CORRENDO CONTRA AS FERAS

É meu segundo ano em Madonna di Campiglio e o evento, que chega a sua 19ª edição, confirma seu caráter especial. Usando a mesma classificação dita por Stefano Domenicali após o famoso erro no pit-stop de Massa em Cingapura, uma das principais características da Ferrari é ser uma equipe emotiva e humana. E o evento no meio dos Alpes, com seu caráter relaxado e integrativo, reforça muito essa imagem.

É um momento de reencontro com os colegas, mas longe do stress de um final de semana de corrida, de horários apertados e com a natural tensão da competição que envolve todos os personagens sempre presente. É também um excelente elemento de trabalho, já que você passa boa parte do tempo encontrando colegas nas mesas dos restaurantes, entre farta comida e bom vinho. Como diria Reali Jr., o lugar ideal para apurar informações.

E é uma oportunidade rara de esquiar em montanhas ótimas, largas e, sobretudo, vazias. Porque o Wroooom sempre acontece na primeira semana escolar do ano para as crianças européias. Para quem ama esse esporte (e como um habitante da Áustria, é o meu caso), é um pedacinho do paraíso.

Vim aqui para ouvir as impressões dos principais personagens ferraristas sobre o Mundial 2009. Mas, principalmente, para ver se consigo marcar um bom tempo na corrida de esqui marcada para sexta-feira de manhã. Naquele evento, com um par de esquis nos pés, todos aqui são iguais: pilotos, dirigentes, jornalistas, acompanhantes, instrutores locais. É uma chance única de se medir contra as feras da velocidade, o momento que mais reforça a idéia de integração total do evento. Já imaginou, se eu conseguir bater a marca de um Felipe Massa ou de um Casey Stoner? Difícil, sim. Mas não impossível.