quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

FOTO DO DIA – GP DA ITÁLIA DE 1961

Das imagens contidas na coleção distribuída pela Shell no início do ano, acho esta a mais significativa. Phil Hill está recebendo a bandeira quadriculada pela vitória no GP da Itália, um resultado que lhe dava também o título mundial (clique na imagem para ampliar). Ele levanta o braço em júbilo, sem saber que a corrida tinha proporcionado a maior tragédia na história da Fórmula 1. A Ferrari de seu companheiro de equipe e rival na briga pelo campeonato, o alemão Wolfgang Von Trips, colidiu com a Lotus de Jim Clark e se projetou para fora da pista, num acidente que custou a vida do piloto e de outros 14 espectadores.

Não
houve muita festa para Phil Hill naquele dia e o norte-americano perdeu rapidamente a motivação para competir por conta do episódio. Pensando com a mentalidade de hoje em dia, é incrível imaginar que a prova prosseguiu mesmo com um acidente daquele tamanho. Mas eram outros tempos: as provas não eram televisadas, a categoria não tinha a dimensão que conhecemos e o perigo era aceito como um componente da disputa. As palavras de Jack Brabham na sua autobiografia ilustram bem o sentimento de tristeza conformada da época. “Phil ganhou a corrida e o campeonato, mas o que deveria ser seu grande momento acabou em desconsolo. Phil é um dos pilotos mais cuidadosos e sóbrios que eu conheci, e ele merecia algo melhorassim como Taffy, que era um cara legal. Foi mais um fim-de-semana triste”.

O mundo deu mesmo muitas voltas nos últimos 40 anos.

5 comentários:

Lucas Carioli disse...

Outro caso parecido aconteceu com Mario Andretti em 1978, também em Monza. Ele se tornou campeão ao chegar em 6º naquela corrida e a Lotus já tinha preparado uma grande festa. Tudo ficou sem sentido depois que o colega de equipe Ronnie Peterson morreu em um dos acidentes mais estúpidos da história da F1.

fernando disse...

E, para aumentar o desconsolo (como bem disse Brabham) de Phil Hill, o comendador, por luto, vetou a ida da equipe ao GP dos Estados Unidos,a corrida "de casa" do campeão, naquele ano realizado pela primeira vez em Watkins Glen.

Eduardo Gaensly disse...

Continuar ou não a corrida depois de uma tragédia é um assunto delicado.
Já vi o próprio Stirling Moss falando , sobre o acidente de 55 em LeMans, que não fez sentido nenhum a Mercedes abandonar a corrida, ou se retirar das corridas, pois não traria os mortos à vida.

Por mais cruel que possa ser, ele até tem razão. Pode ser mais interessante se os protagonistas continuarem no evento e demonstrarem um sinal de respeito aos que se foram.
Abandonar tudo parece ser a maneira mais simples e covarde de fugir da responsabilidade.

Daniel Médici disse...

Naquele tempo, pelo que li em algum lugar, era regra deixar a corrida seguir após grandes acidentes para que a volta dos torcedores não congestionasse as estradas, facilitando assim trânsito das ambulâncias.

Jonny'O disse...

Ainda hoje em outros esportes o risco é encarado de outra forma da atual F1 ,motociclismo ,voo livre ,boxe ... o risco nestes esportes é encarado de forma mais natural.

É apenas uma questão do ponto de vista.