sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NA SARJETA

Dia muito corrido, mas deu tempo para fazer um comentário sobre as medidas anunciadas hoje pela FIA. Gostei. Afinal, são mudanças que vão afetar pouco o andamento de um final de semana de corrida. Nada de testes, menos trabalho nos túneis de vento, motores com rotação menor e durando três corridas e fábricas fechadas por seis semanas. Meu maior medo, o das corridas serem encurtadas, não passou. Ainda bem, acho que mudaria muito o espírito das provas.


Curioso o fim dos “spotters”, os olheiros contratados para avaliar pneus e combustível usado pelos adversários. Diz o documento da FIA que as equipes informarão oficialmente a gasolina e a borracha que utilizarão. não falou quando. Será que, por exemplo, a McLaren vai saber antecipadamente com quanto combustível cada piloto da Ferrari fará o Q3, e vice-versa? Queria saber mais sobre isso.


No mais, como adiantado ontem, os testes foram realmente banidos ao longo da temporada. Ruim para Marc Gene, Luca Badoer, Christian Klien, Pedro de la Rosa, Gary Paffett, Lucas di Grassi e outros na mesma função de piloto de testes. Resta agora busca outra coisa para fazer. A regra também vai dificultar a preparação de novos nomes para a categoria. Por outro lado, selecionará com mais clareza os novatos realmente prontos para o salto.


uma coisa em todo esse corte de custos: no salário dos pilotos, alguns estratosféricos, ninguém nem pensou em mexer. Há pouco, vi na CNN um Lewis Hamilton ruborizado tentando explicar ao repórter porque não faria uma oferta para a McLaren para receber menos. “Sou pago para fazer meu trabalho. Além do mais, ninguém sabe o quanto eu ganho... Na verdade nem eu sei o quanto ganho”.


Se não sabe, é porque não é pouco. Gostei da atitude do Jeff Gordon. Para ajudar a sua equipe a sobreviver ao vendaval que atinge a Nascar (mais devastada pela crise que a Fórmula 1), abriu mão de seu salário milionário. “Não corro pelo dinheiro. Fico feliz pela chance de ganhar muito no passado, mas não preciso de tanta riqueza”. Em tempos de crise, um exemplo a ser seguido.

6 comentários:

Paulo Gouvêa Jr. disse...

Puxa Ico, por esta eu não esperava. Mas é daí que vem a graça do automobilismo americano em relação ao europeu.

Zezão disse...

Poutz Ico...essa atitude do Jeff Gordon soa quase como patriotica.

Anônimo disse...

Bom...se não vai mais existir piloto de teste então vão criar a de piloto reserva?
Como fica eventual substituição de um titular por algum impedimento num GP?
A equipe pode chamar qualquer um quem tenha a super licença?

Sds

Unknown disse...

Não concordo com a atitude do Jeff Gordon, por um simples motivo: Se ele quer pilotar por prazer, tudo bem, mas tem um monte de gente que ganha dinheiro por causa da sua imagem/trabalho.

Isso me fez lembrar, alguém tinha concedido um ensaio fotográfico vestida de Merylin Monroe, não cobrou nada por isso por causa da nostalgia que tinha com isso e tal, mas a revista que a publicou, além de não ter pago o cache, vendeu a edição como água;

Não cobrar pelo trabalho pode até soar bacana e tal, mas eu considero um atentado ao profissionalismo de modo geral.Poderia cobrar pelo menos um salário mais minguado.

Andre R. Parazzoli disse...

sem contar que Je Gordon é sócio da equipe onde corre...não ganha no salário para fazer bonito, mas e a grana que entra do patrocínio? Será que não sai de um lado mas entra de outro?

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Leonardo, quem errou aqui fui eu, e na semântica. Quando disse q Gordon abriu mao de um salário milionário, me referi ao "milionário", nao ao "salário". Lendo agora, vi q ficou confuso mesmo. Fique tranqüilo, Gordon ainda vai receber para correr, mas bem menos do que ganhava até agora.

Abs!