sábado, 12 de fevereiro de 2011

O CARTÃO DE VISITAS DE HEIDFELD

O alemão Nick Heidfeld praticamente garantiu a condição de substituto na equipe Renault do convalescente Robert Kubica. Em sua primeira experiência com o R31, o piloto marcou o melhor tempo na sessão de hoje em Jerez de la Frontera (confira as marcas aqui). Impressionou também pelo ritmo de corrida demonstrado, encaixando uma série de voltas com tempos iguais até mesmo no décimo de segundo, o típico sinal de constância que um chefe de equipe adora ver.

No início da semana, o chefe da equipe Eric Boullier havia dito que Heidfeld seria avaliado e que ficaria com a vaga se agradasse. Tudo indica que foi exatamente este o caso. O piloto, claro, optou pela cautela antes que algum anúncio oficial seja feito:

- É difícil avaliar o tempo de volta porque não sabemos a quantidade de combustível que os outros andaram. Mas foi um dia muito bom. Não é fácil se adaptar a um carro desconhecido e também a uma equipe nova. Mas não tivemos muitos problemas e todas as mudanças feitas nos colocaram na direção certa - apontou o alemão.

Seu discurso é bem pensado, pois reforça de forma indireta o valor de sua experiência no desenvolvimento de um carro. A performance na pista também estabelece uma base altíssima para o trabalho de Bruno Senna neste domingo. O brasileiro vai ter a chance da andar com o R31 mas, mesmo que alie velocidade na pista com uma boa avaliação do carro fora dela, dificilmente vai reverter uma escolha que parece feita.

Ainda assim, Bruno terá uma boa oportunidade de mostrar ao time o seu valor para buscar colher frutos a médio prazo. Se for bem, coloca pressão sobre Vitaly Petrov para uma possível vaga em 2012. A Renault definitivamente não está convencida do potencial do piloto russo, vide a busca em Nick Heidfeld por um novo líder para o time.

Embora a questão da Renault seja a que mais chama a atenção no noticiário, o teste de hoje começou a mostrar a possível cara das corridas da temporada. Como eu destaquei durante o “Pole Position” na Rádio Bandeirantes, Fernando Alonso fez uma simulação de corrida. E seus tempos no final dela eram quatro segundos mais lentos do que no início do stint, com os pneus chegando em frangalhos nos boxes.

Se mesmo um carro equilibrado como o da Ferrari está sofrendo dessa forma, imagine só a gama de estratégias que isso abre numa corrida. Vale a pena uma parada rápida no quinto final de uma corrida para extrair o máximo de um composto novo ou é melhor poupar o mais resistente para completar um longo número de voltas? Questões interessantes e que dependem muito de estilos de pilotagem diferentes - na McLaren, por exemplo, Lewis Hamilton consome muito, mas muito mais borracha que Jenson Button. Ao contrário do ano passado, acredito que teremos equipes arriscando muito mais no momento de parar seus pilotos e no composto a escolher. Bacana!

(Foto xpb.cc)

7 comentários:

Anônimo disse...

Ico, será mantida a regra de, para cada corrida, a pirelli levar apenas 02 tipos de pneus? e as equipes tendo que usar obrigatoriamente os dois tipos??

Rafael Duarte disse...

E o Heidfeld vai se tornando o Highlander da Formula 1. O cara so vai parar de correr o dia que cortarem a cabeca dele fora.

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Sim, a regra dos dois compostos continua. Mais abaixo tem uma entrevista com o Paul Hembery da Pirelli que ele fala da diferença que quer entre os compostos. Vale a pena a leitura!

Abs

Ron Groo disse...

Que me perdoem os nacionalistas, mas um é experiente e já pilotou por uma equipe que queria ser grande. Foi cogitado para ser piloto de uma gigante e acabou sendo piloto de testes dela. Foi piloto de testes de pneus...

E o outro é só Bruno Senna, apenas com o handcap do sobrenome, que convenhamos é forte, mas não garante nada.

Gilmar disse...

Olha ICO, eu acho que essa história de estilo não interfere tanto assim no consumo de pneus. Acho que a situação de corrida é mais importante. Não vejo a questão do estilo interferindo tanto assim.

Dé Palmeira disse...

Espero realmente que esse "xadrez" de diferentes estratégias traga alguma emoção às provas.

Eu acho muito bacana quando algum piloto aplica o famoso "nó tático" em seus adversários.

Quanto à Bruno, ele mesmo sabe de sua capacidade. Ninguém o viu dizendo besteiras como "agora é a minha hora" ou coisas do gênero.

É uma pena porque o carro parece ser bom de fato…

Herik disse...

Sei não, mas se não houver uma diferença brutal entre os carros - em especial a Red Bull - esta questão dos pneus pode pesar na balança em favor de Button. O inglês pode ser uma ótima aposta.

Mas Ico, tem acompanhado o novo WRC? Apesar da pouca variedade de modelos de carros - só Fiesta e DS3 - o rally da Suécia está sensacional!