quarta-feira, 23 de junho de 2010

F-1 OU MARIO KART?

As mudanças anunciadas pelo Conselho Mundial da FIA hoje indicam a cara da Fórmula 1 em 2011. São várias novidades nos regulamentos técnico e desportivo que visam melhorar as disputas em pista. Mas a entidade reguladora da categoria errou a mão desta vez. Com a volta do Kers e a introdução dos aerofólios traseiros móveis, a disputa vai ficar com cara de vídeo-game. Só faltou mesmo um botão para jogar tachinhas pela pista.

Ferrari e Renault foram as equipes que mais pressionaram para o retorno do Kers – o sistema de recuperação de energia cinética que traz uma potência extra no motor por tempo limitado a cada volta. Para tornar vantajoso o uso do sistema, uma arma importante para o ano que vem, a FIA aumentou o peso mínimo dos carros.


Mas o botão do Kers não será o único auxílio que os pilotos controlarão no cockpit. A maior novidade do regulamento será o uso do aerofólio traseiro móvel. Os pilotos poderão diminuir seu ângulo, o que facilita muito na disputa por uma posição. Mas só poderão fazê-lo depois de receber permissão da FIA. O uso só será permitido quando a diferença entre um piloto e outro for de apenas um segundo, ou menos. A idéia de gente de fora influir na disputa entre pilotos, ainda mais numa hora de calor e adrenalina, não me agrada nenhum pouco.


A novidade final do “pacotão” anunciado hoje é que a Pirelli será a nova fornecedora de pneus da F-1. Os vinte anos longe da categoria não devem ser um impecilho para que a marca faça pneus seguros. Mas a construção deles certamente será bem diferente dos atuais, o que deve trazer uma boa dose de incerteza no uso ideal dos compostos do ano que vem. Um fato positivo para reembaralhar a força das equipes.


O Conselho Mundial ainda ratificou o fim do duto de ar introduzido este ano pela McLaren e copiado por boa parte do grid. E também dos difusores de fundo duplo. São algumas idéias positivas, mas os meios artificiais para se criar ultrapassagem não são boa notícia. Parece que a FIA nem está notando o campeonato repleto de provas emocionantes que está acontecendo no momento. É precipitado mudar tanta coisa agora. Em time que está ganhando não se mexe!

12 comentários:

Giz disse...

"Com a volta do Kers e a introdução dos aerofólios traseiros móveis, a disputa vai ficar com cara de vídeo-game. Só faltou mesmo um botão para jogar tachinhas pela pista."

Ico, não dá idéia!!!

Williams disse...

Ou seja, a FIA é quem vai falar quem é que vai ultrapassar quem é? ave maria, como é que os times aceitam uma coisa dessa!?! Pra mim era melhor a asa só poder ser utilizada mediante votação do público via internet ou por uma urna montada ao lado do circuito. Quando as coisas parecem estar indo pra frente me colocam uma coisa dessas. Sem mais comentários sobre isso... lastimável, ridículo velho.

Anônimo disse...

Ico, digamos que, assim como a Fifa introduziu a Jabulani pra facilitar a feitura de gols, a Fia está tentando resolver um problema das ultrapassagens. É um exagero sim. Mas é o espetáculo midiático que, a exemplo do futebol, precisa cativar o público telespectador. As coisas mais incertas devem deixar a temporada interessante.

Em 2010, a coisa tá bem legal, mas muito se deve a certa instabilidade da Red Bull.

Em 2011...bem, ano que vem nem sei o que esperar.

Unknown disse...

A Williams tb pressionou bastante pelo KERS.

Eh obvio que receber permissão para o uso do aerofólio não vai dar certo, parece piada da FIA.

carlostupy disse...

Essa história da asa traseira móvel ainda está muito mal contada. Duvido que seja o caso de a FIA autorizar carro por carro, situação por situação, quando devem usar o recurso. Ainda aguardo mais detalhes.

Quanto a pergunta? Mario Kart fácil, mas na realidade Fórmula 1.

Cassiano Mariani disse...

E a asa dianteira? vai continuar gigante e cheia de detalhes aerodinamicos? mas ainda é cedo para dizer todas estas regras vão valer para 2011, nao acha?

Italo disse...

Se vingar essa da "autorização pra usar a asa móvel", a direção de prova passa a funcionar como direção de TV ou teatro.

A gente só continua assistindo F1 pelo hábito, porque pelo que acontece na pista tá dificil há décadas.

Anônimo disse...

E a regra dos 107% heim Ico? que só vai ser aplicada as equipes pequenas! É brincadeira isso heim! Esse Jean Todt é um piadista cara. Do jeito que anda prefiro a volta do Mosley. Pelo andar da carruajem logo logo as pequenas vão sumir e vamos ter os 3 malditos carros da Ferrari que parece ainda ter o Todt como seu funcionário.

Tuta Santos disse...

empecilho

Anônimo disse...

Em princípio, sou a favor da regra dos 107%. Mas apenas se existirem mais de 26 carros disputando um lugar no grid. No final, essa regra seria um "pleonasmo", uma vez que só há 26 lugares no grid, não é?

Quanto às asas traseiras móveis: acho que a "mobilidade" dada às asas dianteiras mostra que isso não leva a lugar algum! Então, pra que isso? Ainda por cima quando alguém (o sobrenatural de almeida?), que não o piloto, é que decidirá se ela pode ser usada!

Agora que (quase) todo mundo já usa o difusor duplo e (quase) todo mundo já se aventura com o tal duto frontal, proibí-los seria um desperdício de tempo e $$$ para as equipes, não? E a volta do KERS aumentaria os gastos das equipes!! Onde está a "busca" pela redução dos gastos e/ou custos na F1???

Talvez numa próxima reunião do Conselho Mundial eles exijam que o carro parta com um mecânico a bordo para sanar algum problema menor que ocorra durante a corrida e que o carro leve pelo menos um "estepe" para eventual troca de pneus....

um abraço,
Renato

Smirkoff disse...

Calma, calma. As idéias sobre utilização da asa móvel só depois de duas voltas da prova e numa distância mínima do carro da frente foram implementadas PELAS EQUIPES, segundo diz o Dieter Rencken na Autosport hoje. Com as centralinas padronizadas como são hoje, é fácil automatizar esse sistema para que a liberação não dependa de uma opinião externa para funcionar _partindo-se de um radar como esses de estacionamento no bico ou na traseira dos carros.

Os 107% são pra TODOS, não só pras equipes pequenas. Num dia ruim, qualquer carro das grandes pode cair no corte. E espera-se que em 2011 as pequenas já venham com quilometragem de testes para evitar tantos fiascos.

O KERS é MUITO mais barato que dutos e fundos duplos, que requerem testes em túnel de vento e modificações constantes, além do contorcionismo dos pilotos. Só pelo fato de um único fornecedor poder suprir as equipes _a Marelli ou a Williams, dependendo do sistema_ já vai facilitar muito as coisas.

Klauss disse...

No fim o Jean Todt parece que está fazendo de tudo pra se parecer com o Max Mosley.

Concordo em 110% com o último parágrafo.

A coisa mais assustadora pra mim é história de aerofólio traseiro móvel fiscalizado pelo Big Brother da FIA.

A fim do duto frontal e do difusor é o tipo de coisa que concordo com ressalvas. É o tipo de coisa que vai, novamente, aumentar a competitividade. O lado mau é que é a volta da técnica Mosley de nivelar a competição por baixo, tirando a vantagem de quem foi mais competente.

Achei que com o Jean Todt a F-1 ia deixar de ser essa bizarrice com um regulamento novo por ano... Doce ilusão!