O finlandês é genuinamente reservado. Quem conta mais sobre isso é seu irmão, Rami. “Mesmo em casa, no conforto da família, ele nunca abre a boca. Sorri, fica feliz de estar em nossa companhia, mas gosta mesmo é de ficar quieto no seu canto. E depois de uns dias sempre some, sem se despedir ou avisar que vai embora. Ele é assim mesmo”. Mesmo na infância, Kimi fazia o estilo caladão. Rami, um ano mais velho, conta que tinha de atuar como tradutor. “Quando chegávamos em algum lugar e lhe faziam uma pergunta, Kimi murmurava algo ininteligível. Só eu, pela proximidade, entendia e tinha de explicar qual era a resposta”.
A linguagem com que o filho mais novo dos Räikkönen melhor se expressava era a do acelerador. Ele começou na kartismo de seu país em 1988, aos nove anos de idade, e já disputava provas internacionais aos doze. Em 1998, enquanto seu compatriota Mika Häkkinen vencia seu primeiro título da Fórmula 1, Kimi vencia a principal categoria de kart da Finlândia.
Nos anos de 1999 e 2000, o piloto fez 23 provas de Fórmula Renault, vencendo o título britânico da categoria. Ao final daquela temporada, fez um teste na equipe Sauber e impressionou profundamente o dono da equipe. “Ele sentou-se no carro e já virou tempos positivos. E não ficava bufando dentro do capacete como a maior parte dos novos pilotos”, comentou Peter Sauber na época.
Naturalmente, ele ganhou um cockpit na equipe. Sua relativa inexperiência gerou muitas críticas na pré-temporada de 2001, o que levou a FIA a liberar sua super-licença com uma ressalva, ela só seria confirmada após um período de observação da sua pilotagem nas quatro primeiras corridas naquele ano. Ele marcou um ponto logo na estréia, encerrando qualquer discussão. “Mas meu sonho é correr pela Ferrari”, chegou a declarar naquele ano. Mas acabou mesmo contratado pela McLaren para substituir Hakkinen, que se aposentara, em 2002.
Foi um ano difícil, especialmente pela péssima confiabilidade de seu carro. Mas Räikkönen mostraria sua força em 2003, quando brigou pelo título com o experiente Michael Schumacher até a última prova daquele ano, perdendo o título por apenas dois pontos. Em 2004, o finlandês voltou a sofrer com uma McLaren pouco competitiva e ficou em sétimo, mas terminou como vice-campeão no ano seguinte, após bela batalha com Fernando Alonso. No ano passado, Räikkönen foi o quinto colocado – lembrando que a McLaren não venceu nenhuma corrida.
Mas o “cometa gelado” nem ligou. Já tinha contrato assinado com a Ferrari para substituir Michael Schumacher. Sua estréia na equipe italiana foi com vitória, mas depois o piloto sucumbiu na primeira metade do ano, com dificuldades para se adaptar à performance dos pneus Bridgestone. Quieto, como gosta, trabalhou duro para reverter o quadro. E encerrou o ano com uma recuperação alucinante que o levou ao primeiro lugar na tabela. Com seis vitórias em 17 corridas, uma conquista mais que merecida.
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Não percam a cobertura completa da corrida na próxima edição da revista RACING, nesta terça-feira nas bancas. Vale a pena! Por hoje é só, obrigado pela audiência e amanhã tem mais histórias deste fim-de-semana histórico em Interlagos.
4 comentários:
Ico, hoje vou dormir feliz! Falei pra quem quisesse ouvir que ia dar Kimi hoje e que o Hamilton ia se estrepar. Quando ele (LH) passou direto no Lago, comecei a comemorar, na base do EU SABIAAAAAA!!!!!
No fim, fez-se justiça. Ia ser muita sacanagem a McLaren ganhar, depois de tanta falcatrua. O mais engraçado é pensar em justiça sendo feita no Brasil....
E não custa lembrar que a festa começou no sábado, com o meu Palmeiras pulando pra segundo no Brasileirão. Off-topic total, mas...
Abração.
Renato Müller, Sâo Paulo/SP
Repito:
Acho esse cara demais!
Parabéns ICO, pela execelente previsão feita na última edição especial da Rádio GP, me lembro que achei seu comentário mto pertinente ao ouvir qual seria sua Previsão para a corrida no domingo.
Deu exatamente o que vc preveu, meus sinceros parabéns !!
Abraço
Brunão
Comemore bastante, Kimi Raikkonen.
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