaki são de tirar o fôlego. E simbolizam com precisão uma história riquíssima e construída por culturas diferenças.

Porque tudo o que aprendi na escola sobre o Império Bizantino, a tomada de Constantinopla e o Império Otomano, ganhou nova dimensão agora. Principalmente depois de visitar o Museu de Arqueologia, onde é possível admirar achados que vão desde do século VI a.C. até o período otomano na região. Não é à toa que o país também é conhecido como “o caminho das civilizações”. Boa parte delas passou por aqui.


Mas Istambul não é só passado. Com 13 milhões de habitantes, possui o mesmo tipo de modernismo caótico de São Paulo, em alguns aspectos, ou do Rio de Janeiro, em outros. Isto inclui a gastronomia fantástica e uma bela paisagem que une cidade e mar. Mas também um trânsito infernal, gerado não só pelas características geográficas de um lugar separado ao meio pelo estreito de Bósforo, mas principalmente pela indisciplina organizada dos motoristas, a mesma que impera no Brasil.

Hospedado no lado europeu, é necessário alguns sacrifícios para chegar ao autódromo situado a uns 60 quilômetros de distância, já no continente asiático. Acordar muito cedo é o principal deles, já que a partir das oito da manhã, a travessia da ponte pode demandar uma hora. Ou até mais. Na volta da pista, encontrar o hotel também não é uma tarefa fácil. A cidade é pontuada por vias expressas e as saídas são mal-sinalizadas. Terminar perdido em algum lugar mais afastado é algo comum e a curtição na sala da imprensa é trocar as impressões sobre a roubada que aconteceu na noite anterior. Faz parte.

Os problemas ficam relevados pelo charme irresistível de Istambul, marcado pela enorme colônia de gatos de rua, pela variedade de tipos urbanos e pela simpatia da maioria deles. E pela atmosfera mais surreal que eu já presenciei na minha vida, que é causada pelo Ezan. Eu explico: as mesquitas da cidade têm alto-falantes instalados em suas torres. Cinco vezes ao dia, eles transmitem um canto religioso que serve como uma espécie de chamada à oração para os mulçumanos. É aquele típico canto monótono e com vogais alongadas, que soa muitas vezes triste. Com a distância entre as mesquitas, os sons não vêm ao mesmo tempo, dando a impressão que o canto de perto onde você está é respondido por outro mais ao longe. Junte isso a uma paisagem belíssima e impregnada de história, e você tem o quadro mais perfeito desta bela cidade. É Istamblues.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal o post, Ico! Provavelmente, vou pra Turquia em julho, e já estou morrendo de curiosidade e ansiedade!

Pena que a corrida já é agora...

Pezzolo disse...

ico vc q gosta de miniaturas dá uma olhada nesse post
http://plogdopezzolo.blogspot.com/2008/05/de-cesaris-200-gps.html

Alessandra Alves disse...

agora eu entendi a origem do termo Istamblues...

Anônimo disse...

assista F1 com TV digital no notebook.
http://www.tv-digital.org