quinta-feira, 23 de outubro de 2008

BATE E AFAGA

Esta velha artimanha política é a preferida de Max Mosley na hora de impor as suas vontades. Nos longínquos tempos de bonança econômica (leia-se abril deste ano), as fábricas aproveitaram o pornogate para fazer pressão para a saída do dirigente, que vinha seguindo uma linha de trabalho visando salvar a presença das equipes independentes. Mantido no cargo e com uma crise mundial a seu favor, Mosley soltou um comunicado de quatro linhas, propondo um motor Standard e elevando a raiva dos homens das montadoras acima da rotação máxima.


O resultado disso? As equipes finalmente resolveram falar a mesma língua e se dobraram à idéia de três corridas por motor a partir do ano que vem. Não nos espantemos se, num futuro próximo, esse número suba ainda maisquem sabe, em um campeonato com 20 corridas, cada piloto precise usar a mesma unidade em dez delas. É o que Max quer, o motor Standard foi só para assustar.


E o uso de chassis das equipes de fábricas pelas independentes vai acabar passando, podem esperar. No fundo, a Fórmula 1 está mudando de cara: deixa de ser o campeonato da excelência para ser o da eficiência tecnológica.

5 comentários:

Ron Groo disse...

Pequena duvida: Com as equipes podendo comprar e vender chassis e motores entre si, pode ser o inicio da volta dos garagistas a F1?
Lógico que ninguém espera o surgimento de outro Collin Chapman ou um outro Jack Brabhan... Mas...
Estou viajando demais?

Anônimo disse...

Será que pra 2009 a venda de chassis já será liberada, ainda que de forma "camuflada"?

Algumas equipes tiveram sucesso instantâneo graças a isso - a Wolf, se não me engano, foi um desses casos, e a Toro Rosso não deixa de ser, também. Nessa Fórmula-1 burocrática de hoje, não sei se uma McLaren admitiria andar atrás de uma Force India com chassi da própria McLaren.

Enfim... mudanças são sempre bem-vindas nesse aspecto. O que me incomoda é mudar regulamento de treinos, pit-stops e outras coisas.

Anônimo disse...

Creio que a tendência seja essa mesma. Se não me engano, na DTM o mesmo motor é utilizado por toda a temporada. É uma diminuição substancial dos custos (claro, até a tecnologia ser desenvolvida).


Vitor, o de Recife

CarlosB disse...

Fico aliviado de ouvir que o MadMax apenas "jogou verde", como dizemos aqui em Recife, sobre o motor único. Acho que a F1 não pode abrir mão da competição de motores, sob pena de literalmente perder o encanto.
Torço para liberem logo a venda de chassis, e que retornem com a velha e boa classificação "pré-nascar-na-F1", e mudassem a pontuação (8 pontuando, mas com mais pontos ao vencedor). Mas aí já é querer demais.

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Hugo, em 2009, o uso de chassis alheios pode ocorrer, a Toro Rosso novamente vai com o mesmo carro da Red Bull. Em 2010, há a expectativa disso ser proibido, mas nao há nada decidido. A Force India, inclusive, está de olho nisso. Ela que lutou bravamente para a necessidade de ser um "Construtor", viu depois de Monza que é mais fácil vencer sendo cliente. Se a construcao continuar liberada em 2010, pode crer q a parceria FI-McLaren vai além do motor.

E é por isso, Groo, q acho q os garagistas nao voltam. As independentes serao bancadas por milionários, nao por aventureiros que amam o esporte como era o caso da maioria daquela turma.