Dietrich Mateschitz, o dono da Red Bull e mentor da presença da marca na Fórmula 1, não assistiu de perto a primeira vitória da sua equipe “matriz”. Em Monza no ano passado, pela distância curtíssima em relação a Salzburg, o empresário foi de helicóptero no domingo de manhã e acompanhou de perto o triunfo de Sebastian Vettel com a Toro Rosso. Desta vez, foi representado por Helmut Marko, ex-piloto da Fórmula 1 dos anos 70 e conselheiro da Red Bull Racing, uma outra maneira de dizer que ele é o braço-direito do chefe, o homem que responde por Mateschitz quando o assunto é corridas.
E nós falamos com Marko, com exclusividade. Confira!
Foi uma vitória de forma dominante, como Ferrari e McLaren faziam no passado. Esperava isso?
Sabíamos que nosso carro é muito forte em pista molhada e Vettel corre um nível acima dos outros nestas condições. O único perigo foi que o Safety Car ficou muito tempo na pista no início e isto quase estragou nossa estratégia. Mas depois do início propriamente dito, vimos que estávamos muito rápidos, ajustamos a tática e a equipe foi perfeita, sem errar nas decisões e na execução dos pit-stops. Mas foi a corrida mais longa da minha vida, as voltas finais duraram uma eternidade.
Você temeu por um problema na transmissão como o ocorrido no sábado?
Não. Sabíamos que, se um problema com a transmissão surgisse, isso aconteceria cedo na corrida. Depois das primeiras voltas, em que não houve nada, ficamos tranqüilos.
Não era para ter tocado o hino austríaco no pódio?
Estamos pensando em protestar contra a FIA (risos). Temos uma licença de competidor austríaca e tocaram o hino inglês. Foi uma decepção isso.
Então houve um erro?
Sim, um erro dos organizadores. Teria sido especial ouvir o hino da Áustria depois da primeira vitória, mas parece que os chineses não conhecem nada sobre nós. Não quero parecer arrogante, mas vou levar um CD para as próximas corridas para evitar que o erro se repita caso a gente volte a vencer.
O sucesso da Red Bull na F-1 vai continuar quando forem outras as condições da prova?
Uma dominância dessas só pode acontecer na chuva. Mas é preciso lembrar que fomos muito bem nas duas primeiras corridas também. Quase tão fortes como na China, e só não somamos mais pontos por motivos diversos. Estamos brigando na frente. Nosso carro revisado só deve aparecer em Mônaco, então podemos perder um pouco de terreno antes disso, principalmente em Barcelona, quando a maioria das equipes já terá o difusor duplo. Mas, pensando na temporada toda, estamos na disputa por vitórias.
E pelo título? Vocês são a equipe número um?
Não. No seco, a Brawn GP ainda está de três a quatro décidmos de segundo mais rápida, por volta. Mas, na chuva, temos um carro ótimo, Vettel e Webber que são excelentes nestas condições. O mesmo vale na Toro Rosso com Buemi. Aliás, foi por um pêlo que ele não bateu atrás do Vettel durante o Safety Car. Envelheci dez anos naquela hora.
O chefe já te ligou?
Sim, ele disse ter sofrido bastante durante a corrida. Como eu, achava que ela não terminaria nunca. Mas falou também que este é um dos dias mais incríveis da nossa história na Fórmula 1.
Dá para dizer agora que todo o investimento que ele fez nestes anos todos finalmente deu o retorno esperado?
Sim. Com a vitória, nossa presença na televisão aumenta drasticamente, e esse sempre foi o objetivo comercial do investimento. Mas chegar até aqui não foi fácil. Você precisa de uma boa equipe, de um piloto de ponta e de um grande motor. Neste ano, conseguimos combinar tudo isso. Precisamos aproveitar e trazer esta superioridade e performance da chuva também para a pista seca, para garantir uma grande temporada.
Mas dá para quantificar esse retorno em números?
É impossível, depende da audiência, do lugar que vamos terminar no Mundial de Construtores... falando por cima, imagino que o valor da exibição de nossa marca na televisão triplicou.
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8 comentários:
ICO,
Pensei que a história de levar um CD para as próximas corridas era brincadeira...
Ótima entrevista. Não farei nenhum trocadilho pq acho que ninguém aguenta mais ouvir sobre as asas da Red Bull ou sobre a Susan Boyle cantando...
Então sacanearam a Red Buul e não puseram o hino Austríaco! Que absurdo!
Então no molhado eles mandam,mas no seco é a Brawn...RB, faz dança da chuv ano Bahrein!
Bela entrevista. Parabéns.
Interessante a parte que ele cita o Buemi, acho que nem eles esperavam que ele fosse tão consistente como está sendo nesse começo de temporada. Ótima entrevista.
Abraço
Grande entrevista. é bom ver quando um projeto dá certo. Anima outros a imitarem.
Vettel, Webber e Buemi mencionados, nada do Bourdais.
O piloto ta queimado na alta cúpula hein ?
Abraços e bela entrevista
Ótima entrevista. O Marko foi bem realista.
Excelente entrevista. Desde quando a equipe surgiu, em 2005, eu apostava minhas fichas nela, principalmente depois da ida do Vettel para lá. O trabalho sério e contínuo resultado exatamente no que vimos no domingo passado. Muito bom, mesmo.
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