Foi quando Timo Glock escapou na saída de uma curva após uma quebra da suspensão e bateu forte. Os destroços de sua Toyota se espalharam pela reta dos boxes e o Safety Car foi acionado. E o andamento da corrida sofreu uma reviravolta completa. Onze dos 19 pilotos aproveitaram a neutralização para trocar pneus e reabastecer pela última vez. Os outros oito permaneceram na pista, incluindo o líder Hamilton e também Nick Heidfeld, que parariam novamente. E, atrás deles, Nelsinho Piquet, que tinha acabado de fazer sua única visita aos boxes.
Foi um incrível golpe de sorte do piloto brasileiro, que no dia anterior era a própria imagem da desolação, escondido dentro do motorhome da Renault depois de um desempenho ruim no treino de classificação. Quando Hamilton e Heidfeld foram aos boxes, ele assumiu a liderança da prova, algo que jamais passou pela sua cabeça de manhã, quando chegara ao autódromo.
Nelsinho Piquet só não venceu porque Hamilton, depois do claro erro estratégico da McLaren, não estava disposta a dar sopa para o azar. Com uma determinação impressionante, o inglês aproveitou-se do fato de ter o melhor carro da pista e retomou a liderança a oito voltas do final como se retomasse um direito seu que tivesse sido usurpado.
Mas o segundo lugar foi um prêmio para o trabalho perfeito realizado pelo brasileiro na corrida. Ironia do destino, este foi o primeiro pódio da Renault neste ano, um objetivo que o companheiro Fernando Alonso buscava com tanta intensidade e cuja possibilidade já tinha descartado. E deve servir como uma injeção de autoconfiança para Nelsinho. Em boa hora, porque ela já estava completamente abalada pelas dificuldades que ele vinha enfrentando neste seu ano de estréia na Fórmula 1.
Na briga pelo título da temporada, o brasileiro Felipe Massa conseguiu com o 3° lugar minimizar os danos de um final de semana ruim da Ferrari. Por um lado, ele tem bons motivos para se preocupar com o ótimo momento vivido por Lewis Hamilton, o primeiro piloto a vencer duas corridas seguidas neste ano. Mas o fato de ter feito na Alemanha um trabalho infinitamente melhor que o de Kimi Raikkonen deve ser comemorado. Porque, com o crescimento de Hamilton, a Ferrari deve acelerar a escolha de um dos pilotos para esta disputa. E, no momento, o pêndulo balança firmemente para o lado de Massa.
6 comentários:
Ico,
ficou claro na tv que Glock nao errou e sim sua roda traseira direita quebrou,
abs
Ico, vc assistiu a corrida??
A suspensão do homem quebra e ele... "errou"??
Valeu, anônimos. Na hora da correria da transmissao ao vivo, achava que a suspensao tinha quebrado de forma estranha como decorrência da escapada dele sobre a zebra. Mas vi agora o replay e ficou claro que ela foi a causa, e nao consequência. Obrigado pelo toque!
Na verdade estou certo de que não foi erro de estratégia da Mclaren deixar de parar no Safety Car, eles sabiam que um último trecho longo com pneus macios não iria dar certo, então mantiveram Hamilton na pista, sabendo que ele estaria bem superior, e ainda mais leve. E Hamilton confirmou essa versão na coletiva pós corrida.
Link para transcrição da coletiva no site oficial da F1:
http://www.formula1.com/news/headlines/2008/7/8130.html
Abraços!
Seu blog é sensacional.
Sempre entro em vários, mas aqui acho sempre a dose certa de informação.
Grande abraço aí, e muito sucesso nas suas viagens e coberturas.
Cleber [Juiz de Fora] MG
Por um momento da prova, o Brasil ocupava a (1ª e a 2ª posição), mas não tinha como a Renault do Nelsinho Piquet quanto a Ferrari de Felipe Massa segurar o ritmo da McLaren de Lewis Hamilton. Porém, o 2º de Piquet e o 3º de Massa foi muito bom. A última vez que o Brasil tinha dois pilotos do podium aconteceu no Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps de 1991. Naquela ocasião, Ayrton Senna da McLaren, o vencedor e Nelson Piquet (o último podium do pai na categoria) da Benetton, o terceiro colocado.
Fábio Kawagoe
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