quinta-feira, 7 de maio de 2009

SACO CHEIO

Dentro da feroz batalha política que está se desenrolando na Fórmula 1 neste ano, uma voz pouco atuante é a dos pilotos. Ninguém se atreve a fazer uma crítica mais contundente, acho até que mais por orientação das equipes do que por um suposto medo de se expressar. Como é de praxe na categoria, essas grandes batalhas são dissimuladas, ocorrem nos bastidores. Nessas horas, silenciar é a melhor atitude.


Mas o fato é que, como eu e você, eles também estão de saco cheio. Como Felipe Massa deixou a entender hoje na conversa que teve conosco em Barcelona. Foi quando eu requisitei sua posição diante do explícito cabo-de-guerra dos poderosos. “É um momento difícil. Não vou entrar ponto por ponto nesse problema, mas queria um futuro com mais esporte e menos política. Os torcedores vão aos circuitos para assistir ao esporte, às corridas ultrapassagens. Ninguém se interessa por questões políticas”, colocou o brasileiro da Ferrari, com a expressão facial enfatizando o descontentamento das palavras.


Rubens Barrichello também preferiu não esmiuçar uma opinião. Mas deixou claro o que pensa da idéia de se premiar o campeão por vitórias. “O piloto define suas opções de contrato e depois se adapta a qualquer situação, ele não tem que participar dos movimentos políticos. Mas eu não gosto dessas questões de vitórias. Nesse ano, o Jenson com três vitórias em quatro corridas, o campeonato estaria praticamente acabado. Na minha visão isso é um grande erro”.


No dia de hoje tive também uma boa conversa com Lucas di Grassi, que inicia neste final de semana o campeonato da GP2 pela equipe Racing Engineering. Ele trouxe um ponto muito interessante da questão: como a briga política está influenciando o mercado de pilotos. “Neste ano está tudo muito confuso. São vários contratos que se encerram e esta nova ordem das equipes vai mudar muito o movimento das vagas. Para complicar ainda mais, existe essa indefinição quanto à questão de orçamento, se haverão ou não novas equipes na categoria. Essa complicação política, principalmente, está complicando demais o planejamento de todas as questões relativas ao ano que vem”.


É. Esta briga vai mesmo esgotando a paciência de todo mundo. E, temo eu, vai deixar cicatrizes na categoria por muitos anos. Se não rachá-la de vez antes disso.

3 comentários:

LeandroSpectreman disse...

Se as coisas continuarem indo por esse caminho, o racha não só é desejável como inevitável mesmo!

Luiz G disse...

Ico, quando os jornalistas se referem ao "fim da F1", se referem ao que aconteceu com Formula 2 ?

Mr.Mojo Risin' disse...

Infelizmente os pilotos não podem expressar as suas opiniões.

Nessas horas faltam um Villeneuve ou um Montoya, que pouco se importam com a insatisfação do chefe com a sua opinião.

A F1 asseptica é assim mesmo. Veja o Piquet que teve que desmentir a sua opinião sobre a situação dele na Renault.

Não creio que vai ter um racha na categoria. Com o ataque de Mosley contra a Ferrari e o Bernie defendendo a escuderia italiana, demonstra que o dono da FOM não vai para a batalha abraçado com o Mosley.

Penso que no momento que a Ferrari sinalizar sua saida da F1, ocorre um motim dentro da F1, com apoio do Bernie e Mosley é chutado fora da Place de la Concorde.

E convido a todos a entrar no Forum Downforce www.downforce.com.br , excelente espaço para discutir F1, GP2, IndyCar , WRC, MotoGP, SuperBike NASCAR e etc..

Alem de fotos dos GP´s!!!!

Abraços!!