Todos os anos, a FIA publica no dia 30 de novembro uma lista provisória para o Mundial da F-1 seguinte. Como sempre, surpresas e motivos para especulações num período especialmente infrutífero em novidades para os sempre ávidos fãs do esporte. A principal do documento de hoje, sem dúvida nenhuma, está na aparição de Jarno Trulli ao lado de Heikki Kovalainen na Lotus - que afinal aparece como Team Lotus, embora todos sabemos que há uma disputa no tribunal com a Lotus Cars pelo direito de uso do nome.
Curiosamente, a equipe de Tony Fernandes ainda não confirmou sua dupla de pilotos de forma oficial, algo que não deve acontecer antes que a questão do uso do nome seja decidida. Mas a presença de Trulli na lista da FIA não deixa de ser significativa. Mesmo que no ano passado a lista de 30 de novembro ainda tenha passado por várias mudanças antes que a temporada começasse, nenhuma delas envolveu pilotos. A Brawn GP virou Mercedes, a Campos Meta virou Hispânia e a USF1 deixou de existir, abrindo uma vaga para a Sauber, mas os pilotos do documento original começaram o ano com o número e a vaga que lhes foram designados.
Resta saber se isso significa que as negociações de Bruno Senna com o time tenham chegado ao fim. Como coloquei nas últimas edições do “Credencial”, a informação que eu tinha era de que não havia nada acertado entre o brasileiro o time. E que uma corrente deste trabalhava para o italiano ficar. Há pouco no twitter Mike Gascoyne celebrou a presença do nome de Trulli na lista. Liguem os pontos.
Na Toro Rosso, o time já encerrou qualquer especulação há quatro dias com um press release confirmando Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, ao mesmo tempo em que apontava o australiano Daniel Ricciardo para andar no primeiro treino livre de cada GP para ganhar experiência - e colocar pressão nos titulares. A vaga no carro de número 24 da Virgin para Timo Glock também é mera formalidade - sua permanência está acertada.
No resto, o quadro é bem mais confuso: a Williams já agradeceu a Nico Hülkenberg num release e a confirmação de Pastor Maldonado é esperada a qualquer momento. Mas não há razão para ela não ter acontecido ainda se tudo estivesse acertado - o time nunca foi de perder muito tempo com suspense, que o digam campeões mundiais demitidos como Nigel Mansell e Damon Hill. Ou o dinheiro prometido pelo venezuelano não chegou, ou tem alguém com mais dinheiro por perto ou o time ainda está ganhando tempo para tentar arrumar mais patrocínio e manter Hülkenberg - que afinal ainda não assinou com ninguém -, empurrando Maldonado para correr na Hispânia.
Na Renault, a questão do nome ainda permanece incerta, com muitos rumores de que a Lotus Cars (a montadora malaia, não confundir com a turma de Tony Fernandes e Mike Gascoyne) compraria a parte dos franceses para entrar na categoria. Tudo isso está mantendo aberta a vaga do segundo piloto. Vitaly Petrov aparece com boas chances, mas precisa também aparecer com dinheiro. Questões financeiras também serão fundamentais para a segunda vaga na Virgin - embora Lucas di Grassi seja o nome preferido dos chefes, a necessidade de reforçar o orçamento impera no final. Quem está de olho em um desses dois cockpits é o belga Jerome d’Ambrosio.
Na Force Índia, o quadro também é obscuro. O empresário de Adrian Sutil disse que “só faltava assinar” e há muito circula no paddock uma história de que Vitantonio Liuzzi tem em seu contrato uma opção que o garante no ano que vem (contra a vontade do time, dizem). Mas Paul di Resta, o campeão da DTM, ainda sonha com uma vaga na equipe. E mesmo Nico Hülkenberg sondou a situação lá para se colocar entre os candidatos. Vai ser interessante saber como essa história vai terminar.
Na Hispânia, a preocupação é outra: manter a equipe viva. Depois da confusão envolvendo o fim do acordo com a Toyota Motorsport por falta de pagamentos, o time estuda iniciar o ano com uma revisão do carro de 2010 (um que nunca foi revisado desde que nasceu). E deve estar pedindo uma boa grana pelas vagas. Um péssimo negócio, afinal o que oferecem é um carro condenado a ser o último do grid. Precisa ver se sobreviverão ao inverno.
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7 comentários:
Excelente analise, como sempre.
Reparou que Button está com o numero menor que o de Hamilton mesmo tendo terminado atras dele? A que se deve isso?
Acha que Bruno ainda tem chances em alguma equipe? Qual?
Abs
Apenas uma pequena curiosidade, que não altera muita coisa (ou nada mesmo!):
Neste ano os carros da Sauber eram considerados BMW Sauber e, a partir de 2011 voltam a ser Sauber? Ou apenas o nome do time era, exdruxulamente, BMW Sauber em 2010?
Mais ou menos a mesma questão no que diz respeito à Virgin. Neste ano os carros eram Virgin, ano que vem Marussia-Virgin ou apenas o time é que levará essa designação?
Só pra esclarecer algumas questões... hummm... estatísticas...
um abraço
Renato Breder
Boa análise, Ico. Sobre a Team Lotus, acho que isto pode ser uma forma do Tony Fernandes "forçar a barra", embora se fale há algumas semanas, principalmente fontes francesas, de que o acordo com a Renault está prestes a ser assinado, mas desde então... nada. Será que na Malásia finalmente descobriram que o Dany Bahar está a ir longe demais?
Inreressante falares da Williams e do Jerôme D'Ambrosio (se deixasse crescer o cabelo, seria o sósia perfeito do Francois Cevért... LOL!) Sei que a McGregor pode ficar na Williams, e até com reforço no patrocinio. Mas sei também que um dos directores é familiar do Gierdo Van der Garde. E falou-se dele por estas semanas...
Em jeito de conclusão, 30 de Novembro ainda é uma data muito distante do 1º de Fevereiro, dia dos primeiros testes. São quase sessenta dias, e até lá, muito se pode confirmar... ou desmentir.
Ico, fiquei curioso tb pelo 3 do Button e 4 Hamilton...sabe a razão?
7 MS e 8 Nico já era de se imaginar...
Abs!
Ico, como fica o Bruno agora, teria alguma chance nas outras vagas?
Realmente fiquei chateado com o Trulli ter ficado.
Abracos
Ico, por incrível que pareça, a Hispania ficou em penúltimo no campeonato... a Virgin conseguiu ficar atrás... o que não muda o preço nem da lentira hondurenha, é verdade.
José Inácio e Celso, imagino que os números da McLaren devam ser por superstição. Hamilton e Button foram campeões com o 22 e vai ver q o primeiro, por ter primazia de escolha já q terminou na frente, escolheu o 4 q é a soma dos algarismos campeões.
Inácio e Glailson, Bruno deve ter sondado cada uma das equipes com vagas abertas (todos fazem isso, é a praxe). Como um piloto que traz apoio de empresas, tem chances sim, mas depende de negociações, não dá muito para prever.
Renato, as questões de nome são mais burocráticas que outra coisa. O "Marussia-Virgin" vem do fato da empresa russa ser "Title sponsor" e vai pagar uma boa grana por isso (além de poder opinar nos rumos da equipe). O BMW Sauber era só para o time "herdar" o prêmio pago para a equipe de F-1 da BMW pela colocação de 2009. Mas já este ano era, na prática, Sauber puramente.
Abs!
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