Phil Hill, campeão mundial de 1961, morreu ontem aos 81 anos de idade, por complicações decorrentes do mal de Parkinson. Vi ele uma vez, em 2001, mas foi algo tão fortuito que nem ficou guardado na superfície da memória – e é engraçado como nessas horas a gente relembra do momento em detalhes. Foi no paddock da extinta Fórmula 3000 em Hungaroring, no motorhome onde todos comiam. Ele estava lá acompanhando o filho Derek Hill, piloto apenas mediano que tentou, mas não conseguiu chegar na Fórmula 1.
Quando Phil apareceu no lugar, fiquei admirado de ver um campeão do mundo - é o mais antigo que já vi até hoje. Mas não me animei a ir falar com ele, um septuagenário de aspecto frágil, os sinais da doença já começando a aparecer, completamente deslocado num ambiente bem distante do automobilismo que conhecera na Europa, quatro décadas antes.
Fui bobo. Deveria ter ido lá e mostrado meu apreço e respeito, acho que ele teria gostado. Vai ficar na memória apenas um olhar que transmitia muita força - o mesmo que eu via nas fotos. E fica o desejo de que ele descanse em paz. Se você quiser, mande também uma mensagem de condolências no site dele.
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Um comentário:
Feito raro atingido por Hill, entrar na seleta lista de campeões mundiais de Fórmula 1 que morreram de causas naturais.
Hulme, Hunt, Fangio (espero não estar me esquecedo de nenhum) e agora Phil Hill.
Há algo de triste em saber que, por mais que se sobreviva ao automobilismo, morrer é contingente, inerente. Nestes momentos, imagino os mortos nas pistas levantando a sobrancelha e sorrindo de leve.
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