O AVESSO DO AVESSO

Credencial na mão, acabei não conseguindo ir a Interlagos nesta quarta-feira por outros compromissos profissionais. Mas amanhã estarei por lá já de manhã, com mala, blog e cuia. Confesso que fiquei até um pouco aliviado de ser poupado hoje da viagem até o autódromo. Para quem não conhece São Paulo, Interlagos fica numa região bem afastada do centro, com os acessos sempre entupidos de veículos em quase todas as horas do dia. Um cenário de horror para um mal-acostumado com o transporte ridiculamente prático de Viena como eu.

Mesmo assim, o trânsito para se chegar na pista não é um argumento válido na altercação dos detratores do GP do Brasil de F-1. Que o diga os que tentaram chegar ao autódromo de Barcelona no domingo da corrida, o ápice da “Alonsomania” no país. Ou quem já pegou o engarrafamento da ponte que separa as partes européia e asiática da cidade de Istambul.

Ainda assim, uma coisa me espanta: como uma cidade consegue ter uma das maiores economias do mundo ao mesmo tempo em que, nas horas úteis do dia, cerca de um quarto de sua população está parada no trânsito? São Paulo é tão eficiente em fazer riquezas como é em desperdiçar coisas. Caetano tinha razão.

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De relevante no dia, só o comentário de Bruno Senna sobre o merecimento do título da GP2 de Timo Glock – provavelmente piloto titular da Toyota no ano que vem. “A iSport mereceu o título, o Glock só estava no carro certo”. Pode parecer inveja, mas o brasileiro fala com conhecimento de causa. Ele testou o carro da iSport em Jerez há poucas semanas e sentiu na pele a eficiência do equipamento. Bruno tem boas chances de fechar com a equipe para o ano que vem. Seria mais uma ótima decisão no seu bem-executado plano de carreira.