DOIS QUADROS

Mais do que o resultado final dos treinos, uma olhada nos tempos das séries de voltas dos pilotos, hoje aqui em Spa-Francorchamps, dá um claro indício: a Ferrari largou na frente neste final de semana e parece caminhar para uma dobradinha no GP da Bélgica. Raikkonen e Massa conseguiram tempos muito mais constantes nos chamados “long runs” do que a dupla da McLaren. É um sinal de um carro bem acertado, o que não é mole neste traçado. Mesmo com um dia errático de Kimi Raikkonen – duas multas em 13 minutos de manhã, acidente à tarde – a equipe italiana tem tudo para confirmar o favoritismo que lhe era atribuído para esta prova.

Mas há sempre a chuva, e as muitas batidas nas sessões vespertinas da F-1 e da GP2 mostram que basta um descuido ínfimo (passar em cima de uma linha branca, atacar a zebra um centímetro a mais) para que o piloto tenha de arcar com conseqüências desastrosas. E, dizem os meteorologistas belgas, há 50% de chance de chover na classificação amanhã. Se for este o caso, o favoritismo ferrarista vai pro espaço numa sessão que premiará os sobreviventes, com possíveis surpresas em todos os níveis do grid. Como, por exemplo, um Adrian Sutil, piloto bom de chuva, entre os dez primeiros. Ou mesmo, como hoje à tarde, um Alonso na pole com uma estratégia mais ousada, aproveitando seu talento para a chuva e os efeitos maravilhosos que um volume menor de gasolina causa nesta pista (até 0s4 por volta). Vale a pena conferir com atenção!