terça-feira, 5 de outubro de 2010

A NOVA FILOSOFIA DA F-1

A Fórmula 1 vive um clima de decisão a partir da disputa mais intensa por um título nos últimos anos. Mas o futuro da categoria também estará em pauta nos bastidores do GP do Japão, neste final de semana em Suzuka. Depois de acertarem um novo acordo de contenção de custos, os chefes das equipes vão se reunir para discutir sobre o regulamento que deve entrar em vigor em 2013.

A tendência aponta para o uso de um motor turbo de quatro cilindros e a volta do “efeito-solo”. Mas uma decisão final só vai acontecer quando for verificado o impacto das mudanças no orçamento das equipes. Conversei sobre o assunto com exclusividade com o atual presidente da FOTA, a associação das equipes, Martin Whitmarsh. Ele acredita que essa política austera não afeta os valores contidos na raiz da Fórmula 1.

“É vital manter esta ideia de que as equipes estão desenvolvendo suas próprias tecnologias. Mas é preciso ser realista”, aponta o chefe da McLaren. “O desafio dos engenheiros hoje é em cima da eficiência de se tirar o máximo dos componentes do carro em cima das restrições que temos. Enquanto o público identificar que o desafio de se fazer uma tecnologia de ponta dentro desse quadro específico, o DNA da Fórmula 1 permanece intacto”.

Whitmarsh destaca que os custos da categoria explodiram há alguns anos por conta da presença de muitas montadoras na Fórmula 1 e da disputa entre elas. E vê a contenção de custos como a única maneira da categoria sobreviver. “A Fórmula 1 é um esporte muito caro. Nós da McLaren, mesmo estando bem financeiramente, queremos disputar títulos também daqui a cinco, dez anos. E, para isso, precisamos ter uma categoria forte e vibrante. Desde que a McLaren começou, 106 equipes passaram pela categoria e acabaram saindo. É uma estatística impressionante”, afirma.

Segurar os times que estão correndo é a filosofia pregada pelo presidente da FOTA. “Se tivéssemos uma fila de gente querendo entrar na categoria, não seria problema se alguns saíssem. Mas pelo quadro da economia mundial que temos, é preciso mostrar responsabilidade e trabalhar com estas restrições”, prega Whitmarsh.

Curiosamente, uma filosofia que vai um pouco contra as movimentações de Bernie Ecclestone, que parece decidido a voltar a fazer seu show com apenas dez equipes para ser se um fracionamento menor do bolo satisfaz o apetite delas. Mas é preciso dar razão a Whitmarsh: no quadro atual, com carros em branco e uma equipe que faz rodízio de pilotos para conseguir um dinheiro que a mantenha, perder participantes é um luxo do qual a F-1 não pode usufruir.

2 comentários:

Gabriel Souza disse...

Ico,

boa tarde.
Se tivermos realmente a volta do efeito-solo, qual a mudança em relação as ultrapassagens?

Abraço!!

Tuta Santos disse...

Ico, só tu pra arrancar um depoimento desses do MW. No último parágrafo, "para ver se..."
Konichi-wa Ruiz Felnando-San