quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A MORTE MISTERIOSA DE MIKE HAWTHORN

Há exatos cinquenta anos, Mike Hawthorn morria num acidente na estrada A3 na altura da cidade de Guildford, no sentido de Londres. O inglês perdeu o controle de seu Jaguar em altíssima velocidade, o carro destruiu um ponto de ônibus e chocou-se contra uma árvore, partindo-se no meio.

Na versão mais difundida, Hawthorn teria reconhecido o Mercedes-Benz do chefe de equipe Rob Walker na estrada, que ia acima de 160 km/h, e resolveu provocá-lo. Depois de fazer uma ultrapassagem num trecho em descida, a pista molhada, o Jaguar do campeão de 1958 encostou no acostamento e ficou desgovernado.

Walker, um dos primeiros a chegar nos destroços e encontrar o amigo agonizando, sempre afirmou que os dois se encontraram casualmente na estrada. Mas Brian Taylor, um mecânico que trabalhava na oficina de Hawthorn em Farnham, afirma que um Mercedes como o de Walker passou por ali no dia do acidente, com Mike partindo em seguida em alta velocidade com seu Jaguar atrás do carro.

Racha ou não, a morte numa manhã fria de inverno livrou Hawthorn de um sofrimento tremendo: uma doença renal incurável havia sido diagnosticada e os médicos lhe deram cerca de um ano e meio de vida. Este pode ter sido o motivo que o levou a anunciar sua retirada das pistas, dias depois de se tornar o primeiro britânico a ser campeão mundial, em outubro de 1958.

6 comentários:

Anônimo disse...

Deve-se levar em consideração que Mike viu dois compenheiros morrem no ano do seu titulo.Luigi Musso e Peter Collins que era seu conterrâneo e grande amigo .Outro fator que o abalou psicológicamente foi o acidente em Le mans 1955 , na qual ele foi indiretamente responsável pela morte de mais de 80 pessoas

Anônimo disse...

Eu já sabia dessa história do racha, negada até a morte pelo Rob Walker, e também dos problemas renais do Hawthorn.

Não duvido que tenha rolado uma disputa entre os dois em plena rua. Se os pilotos de hoje também fazem isso às vezes, às escondidas, imaginem naquela época, onde o povo se arriscava bem mais do que nos dias atuais e havia pouca ou nenhuma preocupação com imagem, marketing etc.

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Charmeston, sobre a reacao de Hawthorn ao acidente de Le Mans (e tb sobre o tipo de visao que se tinha na época sobre acidentes, mortes e tragédias), vale a pena ler o livro "Le Mans 55" de Christopher Hilton. Por ele, tenho certo que todos estes episódios abalaram Mike, mas que ele poderia ter seguido a carreira apesar deles.

Abs!

Anônimo disse...

Das lendas que já ouvi do Grande Ruivo, uma diz que ele não suportava nada que tivesse a ver com a Alemanha, traumas mal curados da II Guerra Mundial. Por isso sua determinação em não se deixar passar pelo Fangio em Le Mans/55. O argentino pilotava uma Mercedes. O mesmo teria ocorrido no dia de seu acidente fatal. Hawthorn sentiu-se "desafiado" pelo carro de Rob Walker. Mas como eu disse antes, é apenas uma lenda.
Abç
Caranguejo

Speeder76 disse...

Conheço bem todas essas histórias. No ano passado, quando fiz uma matéria sobre ele, vi as fotos do seu acidente fatal, e o Jaguar dele estava como que partido ao meio, devido ao impacto do acidente.


Apesar das coisas todoas que se falaram (Le Mans 55, os problemas renais), acho que foi a morte de "Mon Ami, Mate" que o levou a pendurar o capacete. Eles eram muito chegados, pelas fotos que vi tiradas pelo Bernard Cahier.


Já agora, outra coisa: sempre é verdade que o Hawthorn teve um filho "por fora", feito depois da sua vitória em Le Mans (ou em Reims), em 1953? Li isso, não sei se no site oficial, se noutro lado...

Roger disse...

No site oficial do cara diz que ele estava justamente indo a viagem resolver assuntos particulares com seu advogado quando se viu atrás de uma Mercedes. Amigos, não tenho duvidas que foi um racha mal sucedido, o cara não aceitava ficar atrás de ninguém.