ADIVINHE QUEM NÃO VEM PARA JANTAR

Bernie Ecclestone foi convidado, mas não compareceu aos dois eventos que costumava prestigiar no mês de janeiro. No Wrooom, sua credencial estava pronta, mas ele não deu as caras. E neste final de semana ele também não esteve no encontro anual do jet set europeu na corrida de esqui em Kitzbühel, que tem uma concentração de renda per capita no nível de Mônaco em dia de GP.

Pode ter sido apenas uma opção em fugir do frio e curtir o calor em Dubai com a namorada brasileira, como apostam algumas colunas de fofoca do velho continente. Pode ser também uma maneira de fugir dos holofotes num momento em que o “Caso Gribkowsky” começa a complicá-lo. De acordo com o Süddeutsche Zeitung, um jornal sério e de credibilidade, existe uma carta enviada por uma empresa de Salzburg cobrando “honorários atrasados” no valor de US$ 2,3 milhões, assinada por um advogado do ex-consultor do banco BayernLB Gerhard Gribkowsky. O documento, enviado no final de 2007, pede também um novo cálculo do valor a pagar em virtude da queda no valor do dólar em relação ao Euro.

A reportagem aponta que Ecclestone teria ficado incrédulo com o pedido, mas que no final das contas teria pago o valor em duas transferências através de empresas com sede em paraísos fiscais. O Formula One Group nega estar envolvido em qualquer pagamento a Gribkowsky.

Quem vai julgar essa história é a justiça alemã. Mas se as acusações contra Ecclestone se sustentarem, ele tem bons motivos para ficar preocupado. Na Europa Central, quem tenta passar a perna no governo em crimes fiscais é julgado até o final e, eventualmente, condenado. Independente do poder financeiro e/ou político. Willi Webber e o pai de Gerhard Berger (de acordo com esse, como um “laranja” num negócio ilícito) são exemplos disso.

(Foto Luis Fernando Ramos)