terça-feira, 8 de julho de 2008

EMOÇÃO OU QUALIDADE?

Hamilton no Bahrein, em Mônaco, no Canadá e na França; Massa na Austrália, Malásia e, nossa, na Inglaterra; Raikkonen na Austrália, Mônaco e também na Inglaterra. A disputa pelo título está fascinante, mas a quantidade enorme de erros de pilotagem torna este campeonato, matematicamente, o mais fraco últimos tempos. Desde que as equipes passaram a investir pesado em controle de qualidade e as quebras diminuíram, nunca o líder depois de nova provas tinha tão poucos pontos, um aproveitamento de apenas 53%. Confira a matéria que está hoje no Lance! e dê sua opinião sobre o assunto.

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O empate triplo na liderança pode significar emoção de sobra para o Mundial 2008, mas não esconde o fato de que, tecnicamente, este ano é um dos piores da história da Fórmula 1. Desde 2003, quando a FIA mudou a distribuição de pontos da categoria, passando a premiar os oito primeiros colocados, jamais o líder do campeonato chegou a nona etapa com uma quantidade tão pequena de pontos.

Lewis Hamilton, Felipe Massa e Kimi Raikkonen dividem a primeira colocação com 48 pontos, embora o inglês da McLaren leve vantagem nos critérios de desempate. No ano passado, Hamilton também era o líder ao final de nove corridas mas, numa campanha bem mais regular, já tinha somado 70 pontos.

Antes, o pior início de campeonato desde a introdução deste sistema de pontuação havia sido em 2003, quando Michael Schumacher tinha 58 pontos – ainda assim, dez a mais em relação a 2008, o equivalente a uma vitória.

É preciso retroceder até o ano de 1999 para encontrar um líder com menos de 48 pontos depois de nova provas. Na ocasião, Mika Hakkinen tinha 44, mas apenas os seis primeiros colocados pontuavam na proporção 10-6-4-3-2-1. Se houvesse na época o mesmo sistema atual, os resultados do finlandês lhe dariam 50 pontos. Situação parecida aconteceu em 1997. Schumacher somava 47 pontos, que seriam 53 no esquema de hoje. Na prática, desde 1991, quando o vencedor de uma corrida passou a receber dez pontos, um mau início como o de 2008 jamais havia acontecido.

O fato da atual temporada de 2008 ser marcada por uma quantidade grande de erros dos candidatos ao título se deve à ausência do controle de tração. Numa época em que o controle de qualidade de materiais torna os carros da Fórmula 1 praticamente inquebráveis, a maior parte dos abandonos ocorre por erros de pilotagem. O fator humano voltou a fazer diferença, afinal. Era exatamente isto que a FIA e também o que os torcedores queriam.

LÍDERES APÓS NOVE PROVAS:

2007: Lewis Hamilton – 70 pontos

2006: Fernando Alonso – 84 pontos

2005: Fernando Alonso – 59 pontos

2004: Michael Schumacher – 80 pontos

2003: Michael Schumacher – 58 pontos

1999: Mika Hakkinen – 44 pontos (50 na pontuação atual)

1997: Michael Schumacher – 47 (53 na pontuação atual)

8 comentários:

Anônimo disse...

Não sei se o nível deste ano está baixo, mas acho que alguns fatores que contribuem para o quadro atual começam a ficar claros:

1 - Falta do controle de tração;

2 - A pouca esperiência da maioria dos postulantes ao título. ANos passado eram Raikkonen e Alonso. Hoje só o finlandês.

3 - A política da Ferrari de estabelecer a igualdade entre os seus pilotos;

4 - A falta de um piloto experiente na McLaren;

5 - Uma certa desorganização na Ferrari.

Se hoje tivessemos um Schumacher na Ferrari, com todo o trabalho metódico de sua época, a Ferrari estaria bem mais próxima do título, pois seu carro ainda é o melhor.

Daniel Médici disse...

Também é preciso considerar a reestruturação técnica que a Ferrari sofreu alguns anos atrás.

Acho que o termo "piora de qualidade" é forte demais para o fenômeno, e uma maneira incorreta de analisá-lo. Pior: sequer sabemos se é uma tendência deefinitiva ou um movimento atípico (só pra ter uma noção, olha o quanto choveu nessa temporada).

Marconi disse...

O controle de de tração (ou a falta dele) é o fator principal. No começo da temporada o piloto que mais sofreu com essa mudança foi o Massa. Mas depois que ele acertou a mão (ou o pé), ele está sobrando, principalmente na classificação.
Agora vamos a questão da chuva. Todos estão dizendo que o Massa é um desastre na chuva. E o quê ele fez em Mônaco no início da prova? Não conta? Tudo bem! Depois ele deu uma escapada, mas se não fosse a estratégia ridícula da Ferrari ele teria ganho com sobras.
Em Silverstone, não esqueçam que o Massa na sexta-feira, já estava reclamando que o carro estava desequilibrado, saindo de traseira, talvez seja esse o motivo de cinco rodadas no domingo.

Tuta Santos disse...

Italiano cagnoto:

Il cavallino stava sognando quella pista ia a seccare.
La Rossa chiria era passar tutti il mondo, dare showlglio.
Ma che digo che aquello cavallino solo tene due pe nel chao.

Tradução:
A Ferrari tava certa que ia secar e eles iam passar todo mundo voando. Por que eles não olharam a estratégia dos outros é que me pergunto.
E o cavalinho tem apenas dois pés no chão.

Anônimo disse...

Por muito tempo vimos um ou dois pilotos dominarem o campeonato. Hoje temos quatro pilotos dividindo os pontos, o que, na minha opinião, é o que mais contribui para que o líder não tenha número maior de pontos.
Luiz Eduardo.

Anônimo disse...

Acho que o grande número de GPs sob chuva e o fato de termos 3 times e quatro pilotos lutando pela lideranca do campeonato é a causa do baixo número de pontos do líder, e não uma questão de baixo nível técnico. Isso é ótimo, ninguém quer de volta aqueles tempos em que o Schumacher abria 25 pontos de vantagem no meio da temporada, e a gente já sabia quem ia ser o campeão no fim.

politicamente_incorreto disse...

Acho que a falta do controle de tração foi a responsável pelo aumento do número de erros, a chuva em 1/3 das provas realizadas até aqui bota em campo o improvável e a sorte, o numero excessivo de erros do corpo técnico da Ferrari responde por outra parcela, o fato da Ferrari "deixar" seus pilotos resolver suas diferenças na pista é louvável e dá mais emoção ao campeonato sem dúvida alguma , além de termos um fora-de-série igual ao Alonso fora das disputas além da evolução técnicas de outras equipes em relação a Ferrari e a Mc laren.
Portanto é uma soma de fatores que dá esse resultado atipico e não um fator apenas, acho inclusive que a queda do índice técnico não deve ser levado em conta, o que temos são pilotos novos e retivamente novos e principalmente com um curriculum ainda em branco, isso em nada desmerece o atual campeonato. Muito pelo contrário, é um estímulo a mais para podermos assistir essa disputa.

Anônimo disse...

O numero de pontos não pode ser levado em consideração sem nos lembrar-mos de alguns fatos:

Tivemos este ano duas corridas com chuva, sendo uma delas em monaco. Até a nona etapa de 2007 ainda não havia chovido durante uma corrida.

A primeira corrida sem controle de tração foi realizada na australia, a pior pista em termos de aderência, e os pilotos ainda tinham pouca experiência sem TC.

Não devemos comparar com 2006 pois a Renault sobrava por causa do conjunto (Alonso-Michelin).

Comparado a 1999 (sem TC) a diferença é só 2 pontos.

Temos em 2007:
Lewis 70
Alonso 58
Kimi 52
Massa 51

Total 231 pontos
Aproveitamento médio de 64,16%

Com 6 pilotos subindo ao podium.

Temos em 2008

Lewis 48
Massa 48
Kimi 48
Kubica 46

Total 190 pontos
Aproveitamento medio de 52,77%
Porém com 10 pilotos diferente subindo ao podium.

Perde-se de um lado, mas ganha-se de outro, com todos as diferenças entre 2007 e 2008, não digo que o nivel técnico caiu, mas sim que a falta do TC nivelou um pouco mais as equipes, melhorou pras pequenas, piorou um pouco pras grandes, isso fica evidente em condições de pouca aderência.