quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RED BULL (E PETROBRAS) À ESPERA DA RENAULT

Depois da lista da FIAconfirmar” o acerto da Red Bull com a Renault, Christian Horner esclareceu ontem queum acordo, mas nenhum contrato assinado ainda. E sinalizou que a espera vem por parte da marca francesa. “Acho que depende do que será feito quanto ao regulamento dos motores no que diz respeito à paridade deles. As equipes decidiram que o motor não pode ser um diferenciador de performance neste sistema de desenvolvimento congelado. E acho que é vital, não no caso da Renault, mas no caso de todas as outras fabricantes de motores, que uma solução seja encontrada”, disse o inglês ao site da Autosport.

coisa de duas semanas, Carlos Ghosn adotou um tom alarmante numa entrevista. “Não penso que a Fórmula 1 será importante para ninguém se algumas questões não forem respondidas. Percebi isto desde o último ano. Três grandes montadoras deixaram a F-1. Três em um ano! Isso significa que muitas questões precisam ser resolvidas”, bradou.

O
discurso ganha uma cor diferente depois das considerações de Horner. A pressão para garantir a “paridade” dos motores busca, na prática, que a Renault possa fazer umupgradeem suas unidades para desenvolver a mesma potência dos Mercedes-Benz. E seria um argumento a mais para a permanência da equipe de fábrica na Fórmula 1. Assim, deixar a equipe vice-campeã do mundo em compasso de espera me parece pura pressão política para chegar a esse objetivo.

Do
ponto de vista técnico, é notório que há uma diferença entre os Mercedes e o resto. Basta ver os resultados do GP da Itália, uma pista puramente de motores, quando Brawn, McLaren e Force Índia dominaram as sessões. Resta saber se igualar as unidades não seria um atentado a quem conseguiu fazer um melhor trabalho dentro das restrições do regulamento.

A Red Bull perde
com essa espera, mas os engenheiros em Milton Keynes trabalham sob a batuta de Adrian Newey contando com as medidas dos motores Renault, afinal um aperto de mãos aconteceu entre as duas partes desde o GP de Abu Dhabi. O prazo aqui é ilimitado.

A
situação também não favorece a Petrobras. As conversas da petrolífera brasileira com a Red Bull (cuja existência me foram confirmadas por ambas as partes) esbarram justamente nessa indefinição, que ela ainda precisaria consultar com a Renault o custo de motores para testar e desenvolver um combustível para a equipe, antes de fazer uma proposta final de parceria com o time austríaco. É um processo que demanda tempo.

A Petrobras
conversa também com outras equipes, mas vejo que a Red Bull é obviamente a melhor escolha em termos de marketing, sendo uma equipe que deve brigar por corridas no ano que vem. Mas a Renault pode também querer que os azuis corram com o combustível Total, caso ofereça a esta marca um pacote de apoio que inclua sua marca estampada também nos carros de Vettel e Webber – como ocorreu neste ano, aliás. Como acontece no mercado de pilotos, estes acertos comerciais e tecnológicos devem durar ainda por algum tempo.

6 comentários:

Peter Sellers disse...

Como sempre, IMPECÁVEL.

Foi um prazer ter conversado com você ontem no "Capacete de Ouro". Admiro muito o seu trabalho e paciência com os estranhos(eu)!

Anônimo disse...

Estranho...

Eu estou enganado ou nesse período de "motores congelados" a Renault já deu uma "ajeitadinha" em seus motores (acho que antes da temporada de 2009 começar)?

Está precisando DE NOVO?

Seus motores (Renault) são muito inferiores aos Mercedes ou a Mercedes deu um upgrade - sendo "beneficiada" - em seus motores (fugindo assim do congelamento)?

abraço,
Renato

Moacir Zandonai disse...

Queres saber, grande Ico? A Renault que venda o time para a Prodrive e vá vender Dacia Logan na Romênia! deixe o esporte pra quem gosta dele. Depois do Singapore Gate, já vão tarde!

Fernando Kesnault disse...

Não se pode confundir e generalizar atitudes de dirigentes esportivos ou executivos com o nome da marca (vide Flavio Briatore e Renault). A Renault é sem dúvida uma grande incorporação que durante a sua existência prima pela eficiência e segurança de seus produtos e mesmo no esporte a motor foi e é fundamental desde os primórdios do significado do que é uma corrida de carros. Falo isto sem ser nada ou receber algo da empresa, apenas um amante do automobilismo.

Moacir Zandonai disse...

Ok. E a Renault era um colegiado de virgens santas que não sabiam nada sobre o Briatore? Assinaram contratos com o cara sem ler? E ninguém sabia que ele empresariava os pilotos do time que dirigia? Lindo isso.

Ron Groo disse...

To cravando que a Renault não chega a 2010 como equipe, e que quem comprar o espólio destes tijolões com rodas vai chamar o Kamui pra dirigir...