Das imagens contidas na coleção distribuída pela Shell no início do ano, acho esta a maissignificativa. Phil Hill está recebendo a bandeira quadriculada pelavitória no GP da Itália, umresultadoquelhe dava também o título mundial (clique na imagem para ampliar). Ele levanta o braçoemjúbilo, semsaberque a corridatinha proporcionado a maiortragédia na história da Fórmula 1. A Ferrari de seucompanheiro de equipe e rival na brigapelocampeonato, o alemão Wolfgang Von Trips, colidiu com a Lotus de Jim Clark e se projetou parafora da pista, num acidenteque custou a vida do piloto e de outros 14 espectadores.
Não houve muitafestapara Phil Hill naquele dia e o norte-americano perdeu rapidamente a motivação paracompetirporconta do episódio. Pensando com a mentalidade de hojeemdia, é incrívelimaginarque a prova prosseguiu mesmocomumacidente daquele tamanho. Mas eram outrostempos: as provasnão eram televisadas, a categorianãotinha a dimensãoque conhecemos e o perigoera aceito comoumcomponente da disputa. As palavras de Jack Brabham na suaautobiografia ilustram bem o sentimento de tristeza conformada da época. “Phil ganhou a corrida e o campeonato, mas o que deveria serseugrandemomento acabou emdesconsolo. Phil é um dos pilotosmais cuidadosos e sóbriosqueeu conheci, e ele merecia algomelhor – assimcomo Taffy, queeraumcaralegal. Foi maisum fim-de-semana triste”.
O mundo deu mesmo muitas voltas nos últimos 40 anos.
5 comentários:
Lucas Carioli
disse...
Outro caso parecido aconteceu com Mario Andretti em 1978, também em Monza. Ele se tornou campeão ao chegar em 6º naquela corrida e a Lotus já tinha preparado uma grande festa. Tudo ficou sem sentido depois que o colega de equipe Ronnie Peterson morreu em um dos acidentes mais estúpidos da história da F1.
E, para aumentar o desconsolo (como bem disse Brabham) de Phil Hill, o comendador, por luto, vetou a ida da equipe ao GP dos Estados Unidos,a corrida "de casa" do campeão, naquele ano realizado pela primeira vez em Watkins Glen.
Continuar ou não a corrida depois de uma tragédia é um assunto delicado. Já vi o próprio Stirling Moss falando , sobre o acidente de 55 em LeMans, que não fez sentido nenhum a Mercedes abandonar a corrida, ou se retirar das corridas, pois não traria os mortos à vida.
Por mais cruel que possa ser, ele até tem razão. Pode ser mais interessante se os protagonistas continuarem no evento e demonstrarem um sinal de respeito aos que se foram. Abandonar tudo parece ser a maneira mais simples e covarde de fugir da responsabilidade.
Naquele tempo, pelo que li em algum lugar, era regra deixar a corrida seguir após grandes acidentes para que a volta dos torcedores não congestionasse as estradas, facilitando assim trânsito das ambulâncias.
Ainda hoje em outros esportes o risco é encarado de outra forma da atual F1 ,motociclismo ,voo livre ,boxe ... o risco nestes esportes é encarado de forma mais natural.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
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Outro caso parecido aconteceu com Mario Andretti em 1978, também em Monza. Ele se tornou campeão ao chegar em 6º naquela corrida e a Lotus já tinha preparado uma grande festa. Tudo ficou sem sentido depois que o colega de equipe Ronnie Peterson morreu em um dos acidentes mais estúpidos da história da F1.
E, para aumentar o desconsolo (como bem disse Brabham) de Phil Hill, o comendador, por luto, vetou a ida da equipe ao GP dos Estados Unidos,a corrida "de casa" do campeão, naquele ano realizado pela primeira vez em Watkins Glen.
Continuar ou não a corrida depois de uma tragédia é um assunto delicado.
Já vi o próprio Stirling Moss falando , sobre o acidente de 55 em LeMans, que não fez sentido nenhum a Mercedes abandonar a corrida, ou se retirar das corridas, pois não traria os mortos à vida.
Por mais cruel que possa ser, ele até tem razão. Pode ser mais interessante se os protagonistas continuarem no evento e demonstrarem um sinal de respeito aos que se foram.
Abandonar tudo parece ser a maneira mais simples e covarde de fugir da responsabilidade.
Naquele tempo, pelo que li em algum lugar, era regra deixar a corrida seguir após grandes acidentes para que a volta dos torcedores não congestionasse as estradas, facilitando assim trânsito das ambulâncias.
Ainda hoje em outros esportes o risco é encarado de outra forma da atual F1 ,motociclismo ,voo livre ,boxe ... o risco nestes esportes é encarado de forma mais natural.
É apenas uma questão do ponto de vista.
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