terça-feira, 22 de abril de 2008

BEM ME QUER, MAL ME QUER

Luca Montezemolo não quer Fernando Alonso, segundo matéria publicada hoje no Gazzetta dello Sport. Ele disse preferir uma dupla de pilotos que seja equivalente e trabalhe em conjunto. Pode parecer sandice. Afinal, uma equipe que eventualmente juntasse Kimi Räikkönen e o espanhol teria aqueles que, na minha opinião, são os melhores pilotos da F-1 atual. Maspara entender perfeitamente o ponto de vista do presidente da Ferrari. Se Alonso e McLaren entraram em colisão no ano passado, parece que o bicampeão e a Renault estão em sintonias diferentes após apenas três corridas. Embora o piloto negue, há indícios demais de que há uma cláusula de performance em seu contrato com o time de Flavio Briatore. Que, pelos resultados até agora, dificilmente será contemplada (imagino que seja algo como a equipe terminar o ano entre as três primeiras colocadas).

Assim, Alonso assiste de bermuda e chinelos o barco francês afundar, enquanto namora a Ferrari (e a BMW, e a Red Bull, Toyota...). Com isso, demonstra claramente uma falta de dedicação ao seu empregador (que lhe paga bem, aliás). Imagine se a Ferrari, recém-saída de um período vencedor baseado em um piloto que era sinônimo de trabalho, iria querer um sujeitinho marrento, ainda que extremamente talentoso com o volante.

Eu ainda acho que Alonso vai parar na BMW, mas também vejo como grande a possibilidade de Mario Theissen se desanimar com um muitas vezes mais genioso que genial Fernando Alonso. Se sua falta de entusiasmo com a Renault persistir, ele corre o risco de ver a equipe centrar seus esforços no novato Nelsinho Piquet – que inevitavelmente terá seu desempenho melhorando de forma gradativa até o final da temporada. Se eu fosse o espanhol, vestiria a camisa da Renault com todas as forças e buscaria ser o modelo de inspiração para motivar a equipe a voltar ao topo em 2009. Talento para fazer um bom carro, seus técnicos têm. Dinheiro, o espanhol pode ajudar a arrumar. É uma combinação que poderia dar certo, não acham?

2 comentários:

Eduardo Cruz disse...

Ico,
leio sempre o blog, embora não seja figura constante nos comentários. Acompanho F1 desde que o Emerson começou a correr, e sempre fui um apaixonado pelo esporte. Ultimamente, venho notando o mesmo que você escreveu: Alonso é um gênio, porém, extremamente genioso. Se algo não o agrada numa equipe, ele não pensa 2 vezes para sair espinafrando a equipe e desancando o pessoal, por não fazer o "carro campeão". Porém, como o Fábio Seixas escrevia ano passado sobre a Honda, também acredito que a responsabilidade de ter um carro campeão tem que ser dividida entre projetistas, técnicos, mecânicos e pilotos. Não adianta só uma parcela dos envolvidos trabalhar e o outro querer apenas sentar no carro, acelerar e se declarar o melhor do mundo. Schumacher, com toda a genialidade que tem, gastava horas e horas tentando melhorar o que já parecia perfeito. Senna, mesmo tendo período de férias maior que o segundo piloto da equipe, usava seu talento pra traçar a sintonia fina, que poderia ajudar um carro a ser mais rápido ou não, extraindo o máximo do equipamento que tinha nas mãos. Piquet era um gênio na arte de entender o equipamento e passar instruções para os mecânicos e o projetista para ter equipamento vencedor.
Não vejo isso no Alonso. Se ele treina regularmente (como aliás, todos os pilotos fazem), parece que, ao sair do carro, ao invés de fazer longas reuniões informando aos técnicos/mecânicos o que não o agrada, prefere gastar poucos minutos usando os microfones, para justificar que não está na frente porque o carro não é o melhor, mas que na próxima temporada estará numa equipe vencedora. Eu (que sou bem menos que um brasileirinho brigando contra um mundo na F1), se fosse Diretor ou dono de equipe, não o contrataria. Ainda acho que Kubica ou Vettel sejam mais negócio...

CarlosB disse...

alonso periga se tornar um gênio que ninguém suporta, de forma a comprometer suas transferências futuras. Ainda acho errado a atitude dele no início dos problemas da mclaren; a mim parece a atitude de um menino mimado, típico de quem sempre teve o que quis e não sabe ouvir um não. É o típico chorão (lembram-se do bate-boca com massa ano passado? o que foi aquilo? Sem patriotadas, massa fez muito bem em mandar ele "praquele lugar"). Não quis ficar na mclaren, então meu amigo, encare a bronca!