SURPRESA NA CAPITAL

O celular tocou bem cedo hoje. Era Michael Kasper, meu colega da rádio austríaca que faz a cobertura da Fórmula 1. “Cara, você conhece Joe Jackson? Porque eu estou aqui na cobertura da Volta da Áustria de ciclismo (ou seja, na PQP) e tenho dois ingressos para o show dele hoje à noite. Você não quer ir no meu lugar? É o tipo de som que você vai curtir!”

Confesso que o nome Joe Jackson me dizia algo, mas nem lembrava o quê. Mas a última frase do Michi me fez ter a certeza de que valia a pena. Afinal, ele esteve na festa do século no fim de maio (foi quando eu fechei uma parte de um bar para festejar meu 35° aniversário, junto do 65° do meu pai, que estava de visita: juntos completamos 100 anos) e sabia muito bem pela seleção de títulos daquela noite sobre meu gosto musical.

Fui ao show no meio do escuro, sabendo depois de uma pesquisa no You Tube que Joe Jackson era um dos “One Hit Wonders” dos anos 80, mas com um belo de um hit, aliás, “Steppin’ Out” – quem viveu, vai lembrar.

O passeio saiu muito melhor que a encomenda. Descobri que Joe Jackson é um cara que toca um piano afiadíssimo. E o som da banda ganha tons fantásticos com a competência da cozinha que o acompanha, um baixista e um baterista que não só tocam muito, mas compõem uma base vocal de dar inveja em qualquer coral.

Um som bem feito, alegre e elaborado, um Jackson que é o antídoto ideal para a overdose de Michael Jackson que assola o mundo nesses dias. Para quem não conhece, mergulhe no You Tube que vale a pena. Para meu amigo Michi, um só recado. Valeu, mano: perdeste um senhor show, mas obrigado por lembrar de mim para ir no seu lugar. Não há nada melhor na vida do que descobrir boa música!