quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

AFOGANDO EM NÚMEROS

A obscura AutoGP - uma categoria que usa os chassis da defunta A1GP e também tem cara de lavanderia de cédulas - resolveu inovar neste ano e liberar a escolha dos números para seus participantes. Com exceção do número 1, reservado ao campeão, cada um pode escolher o(s) algarismo(s) que mais lhe apetece.

A idéia é criar uma identificação a mais para o piloto, quase uma marca registrada. Isso acontece na MotoGP e o caso mais famoso é o 46 de Valentino Rossi. Acontece também na Nascar, onde os números ocupam lugares proeminentes nos carros. E, por caminhos diversos, aconteceu também na Fórmula 1.
Numa época em que a numeração era mais ou menos fixa (apenas a equipe campeã trocava de números com a campeã do ano anterior), tivemos a criação de pelo menos duas lendas: o 27, identificado com a Ferrari de Gilles Villeneuve; e o Red Five, o 5 na cor vermelha que acompanhava a Williams de Nigel Mansell.

Em 1996, tudo isso acabou: as equipes passaram a ser numeradas de acordo com suas colocações no Mundial de Construtores do ano anterior, com o piloto campeão mantendo o privilégio de levar o número 1 ao seu time. Tudo dentro da filosofia de ordem absoluta que rege a cabeça de Bernie Ecclestone.

O triste efeito disso foi que os números praticamente sumiram dos carros. Hoje, eles estão escondidos no meio de um mar de patrocinadores - e a maneira encontrada para diferenciar pilotos da mesma equipe está em cores distintas do espelho retrovisor, da entrada de ar superior ou da câmera onboard. No caso de pilotos com capacetes parecidos (como Rubens Barrichello e Nico Hülkenberg no ano passado), identificá-los num primeiro olhar era uma tarefa ingrata.

Eu acho que a Fórmula 1 faria um grande favor a si mesma se tomasse o mesmo caminho da insignificante AutoGP. Identificar as estrelas do espetáculo com números - e estampar estes números bem grande nos carros - é uma maneira infalível de mexer com a paixão dos torcedores. Até porque cada um deles tem um número favorito, muitas vezes surgido da época do kart.

Aposto que muitos sabem que Ayrton Senna adorava o 42. Rubens Barrichello, em 2011, terá novamente a chance de correr na F-1 com seu número favorito - o 11, que usou na Jordan em 1996. O de Felipe Massa, para quem não sabe, seria o 19 ou o 91 - a combinação dos algarismos 1 e 9 lhe dava sorte na época do kart e foi com ela que ele ganhou títulos na Fórmula Chevrolet, na F-Renault e na F-3000 Italiana.

12 comentários:

Marcelonso disse...

Ico,

Seria uma idéia interessante,mas com Tio Bernie por lá fica dificil.


abs

roger disse...

Agree! Tony Kanaan correu o ano posterior do seu titulo com o 11 e deixou pra lá o nº 1...(2004)

Thiago Wilvert disse...

Eu gostaria muito que voltasse essa prática. Mas como o Marcelonso falou, com o Bernie pentelhando por lá, é difícil. Enfim, tomara que volte!

O Senna gostava muito do 42, mas acho que na F1 o número que marcou foi o 12 (além do 1, claro).

Abraço!

Thiago Wilvert
@thiagowil

Celso AM disse...

Legal Ico,

Seria interessante apurar qual o número favorito de cada piloto deste ano, só para ter uma idéia de como ficaria o grid com tal 'liberdade' de escolha.

Abraço!

Marcos Antonio disse...

o mais interessante era a numeração clássica,com cada equipe tendo sua numeração fixa. Tyrrell 3 e 4, Williams 5 e 6, Ferrari 27 e 28, enfim cria uma identificação maior da equipe e pro piloto, que por exemplo ia corre rcom um numero lendário. Assim como o jogador qu epode ter a honra de jogar com a 10 do Santos. Mas a numeração virou apenas figurativo. ideias do Tio Bernie

Anônimo disse...

Concordo com o Marco Antonio: o n° deve ser da equipe sómente o n° deve seguir o piloto. Quanto ao Barrichello, ele usou o n° em 199, na Jordan.

Anônimo disse...

Queria dizer que somento o n° 1 deve seguir o piloto. e que o Barrichello usou o 11 em 1995.

Ron Groo disse...

Que maravilha de post... Quer dizer então que Rubens gosta é do 11... Dá um monte de piada legal, mas não vou fazer nenhuma em respeito ao bom ano que ele teve na minha equipe do coração, pela atitude sensacional que teve de oferecer ajuda a Tony Kanaan. E claro, pela esperança que este ano ele nos traga mais uma vitória ao time do Tio Frank.

Eduardo Casola Filho disse...

Saudade da Ferrari 27 e da Lotus 12...

Juliano disse...

Pelo padrão pré-1996, seria assim:

1- Sebastian Vettel - Red Bull-Renault
2- Mark Webber - Red Bull-Renault
3- Michael Schumacher - Mercedes
4- Nico Rosberg - Mercedes
5- Rubens Barrichello - Williams-Cosworth
6- Pastor Maldonado - Williams-Cosworth
7- Lewis Hamilton - McLaren-Mercedes
8- Jenson Button - McLaren-Mercedes
9- Timo Glock - Marusia/Virgin-Cosworth
10- Jerome D'Ambrosio - Marusia/Virgin-Cosworth
11- Heikki Kovalainen - Lotus-Renault (Tony Fernandez)
12- Jarno Trulli - Lotus-Renault (Tony Fernandez)
14- Robert Kubica - Renault(Lotus-Renault)
15- Vitaly Petrov - Renault (Lotus-Renault)
19- Narain Karthikeyan - Hispania-Cosworth
20- ?? - Hispania-Cosworth
23- Sebastien Buemi - Toro Rosso-Ferrari
24- Jaime Alguersuari - Toro Rosso-Ferrari
27- Fernando Alonso - Ferrari
28- Felipe Massa - Ferrari
29- Kamui Kobayashi - Sauber-Ferrari
30- Sergio Perez - Sauber-Ferrari
31- Adrian Sutil - Force India-Mercedes
32- Paul di Resta - Force India-Mercedes

* Mercedes com 3/4 pois era o número da Tyrrell que deu origem a essa equipe (Tyrrell = BAR = Honda = Brawn = Mercedes)

* Williams de 5/6 pois eram os números que ela constumava alinhar (Mansell/Piquet; Boutsen/Patrese; Mansell/Patrese; Hill/Villeneuve)

* McLaren de 7/8 (Prost/Lauda)

* Marussia de 9/10 porque sobrou

* Lotus do Tony Fernandez de 11/12 porque era o numeral do time de Chapman e ele chegou antes da outra Lotus

* A outra Lotus de 14/15 porque ela é a Renault e lembro deles usando esse numeral com o Prost

* Toro Rosso de 23/24 pois ela era a Minardi e o time do Giancarlo usava essa dupla de numeros

* Sauber de 29/30 pois estrearam na F1 em 93 com esse numeral

* Force India de 31/32 pois foi com esse numeral que a Jordan estreou na F1 em 91. Mesmo esquema da Mercedes (Jordan = Midland = Spyker = Force India)

* Ferrari de 27/28 e Red Bull com o 1/2 não precisa explicar

* Hispania de 19/20 pois esse era o numero da Benetton e o Colin Kolles me lembra o Briatore.

Não sei como era antes para bater essa combinação de 27/28 no mesmo time... hoje a Virgin usa 24/25... se houvessem mais equipes, a sequencia ficaria 26/27, 28/29... não teríamos uma mesma equipe com o numero mitico da Ferrari por exemplo (27/28)

Anônimo disse...

Acho que poderia voltar ao esquema dos anos 80, seria interessante. O piloto diria "É um orgulho muito grande pilotar esse carro 27"

Anônimo disse...

Na F-1 os números fixos sempre foram ligados às equipes do que propriamente aos pilotos.

Lotus: #5, #6, #11, #12
McLaren: #1, #2, #7, #8
Williams: #5, #6
Ferrari: #11, #12, #27, #28
Brabham: #5, #6, #7, #8
Renault: #15, #16
Tyrrell: #3, #4
Benetton: #19, #20
Ligier: #25, #26
Arrows: #17, #18

No entanto acontecia de alguns números ficarem marcados por serem bastante usados por certos pilotos ou por pilotos com estilos de pilotagem parecidos.

O #2 ficou marcado por 3 títulos obtidos com Alain Prost.

O #12 e o #27 lembram pilotos arrojados, pois foi usado por Villeneuve e Senna.

Tem tbm o #5, número que mais consagrou campeões, mas que virou uma marca registrada de Nigel Mansell.

Seria bem interessante para o marketing da categoria que a numeração das equipes voltassem a ser fixas, como era até 1995.

Gustavo Lucena