Não vou serhipócritaaqui e escreverque a música perdeu muitocom a morte de Michael Jackson. Não acho. A partir de “Bad”, e isso foi em 1987, tudo o queele produziu eraissomesmo aos meusouvidos: ruim. E suapresença na mídia se tornou sempreummotivoincontestávelparamudar de canalou de estação. Nãogosto, parece queseutalento desapareceu junto de suamelanina.
Antes disso, porém, via o garotocomoum dos bonsartistas da Motown. Era o guritalentoso dos irmãos Jackson. Que emendou depois uma dupla de discosmuitobons nas mãos de umverdadeirogênio da música. “Off the Wall” e “Thriller” são o quesãoporque o produtor Quincy Jones pegou umcantorcompetente (na época, aindaera) e vestiu-o com uma roupagemsonoraelegante, riquíssima. Umtrabalhodigno de um George Martin, mas na versãodisco/pop norte-americana.
O melhorexemplo disso está na músicaacima. Aproveite que não é um clipe, feche os olhos e atente para a belíssima arquiteturacriadapor seqüenciadores, guitarra, percussão e sopros. Chique demais, funk de fraque!
Penaque o cantor deixou de ladoessecaminhopara se tornarumproduto, com uma etiqueta (“King of Pop”), umpobreserhumano confuso e mal orientado num mar de dinheiro e fama. A música, a boa música, nãoeramaisprioridade e ficou esquecida no passado. Hoje, ao pensar nele, o legadoque quero lembrar é o dessa música: “Don't Stop 'Til You Get Enough”.
Nunca curti a música dele. Da pessoa, depois que repercurtiu o caso que ele pegava crianças ... vi que o cara era muito doente! A história dele mostra que a educação familiar vai se refletir por toda a vida de uma pessoa. Outra coisa que me chamou atenção foi: o cara morreu com mais de 800 milhões em dívidas! Cacete, é muito desequilibrio! Isso acaba com a pessoa! Eu tou devendo 40 reais pro banco e já tou preocupado!!! Mas sem dúvida ele foi um figurão.
Essa é A música que o Jay Kay gostaria de fazer... e que não vai conseguir nem se viver mais 200 anos.
(Falar de Jamiroquai em um post sobre Jacko Whacko... denuncia minha pouca idade)
Em um artigo de hoje na Folha, o Paulo Ricardo aponta para um lado interessante: deve ter sido difícil compor depois de Thriller, porque nada seria (comercialmente, ao menos) bom o bastante.
Mas o melhor texto foi publicado ao lado deste, assinado por João Marcello Bôscoli. Recomendo.
Michael Jackson foi um gênio de sua era. Teve uma carreira brilhante durante cerca de 20 anos. Nunca teve uma aula de dança e criou um estilo que foi imitado por milhões de pessoas e influenciou uma geração. Sua genialidade se apresentava mais em seus passos do que em sua música, mas o conjunto do que esse cara fazia é incontestável. Como muitos gênios, houve um momento em que ele se perdeu e nao conseguiu retomar seu eixo. Sua carreira foi abalada de forma negativa e ele não conseguiu retomar um rumo positivo....mas sua contribuição é histórica. Em termos de movimento e video clip, nunca haverá outro como Michael jackson.
Desta vez não posso concordar consigo ICO. Jackson fez muita coisa boa para lá de 1987 e é um erro pegar nestes últimos anos e achar que isso é mais importante do que ele foi para a música. Jackson é tão grande que todos esses defeitos quando comparados com a obra que deixa são muito pequenos. Pode crer que assistimos á morte de um icone , de um mito que já o era em vida. Infelizmente foi mais uma vez a prova de que raramente a genialidade anda acompanhada de sensatez...mas isso não lhe tira o lugar na história e no Olinmpo.
Como lembrança, também escolhi esta musica. Nunca fui fã do "Thriller", do "Bad" (mas tenho o vinil dele) e do "Dangerous", mas gostava de algumas musicas, como toda a gente.
O resto... era um "freak show", para todos os efeitos. Acho que todos nós que temos alguma consciência critica vai-se lembrar tanto das plásticas ao nariz, ao branqueamento da pele (propositado ou não) e das acusações de pedofilia, do que o "Moonwalk" e da genialidade das suas coreografias.
No final, isto vai ser mais uma data para lembrar. Tal como o dia em que o Kennedy morreu, o John Lennon (curiosamente, tenho uma prima que nesceu nesse mesmo dia!), o Gilles Villeneuve, o Ayrton Senna (três semanas depois de Kurt Cobain), a Princesa Diana... tudo personalidades icónicas da segunda metade do século XX, que se tornaram famosas mundialmente através do fenómeno televisivo.
Acho o "Off The Wall" melhor que o Thriller, que é muito sintetizado. O primeiro ainda tem o maravilhoso "molho funk/disco" que era tão bom em finais da década de 70.
No mais, concordo com você. Mesmo não sendo aquele fã, confesso que fiquei chocado com a notícia, pois ainda era jovem e com uma jornada de shows pela frente. E querendo ou não, o cara foi um fenômeno pop que não se fazem (ou não conseguem fazer) mais atualmente.
Caramba, era isso que eu estava tentando explicar pra turma no meu trabalho!
Mais um detalhe legal do Off The Wall: quem fez a percussão desse disco é o Paulinho da Costa, outro cara que, como Flora Purim, Ayrto Moreira, Laurindo de Almeida, Raul de Souza, e um longo etc, tem carreira respeitada lá fora e é esquecido aqui no Brasil.
Na verdade acho que o Quincy Jones usou as percussões do cara no Thriller também...
Mas minha fase preferida do cara é a dos Jackson 5. Até porque o instrumental dos caras era muito bom (é só escutar ABC, I Want You Back, essas coisas do início deles...)
Uma pena mesmo, foi um dia bem triste. Engraçado, sou fã de Rock'n'Roll, mas Michal Jackson sempre esteve presente no que estava ouvindo.
Acho que o cara era meio que universal, é só ver o depoimento tanto de caras do Sabbath até os músicos mais pop. E o mais legal é que quase todos que contam a sua história sobre momentos de sua vida embalados pela música dele estão sendo sinceros. Muita gente tem alguma lembrança legal dele.
Para mim que tinha uns 7 anos quando ele lançou Black and White foi demais, ver aquele clipe muito doido e diferente e uma música muito legal me chamou a atenção para a música.
Bom era isso, só pra relatar um pouco desse dia triste para a música.
O que o Ico escreveu aqui eu disse a outras pessoas: o artista morreu faz tempo, e é apenas dele que devemos lembrar, pois o que morreu esta semana foi apenas uma sobra, um freak destinado a protagonizar as piores manchetes na mídia.
Curti muito o auge de "Thriller" e não tenho a menor dúvida de que a manifestação que será realizada amanhã embaixo do MASP será embalada por várias músicas desse álbum (quem aqui não tentou imitar ao menos uma vez a coreografia de "Thriller" e "Beat It"?).
No entanto, não dá para separar a imagem de um cara talentoso de alguém cuja vida foi jogada no lixo ao longo dos últimos vinte anos.
Respondendo ao Luiz G., Michael recebeu aulas de dança, sim. Foi o caso de "Thriller" e "Beat It", ambas coreografadas por Michael Peters.
E discordo do Speed ao colocar Gilles Villeneuve na lista. Ao lado dos outros nomes que ele citou, Gilles vira um grão de areia, pois nem em sonho sua morte impactou o mundo da forma como estamos vendo agora.
Ico, não posso deixar de concordar com você, o artista que eu gosto, que fez parte da minha infância, pela incrível capacidade de hipnotizar, morreu a muito tempo; Michael Jackson sempre será para mim aquele cara da música Beat It, o showman, não aquele que causava estranheza nas pessoas por ser estranho demais.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
14 comentários:
Nunca curti a música dele. Da pessoa, depois que repercurtiu o caso que ele pegava crianças ... vi que o cara era muito doente! A história dele mostra que a educação familiar vai se refletir por toda a vida de uma pessoa.
Outra coisa que me chamou atenção foi: o cara morreu com mais de 800 milhões em dívidas! Cacete, é muito desequilibrio! Isso acaba com a pessoa! Eu tou devendo 40 reais pro banco e já tou preocupado!!!
Mas sem dúvida ele foi um figurão.
Essa é A música que o Jay Kay gostaria de fazer... e que não vai conseguir nem se viver mais 200 anos.
(Falar de Jamiroquai em um post sobre Jacko Whacko... denuncia minha pouca idade)
Em um artigo de hoje na Folha, o Paulo Ricardo aponta para um lado interessante: deve ter sido difícil compor depois de Thriller, porque nada seria (comercialmente, ao menos) bom o bastante.
Mas o melhor texto foi publicado ao lado deste, assinado por João Marcello Bôscoli. Recomendo.
Michael Jackson foi um gênio de sua era. Teve uma carreira brilhante durante cerca de 20 anos. Nunca teve uma aula de dança e criou um estilo que foi imitado por milhões de pessoas e influenciou uma geração. Sua genialidade se apresentava mais em seus passos do que em sua música, mas o conjunto do que esse cara fazia é incontestável. Como muitos gênios, houve um momento em que ele se perdeu e nao conseguiu retomar seu eixo. Sua carreira foi abalada de forma negativa e ele não conseguiu retomar um rumo positivo....mas sua contribuição é histórica. Em termos de movimento e video clip, nunca haverá outro como Michael jackson.
este som é foda mesmo.
Mais uma lenda viva que se vai.
Serão cada vez menos, isso eu tenho certeza. Ele era uma lenda viva.
Desta vez não posso concordar consigo ICO.
Jackson fez muita coisa boa para lá de 1987 e é um erro pegar nestes últimos anos e achar que isso é mais importante do que ele foi para a música.
Jackson é tão grande que todos esses defeitos quando comparados com a obra que deixa são muito pequenos.
Pode crer que assistimos á morte de um icone , de um mito que já o era em vida.
Infelizmente foi mais uma vez a prova de que raramente a genialidade anda acompanhada de sensatez...mas isso não lhe tira o lugar na história e no Olinmpo.
Como lembrança, também escolhi esta musica. Nunca fui fã do "Thriller", do "Bad" (mas tenho o vinil dele) e do "Dangerous", mas gostava de algumas musicas, como toda a gente.
O resto... era um "freak show", para todos os efeitos. Acho que todos nós que temos alguma consciência critica vai-se lembrar tanto das plásticas ao nariz, ao branqueamento da pele (propositado ou não) e das acusações de pedofilia, do que o "Moonwalk" e da genialidade das suas coreografias.
No final, isto vai ser mais uma data para lembrar. Tal como o dia em que o Kennedy morreu, o John Lennon (curiosamente, tenho uma prima que nesceu nesse mesmo dia!), o Gilles Villeneuve, o Ayrton Senna (três semanas depois de Kurt Cobain), a Princesa Diana... tudo personalidades icónicas da segunda metade do século XX, que se tornaram famosas mundialmente através do fenómeno televisivo.
Acho o "Off The Wall" melhor que o Thriller, que é muito sintetizado. O primeiro ainda tem o maravilhoso "molho funk/disco" que era tão bom em finais da década de 70.
No mais, concordo com você. Mesmo não sendo aquele fã, confesso que fiquei chocado com a notícia, pois ainda era jovem e com uma jornada de shows pela frente. E querendo ou não, o cara foi um fenômeno pop que não se fazem (ou não conseguem fazer) mais atualmente.
Caramba, era isso que eu estava tentando explicar pra turma no meu trabalho!
Mais um detalhe legal do Off The Wall: quem fez a percussão desse disco é o Paulinho da Costa, outro cara que, como Flora Purim, Ayrto Moreira, Laurindo de Almeida, Raul de Souza, e um longo etc, tem carreira respeitada lá fora e é esquecido aqui no Brasil.
Na verdade acho que o Quincy Jones usou as percussões do cara no Thriller também...
Mas minha fase preferida do cara é a dos Jackson 5. Até porque o instrumental dos caras era muito bom (é só escutar ABC, I Want You Back, essas coisas do início deles...)
Abraços a todos!
A guitarra dessa música é Satriani?
A de Beat It é do Eddie Van Halen.
Uma pena mesmo, foi um dia bem triste. Engraçado, sou fã de Rock'n'Roll, mas Michal Jackson sempre esteve presente no que estava ouvindo.
Acho que o cara era meio que universal, é só ver o depoimento tanto de caras do Sabbath até os músicos mais pop. E o mais legal é que quase todos que contam a sua história sobre momentos de sua vida embalados pela música dele estão sendo sinceros. Muita gente tem alguma lembrança legal dele.
Para mim que tinha uns 7 anos quando ele lançou Black and White foi demais, ver aquele clipe muito doido e diferente e uma música muito legal me chamou a atenção para a música.
Bom era isso, só pra relatar um pouco desse dia triste para a música.
Pro Nilton:
não, essa guitarra não é do Satriani.
A lista dos músicos que tocaram no disco está aqui:
http://myfavouritesound.wordpress.com/2009/06/26/michael-jackson-off-the-wall/
Parece que tinha gente do Toto (banda de músicos de estúdio bem sem sal, na minha opinião. Assim como o Satriani. Mas isso é minha opinião. )
O que o Ico escreveu aqui eu disse a outras pessoas: o artista morreu faz tempo, e é apenas dele que devemos lembrar, pois o que morreu esta semana foi apenas uma sobra, um freak destinado a protagonizar as piores manchetes na mídia.
Curti muito o auge de "Thriller" e não tenho a menor dúvida de que a manifestação que será realizada amanhã embaixo do MASP será embalada por várias músicas desse álbum (quem aqui não tentou imitar ao menos uma vez a coreografia de "Thriller" e "Beat It"?).
No entanto, não dá para separar a imagem de um cara talentoso de alguém cuja vida foi jogada no lixo ao longo dos últimos vinte anos.
Respondendo ao Luiz G., Michael recebeu aulas de dança, sim. Foi o caso de "Thriller" e "Beat It", ambas coreografadas por Michael Peters.
E discordo do Speed ao colocar Gilles Villeneuve na lista. Ao lado dos outros nomes que ele citou, Gilles vira um grão de areia, pois nem em sonho sua morte impactou o mundo da forma como estamos vendo agora.
Ico, não posso deixar de concordar com você, o artista que eu gosto, que fez parte da minha infância, pela incrível capacidade de hipnotizar, morreu a muito tempo; Michael Jackson sempre será para mim aquele cara da música Beat It, o showman, não aquele que causava estranheza nas pessoas por ser estranho demais.
Essa é a minha preferida! :)
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