Faz tantos anos que eu já não sei dizer ao certo, mas minha paixão pelo automobilismo começou muito provavelmente com os carrinhos de miniatura. Tinha uma coleção de modelos, de metais ou plástico, dos mais diversos tipos. Junto com meu irmão, fomos a uma loja de autorama, compramos uns decalques e passamos a decorar os carrinhos com números e patrocínios. E cada um virou um piloto: o bombeiro era o Alain Prost, a ambulância era o Didier Pironi, o fusquinha com uma cara do Barão Vermelho era o Keke Rosberg e por aí vai.
Desenhávamos no carpete de casa os circuitos mais variados, simplesmente passando o dedo no sentido contrário do material e criando as laterais da pista. Pegávamos um caderninho e organizávamos campeonatos, com os nomes originais das corridas da época. Era um barato e o maior campeão da “nossa” Fórmula 1 era o argentino Ricardo Zunino (alguém lembra dele?), um simples F-1 de plástico roxo, comprado por uns trocados, mas que era um foguete se comparado aos matchbox. Foi minha primeira lição técnica sobre engenharia de automóveis: menos peso=mais performance, já que a força dos nossos empurrões era mais ou menos a mesma a cada jogada.
Os anos se passaram e me lembro do dia em que cheguei em casa e minha mãe havia dado a caixinha com todos os carrinhos para a caridade, com o argumento materno de que só ocupavam espaço. Fiquei chateado, claro. Não por estar fazendo a alegria de algum garoto necessitado com brinquedos que eu mal usava, longe disso. Mas porque tinha um xodó na coleção: o Surtees TS19 utilizado por Alan Jones na temporada de 1976. Esse, eu queria ter mantido.
Foi aí que percebi que o fascínio infantil pelos modelos de brinquedo permanecia. Desde que me mudei para a Viena, passei a vasculhar o mercado de pulgas que acontece todos os sábados atrás das mais variadas miniaturas de carros de corrida. Já tenho cerca de 50, certamente não a maior e nem a mais bonita das coleções, mas uma que me dá muito prazer e que mantenho devidamente exposta na sala de casa, atraindo os olhares de quem nos visita.
Nos próximos dias, vou publicar algumas destas peças. Começando pelo Lotus 72 de Emerson Fittipaldi, fabricado pela Corgi Toys na escala 1/36.
Você também tem algumas miniaturas? Tire uma fotografia, mande para mim (o e-mail está aí, no menu de navegação à direita) dizendo o modelo, o fabricante e a escala. Terei o maior prazer em publicá-las, até que tenhamos uma enorme coleção de fotos de miniaturas.
8 comentários:
Adoro miniaturas...POrem tenho pouquissimas: duas.
Infelizmente os preços são muito altos.
Duas do Schumacher: uma F2000, da Hotwheels, e outra f2005, da shell, que é até bem bonitinha.
Eu estou alguns anos atrás de uma miniatura da Jordan EJ199, é o meu sonho de consumo em miniaturas de F1..... Se alguem tiver e quiser vender..... só entrar em contato.....
Boa tarde.
Muito bom o seu blog, com excelentes temas e com uma abordagem diferente sobre a história da Formula 1.
Cheguei ao seu blog atraves do Speeder_76 e como fala de miniaturas resolvi escrever um comentário e deixar o link do meu blog sobre miniaturas. Espero que goste.
http://4rodinhas.blogspot.com/
Cumprimentos
José
Aconteceu algo parecido comigo. Tinha uma caixa cheia de miniaturas tamanho 1:43 que dei ao meu sobrinho. Ele quebrou todos ao longo do tempo. Se eu soubesse disso, não teria dado. Tinha um hot-road vermelho, com o motor aparente que gostaria de ter até hoje.
Eu também organizava campeonatos, mas minha técnica era mais rudimentar: os carrinhos eram caixas de fósforos vazias, embrulhadas em papel branco, e coloridas com caneta hidrocor de acordo com as cores das equipes. Assim, a Renault era uma caixa de fósforo com as cores preto, amarelo e branco; McLaren, branco e vermelho; Ferrari, toda vermelha e assim por diante. As pistas eram o chão mesmo, sendo as curvas determinadas pelos pês de mesas, cadeiras, vasos de flores, sapatos estrategicamente posicionados e o que mais houvesse à mão. Incrivelmente, o "carro" que dominava o campeonato era o da RAM, lembra-se dela?
Quando tiver filhos, vou tentar incutí-los destas idéias malucas mas divertidas.
Bons tempos!
Abraços,
Júlio
Vou te mandar as fotos das minhas miniaturas. Também sou do tempo que os meninos brincavam de carrinho e de corridas e as meninas de boneca, não essa "mistureba" de hoje em dia.
Abraços!
Ico,vc é mais louco do que eu imaginava,pelo menos agora me sinto um pouco normal.
Aqui por essas bandas o negocio era de papel ,uma verdadeira loucura!
Mas tenho um Vanwall de 1958 e um Mercedes de 1939.
Jonny'O
Vale lembrar que por este dias faleceu o pai dos carrinhos de metal, o Sr. Jack Odell. Criador dos (apenas e tão somente) matchbox que dariam fama a Lesney Toys.
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