A sessão vespertina em Xangai parece ter trazido de volta a ordem que vimos nas duas primeiras corridas do ano: a Brawn GP à frente e, juntas, Williams, Red Bull e Toyota a seguir. E uma Ferrari sem Kers, sem competitividade, sem rumo. “Falta velocidade, equilíbrio, Kers, falta tudo”, admitiu Felipe Massa, que até demonstrou uma resignação tranqüila ao examinar o quadro quando nos atendeu para a entrevista de hoje.
Ouvi também Kimi Raikkonen (milagre!) que demonstrou confiança na capacidade da Ferrari voltar a brigar por vitórias ainda neste ano. Rubens Barrichello, da Brawn GP, discursou no mesmo tom e aguarda o retorno da sua ex-equipe às primeiras colocações. “Mas eu espero que nossa boa fase dure muito mais do que se imagina”, assinalou. Vale lembrar que o time italiano deve usar um difusor revisado no GP da Turquia, sétima etapa do ano. Mas acelerou o ritmo de trabalho na fábrica para aprontar a peça para a prova espanhola, a quinta do calendário.
Mas o clima na Ferrari, de um modo geral, não é muito harmônico. Ontem, Stefano Domenicali questionou acusações graves feitas pelo CEO (“manda-chuva”, vocês sabem) da Williams, Adam Parr. Hoje o mesmo explicou que suas colocações ficaram fora de contexto. O inglês só teria colocado que o argumento utilizado pela Ferrari para protestar o difusor da Williams serviria também para chamar de irregulares muitos dos carros anteriores dos italianos (e também da Renault).
A cena emblemática da “união” da FOTA aconteceu na sala de imprensa, antes que Parr viesse a público dar sua versão da história. O assessor da Ferrari conversava com um jornalista quando passou a assessora da Williams distribuindo releases. Ele levantou a voz e gesticulou. “Mas que papelão esse do seu chefe!” O clima esquentou, mas rapidamente a discussão seguiu num tom mais civilizado. Achei a atuação dele despropositada. Mas ambos são italianos. Vai saber se, na cultura deles, uma reação dessas é considerada normal.
Curioso ver como essa briga política que resultou numa nova ordem para a categoria está causando tanto nervosismo no paddock. Nesse sentido, a temporada promete. Hoje, em Xangai, o único que parecia calminho era o senhor Bernie Ecclestone. Que não descartou a possibilidade do calendário de 2011 trazer oito provas no continente asiático: Japão, China, Malásia, Cingapura, Bahrein, Abu Dhabi, Coréia do Sul e Índia. “A diferença é que a Ásia está crescendo, enquanto muitas partes do mundo estão morrendo”, sentenciou.
É. Acordar de madrugada, largadas em horários locais malucos. Vão se preparando...
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Um comentário:
Todo início de temporada é complicado. Pra quem gosta de acordar no domingo às 9 da manhã, ter que passar madrugadas em claro não é muito animador. Aliás, ouvi falar sobre o GP da Coréia do Sul já pra 2010...
A propósito, essa reclamação toda das "ex-grandes" não tem o menor cabimento. Mesmo que Brawn, Toyota e Williams não tivessem o difusor de dois andares, Ferrari, Renault e BMW continuariam onde estão, simplesmente por que erraram feio a mão para este ano. Eles apenas acharam uma forma cômoda de jogar a incompetência deles nas costas da FIA, a "culpada" por liberar tais difusores.
Mas estou realmente ansioso pra ver a Red Bull com um novo difusor. Se o quadro for mantido para a segunda metade do campeonato, a equipe austríaca deve crescer muito em performance. Mais do que qualquer outra que venha a se adaptar ao difusor.
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