A cinco dias do dia mais importante da sua carreira, Felipe Massa não deixa transparecer o menor sinal de nervosismo. Na verdade, nem há espaço para qualquer outro pensamento que não a possibilidade de conquistar o título mundial. O piloto atendeu a imprensa brasileira em um restaurante da Zona Sul de São Paulo e falou sobre uma série de assuntos que cercam a decisão. Confira:
Dificuldades – Minha carreira inteira foi assim, sempre tive de matar um leão por dia. Na Fórmula 1, essa realidade se repetiu. Mas vencer as dificuldades é algo positivo, ajuda a você crescer como piloto e como pessoa também.
Disputa do título – Eu acordo todos os dias pensando no título, já tive até sonhos com isso. É o objetivo que eu tracei em minha carreira e o pensamento te acompanha o tempo inteiro.
Chances de ser campeão – Acho mais fácil o São Paulo ganhar o brasileiro do que eu vencer esse campeonato: eles têm sete jogos para recuperar três pontos, eu tenho uma corrida para recuperar sete. Mas vou entrar pensando em vencer, tenho que fazer minha parte e depois ver o que acontece com o Hamilton.
Superstição – Eu entro sempre no carro com o pé direito e rezo uma Ave Maria dentro dele. Uso também a mesma cueca do dia em que ganhei pela primeira vez na Fórmula 1. Foi usando ela que consegui todas as minhas vitórias e as minhas poles na categoria.
Estado de espírito – Sempre dormi bem em semana de corrida e esta não é diferente. Há talvez uma ansiedade para chegar logo a sexta-feira e começar a atividade de pista. Mas depois é normal.
Lewis Hamilton – Acho que cada época tem um tipo de rivalidade diferente. Não diria que ele é meu amigo, mas um colega. Nossa relação continua igual, mesmo depois do toque que aconteceu no Japão. Na China, cumprimentei-o normalmente depois da classificação e da corrida, e ele foi receptivo.
Kimi Raikkonen – É um prazer especial quando se tem um companheiro de equipe forte, ainda mais um que é campeão mundial, termina o ano e você vê que fez um trabalho melhor que o dele. Isto é importante para qualquer piloto.
Erros – Os erros que você comete doem muito mais do que os cometidos pela equipe, porque a responsabilidade é toda sua. Se um motor quebra, como aconteceu na Hungria, não há muito a fazer. O melhor é olhar para frente.
Torcida – Já fui muitas vezes a Interlagos e sei como é uma sensação única. Em 1999, eu estava no setor A e me lembro que sempre que o Rubinho passava, todo mundo se levantava. Vai ser muito bom contar com o apoio das arquibancadas nesta decisão. Pode ser que tenham alguns torcendo pelo Hamilton. Mas pelo que eu conheço da torcida, acho é que ele vai ser muito zoado. Tudo de uma maneira esportiva, claro.
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O que mais me impressiona nele é como tudo o que cerca um piloto em uma situação como a briga de um título não o influencia. O Massa de hoje é a mesma pessoa dos tempos da Sauber, por exemplo: pés-no-chão, sincero, tranqüilo, direto, divertido. Poderia encher o peito, apelar para discursos mais “marquetáveis”: que é o melhor no que faz, que se espelha nos ídolos do passado, passar a imagem de um predestinado ao sucesso. Mas este não seria o verdadeiro Felipe Massa. E, no mundo volúvel da Fórmula 1, manter-se autêntico pode ser tão difícil quanto a conquista de um título.
9 comentários:
Foi impossível para mim ler esta entrevista de Massa, sem lembrar daquelas outras em que Hamilton, primeiro se comparou a Senna e depois tentou remendar de qualquer jeito o que disse.
Não há como não reparar na diferença de carater entre ambos, sendo que Massa é claramente simples, sincero, direto e até humilde.
Por isso, por seus esforços na F1, que tem sido mantidos há mais de 8 anos e pelo crescimento indiscutível que alcançou em 2008, acho que Felipe Massa merece ser campeão. E nós, torcedores, também merecemos esse título.
Como cidadão que não tem vergonha de ser Patriota, lamento profundamente que tenhamos pessoas torcendo para o Inglês, especialmente neste momento de decisão.
Essas pessoas não conhecem o que é o Espírito de Unidade de uma Nação e deveriam pensar bem antes de se declararem Brasileiros em seus documentos e nos lugares que frequentam.
Enquanto isso, em algum lugar da Europa, Hamilton anda selecionando seus rivais para 2009, "Kubica e Alonso", descartando Räikkönen e a Ferrari, e afirmando categoricamente que "não teme nenhum deles"...
Sou fã do Hamilton, mas esse tipo de postura é repugnante para quem ainda não conquistou absolutamente nada além de inimigos, algumas poles e vitórias (menos do que o Villeneuve conseguiu em seus 2 primeiros anos; o parâmetro de comparação é válido, já que ambos estrearam em equipes de ponta e de forma arrasadora) e perder o título mais ganho da história...
Já estou começando a pender para o lado do Massa...
Eu também estive em Interlagos em 1999, no setor M. Era uma loucura a cada passagem do Rubinho, especialmente depois que ele assumiu a liderança com aquela surpreendente (e frágil...) Stewart.
Massa é um piloto sincero. Ele não precisa mentir para conquistar fãs.
Ele sabe que a batalha será muito difícil domingo e está motivado para fazer sua parte.
Se na época da Ferrari o Rubinho tivesse sido mais sincero com sua torcida, provavelmente não teria tantos desafetos. Rubinho afirmava que iria fazer determinada ação, porém no fundo ele sabia que não poderia por limitação contratual.
A sinceridade e transparência é primordial em qualquer situação.
Só posso desejar boa sorte à ele. Seria uma festa bem especial em interlagos, caso o Massa seja campeão....E, caso não seja, espero que linchem o Hamilton...hahahaha
(Brincadeira)
Massa Campeão!
Aposto todas as minhas fichas nele! Quero ver zerinhos na reta dos boxes!
Apesar de admirar o talento do Hamilton, sem dúvida torço para o Massa. Entre as razões estão o fato de ele ser brasileiro, ser um piloto agressivo e agora mais consistente, respondendo bem sob pressão, além de ser uma pessoa divertida e sincera que não é muito de fazer marketing pessoal.
Eu diria até MAIS difícil que a conquista de um título.
Subiu no meu conceito pra cacete o Massa!
Mesmo pilotando uma Ferrari e vindo de um país com milhões e milhões de orfãos de um ídolo no esporte, ele, pra mim, ainda é o mesmo dos tempos do kart.
Não tive a oportunidade de falar com ele desde a época da F-Renault, mas essa é a impressão que ele me passa.
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