O pontoalto da história do futebol austríaco leva o nome “Córdoba”. Foi nesta cidade argentina, durante a Copa de 1978, que a seleção do país encerrou umtabu de 47 anossemvencersuamaiorrival, a Alemanha. Atéhoje, os jogadoresque estiveram emcampo naquela vitória por 3 a 2são reverenciados comoheróis e a narração do terceirogol é provavelmente o áudiomais escutado e repetido no paísnosúltimos 30 anos.
Eujá moro aqui há mais de sete e nunca consegui entenderporque se dá tantovalor a umjogoquenãovalianada – a Áustria já cumpria tabela naquela altura e o resultado, no máximo, impediu que a Alemanha disputasse o jogo de 3° e 4° lugarescontra o Brasil. No fundo, viver de umtriunfoque ficou no passado é criarumlastroque impede o futebol daqui de avançar. Não é à toaque a seleção austríaca virou nosúltimosanos uma espécie de pateta do continente, tomando muitas goleadas, não conseguindo se classificarpara os grandestorneios e sofrendo de absolutainsegurança. Nãome esqueço há uns trêsanosquando vi na tevê o capitão do time dizendo queempatarcom a Moldávia fora de casaeraumbomresultado. Moldávia!
Hoje, a Áustria tem uma chance de ouro de enterrar o significado de Córdoba, reconquistando o respeito dos adversários e, principalmente, de sipróprios. E reescrevendo a história. Bastaderrotar a Alemanha. Claro, no papel, o time de Ballack e Podolski ganhafácil, de 3 a 0 oumais. Masvocêsnão têm idéia da dimensãoqueestejogo tomou: não se fala de outracoisa na cidade, o ar parece eletrizado, há uma naçãointeira – e as outras nações da Europa, fora a Alemanha, também – à espera de ummilagre.
E eu vou torcer e sofrer junto deles. Se o milagre acontecer, vai ser a maiorfestaqueestepequenopaís no meio do continentejá viu. Caso contrário, vamos continuar vivendo dos gols de Córdoba. Pelo menos, o segundo foi um golaço!
Manda a Áustria jogar contra o Brasil! Certeza que eles ganham e dá uma animada aí Ico! Pelo que você escreveu, a Áustria parece ser a Venezuela da Europa...
Ico, o Hicksberger não é um dos heróis de Cordoba? Parece que sim, não é?
Mas é perferível recordarem Cordoba do que aquele "pacto de não-agrsssão" vergonhoso que aonteceu quatro anos depois, em Espanha, e que chutou a Argélia para fora...
Minha única boa lembrança do futebol austríaco é um centroavante grandalhão, meio trombador, mas que chutava com as duas. Acho que era Polster o nome do cara. E lembro de um amistoso em Viena, em 1988, Brasil 2x0 Áustria, em que o Andrade driblou meia Áustria antes de fazer um gol monumental.
Leonardo, eles ganharam, mas nao parecem que acordaram. Se jogarem como ontem contra Portugal, nao sei nao...
Eduardo, a sua comparacao é boa, embora a Venezuela esteja fazendo um bom papel nas eliminatórias. Mas a Áustria acabou virando um dos anoes do continente, infelizmente. No saldo, isso pode mudar.
Speeder, como esquecer da "vergonha de Gijón", o jogo que levou a FIFA e a UEFA a fazerem no mesmo horário os jogos da última rodada da fase de grupos. E sucesso para o time luso!
Mauricio, era o Polster mesmo, um grande jogador com o cérebro do tamanho de uma ervilha. Procure no you tube com as palavras Toni Polster Doppelpack, tem um vídeo bacana com vários gols dele.
Nessas horas eu penso: Graças a Deus por 1950! Há dois anos atrás encontrei um casal de uruguaios em Búzios, litoral norte do Rio. A primeira coisa que o moço (na verdade já um senhor nos seus cinquenta anos bem vividos) disse foi: "Desculpa por 50!". É algo até hoje comemorado por eles. Mas nunca mais ganharam uma copa do mundo.
Penso que se fôssemos nós os vencedores, hoje o Brasil não seria pentacampeão mundial. Ficará sempre aquele sentimento: "ganhamos cinco copas, mas perdemos a de 1950!"
Vou aqui pertinho, no Rio: CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO. Desde 1992 não ganham um título nacional. E desde 1981 não ganham um título internacional de expressão. Mas basta uma derrota de porte e uma zuação para que invoquem todas as conquistas passadas, meio que querendo se defender. É outro clube que vive de conquistas passadas.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
6 comentários:
Vai ser hoje que a Alemanha vai acordar para a copa!
Manda a Áustria jogar contra o Brasil!
Certeza que eles ganham e dá uma animada aí Ico!
Pelo que você escreveu, a Áustria parece ser a Venezuela da Europa...
Ico, o Hicksberger não é um dos heróis de Cordoba? Parece que sim, não é?
Mas é perferível recordarem Cordoba do que aquele "pacto de não-agrsssão" vergonhoso que aonteceu quatro anos depois, em Espanha, e que chutou a Argélia para fora...
Minha única boa lembrança do futebol austríaco é um centroavante grandalhão, meio trombador, mas que chutava com as duas. Acho que era Polster o nome do cara. E lembro de um amistoso em Viena, em 1988, Brasil 2x0 Áustria, em que o Andrade driblou meia Áustria antes de fazer um gol monumental.
Leonardo, eles ganharam, mas nao parecem que acordaram. Se jogarem como ontem contra Portugal, nao sei nao...
Eduardo, a sua comparacao é boa, embora a Venezuela esteja fazendo um bom papel nas eliminatórias. Mas a Áustria acabou virando um dos anoes do continente, infelizmente. No saldo, isso pode mudar.
Speeder, como esquecer da "vergonha de Gijón", o jogo que levou a FIFA e a UEFA a fazerem no mesmo horário os jogos da última rodada da fase de grupos. E sucesso para o time luso!
Mauricio, era o Polster mesmo, um grande jogador com o cérebro do tamanho de uma ervilha. Procure no you tube com as palavras Toni Polster Doppelpack, tem um vídeo bacana com vários gols dele.
Hola Ico! (Como se fala "olá" em alemão?)
Nessas horas eu penso: Graças a Deus por 1950! Há dois anos atrás encontrei um casal de uruguaios em Búzios, litoral norte do Rio. A primeira coisa que o moço (na verdade já um senhor nos seus cinquenta anos bem vividos) disse foi: "Desculpa por 50!". É algo até hoje comemorado por eles. Mas nunca mais ganharam uma copa do mundo.
Penso que se fôssemos nós os vencedores, hoje o Brasil não seria pentacampeão mundial. Ficará sempre aquele sentimento: "ganhamos cinco copas, mas perdemos a de 1950!"
Vou aqui pertinho, no Rio: CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO. Desde 1992 não ganham um título nacional. E desde 1981 não ganham um título internacional de expressão. Mas basta uma derrota de porte e uma zuação para que invoquem todas as conquistas passadas, meio que querendo se defender. É outro clube que vive de conquistas passadas.
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