terça-feira, 4 de setembro de 2007

TEO FABI DO BRASIL-SIL-SIL!!!

A passagem de Teodorico Fabi pela Fórmula 1 foi discreta. De certa forma, combinando com seu caráter. Quieto, fechado, o italiano era um homem econômico nos sorrisos. Não era de todo um mau piloto, tanto que conquistou três pole-positions em 71 participações na categoria. Mas jamais conseguiu converter em resultados as chances que teve e cometeu um grande pecado que o queimou definitivamente perante os outros companheiros de pista: foi ele quem “furou” a greve dos pilotos realizada antes do GP da África do Sul de 1982. Seria sua corrida de estréia.

O que pouca gente sabe é que Teo Fabi disputou um Mundial pelo Brasil. Sim, pelo Brasil! E não foi de Fórmula 1, mas de esqui alpino!

O esqui tem muitas similaridades com o automobilismo: desenvolve reflexos, a capacidade de tomar uma decisão em fração de segundos, a noção de velocidade e a das linhas ideais para se fazer uma curva. A modalidade era muito popular entre contemporâneos seus: Patrick Tambay e Riccardo Patrese, entre outros, venceram competições infantis e juvenis na montanha, muito antes de chegarem na F-1.

Fabi também era um entusiasta do esporte, mas não bom o suficiente para integrar a equipe italiana. Seu pai, um milionário do ramo da cerâmica, possuía uma fabrica no Brasil. Como o país possuía apenas uma inscrição provisória junto a FIS (Federação Internacional de Esqui), mas não uma confederação reconhecida, o italiano pôde pleitear na entidade sua participação no Mundial de St. Moritz, em 1974, como esquiador brasileiro. E foi aceito.

Treinando junto com a equipe C da Áustria, seu potencial não era dos mais promissores. Na competição de Downhill, a mais nobre do esqui, Fabi ficou em 43° lugar, longos 20,2 segundos atrás do vencedor. Uma vergonha! Para se ter uma idéia, na última Olimpíada de Inverno, em Turim, o brasileiro Nikolai Hentsch também terminou em 43°, mas a 7,78 segundos do medalha de ouro.

Depois de tamanho vexame, Teo Fabi resolveu apostar no automobilismo, onde se saiu um melhor: no ano seguinte, em 1975, sagrou-se campeão europeu de kart. Após sujar o nome do Brasil na neve, Fabi pelo menos tomou uma lavada de Nelson Piquet na temporada em que correram juntos pela Brabham, em 1984. Nas classificações, ele nem chegava perto dos tempos do brasileiro. Seu melhor resultado foi umlugar, em Detroit, mas ele não chegou a subir no pódio: o italiano terminara a prova em quarto, e subiu uma posição meses depois, quando a Tyrrell de Martin Brundle (segundo nos EUA), perdeu seus pontos por uma decisão da FIA.

Tem cada história supreendente entre os personagens da Fórmula 1...

9 comentários:

Anônimo disse...

A temporada de 1984 foi ruim pra ele, mas a de 1986 foi bem boa. Ele, já na Benetton andou sempre bem próximo de seu companheiro, Gehard Berger. Na Áustria, os Benetton's com o motorzão da BMW, eram 1º e 2º no grid, com pole de Fabi. Se não me engano, repetiu a dose em Monza.

De 1987 pra frente não sei onde o italianinho foi parar. Alguém sabe?

Anônimo disse...

Excelente matéria! Sabia que o Teo e seu irmão Corrado eram bons esquiadores, mas desconhecia essa ligação com o Brasil.

Aliás, tenho uma história semelhante e resolvi postar no meu blog.

Capelli disse...

Muito bom, Ico.

E um adendo: o italiano subiu ao pódio "de verdade" uma vez, no GP da Áustria de 1987. Aquela corrida em que o Mansell bateu de cabeça na passarela.

L-A. Pandini disse...

Ico, o Jochen Mass também "furou" a greve dos pilotos no GP da África do Sul de 1982. Mas ele já era veterano e não ficou muito mais tempo na categoria (saiu após o aparatoso acidente sofrido no GP da França daquele ano). Abraços. (LAP)

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Lucas, o Fabi correu um tempo na Fórmula Indy, onde foi rápido, mas obteve poucos resultados significantes. Ainda correu de protótipos (chegou a ser campeao do mundo), mas desapareceu do mapa do esporte no início dos anos 90.

Mario, obrigado pelo elogio. Sua história é realmente sensacional! Se um dia vieres esquiar nos alpes austríacos, me avise que eu também sou fissurado neste esporte e a gente pode praticar juntos e trocar umas idéias.

Amigos Capelli e Panda, obrigado pelos adendos ao texto! :-)

Anônimo disse...

Depois da F1 Teo Fabi foi para.....Champ Cars, de 88 até 96. Seu melhor ano por lá foi 89, terminuo em quarto no campeonato e venceu uma corrida.

Andre

Marcog "unoturbo" Oliveira disse...

Isso me fez lembrar dos meus primeiros anos de F-1, lá por 82, em que eu pensava que o Riccardo Patrese era brasileiro...

Anônimo disse...

Só para completar a informação do pessoal sobre a Cart,na verdade em 88 foi o retorno do Fabi a categoria,seu grande momento na Cart foi em 1983 onde fez a pole em Indianapolis ,era estreante,e venceu quatro corridas no campeonato pela equipe Forsythe ,foi o melhor ano do italiano no automobilismo.

Jonny'O

Leonel Brites disse...

uma correção, o Brasil tinha inscrição na Federação internacional e o pai dele dono da Amiantifera di Balangero, "abriu" uma filial no Brasil comprou um apartamento para ele aqui onde ele registrou residencia e assim pode competir pelo Brasil, sei disso pois fiz toda essa documentação na epoca atravez do Clube Alpino Paulista o entao representante do esqui alpino por aqui.