A mais nova equipe da Fórmula 1 já é uma realidade. A Brawn GP começa trazendo o nome e a inspiração de seu comandante Ross Brawn. Sua escalada na categoria mereceria um filme. Apaixonado pelo esporte, o inglês deixou um emprego seguro na unidade de pesquisa de energia atômica da Grã-Bretanha para ir operar máquinas na fábrica da March, em 1976.
Depois, foi galgando degraus: mecânico de F-3 na March; operador de máquinas, depois técnico em desenvolvimento e depois engenheiro de aerodinâmica na Williams; engenheiro de aerodinâmica na Beatrice; projetista-chefe na Arrows (ele é o “pai” do A10 e A10B); projetista-chefe na TWR, onde desenhou o Jaguar XJR-14 do mundial de protótipos; diretor-técnico da Benetton; diretor-técnico da Ferrari; chefe de equipe da Honda. Olhando esta incrível trajetória, é fácil entender sua motivação em ter uma equipe com seu próprio nome – especialmente em se tratando de alguém que trabalhou na fábrica de Didcot da Williams no final dos anos 70.
Assim, a Brawn GP se junta a outras onze equipes que (res-)surgiram na Fórmula 1 neste milênio: Jaguar, Renault, Toyota, Red Bull, Honda, BMW Sauber, Midland, Toro Rosso, Super Aguri, Spyker e Force India.
Interessante notar que cinco delas já fecharam as portas. O que leva à inevitável pergunta que dá título a este post. Sem tradição, com um projeto adaptado às pressas aos motores da Mercedes-Benz e que mal será testado antes da abertura da temporada, fica difícil prever um futuro róseo para a Brawn GP. A diminuição dos custos da Fórmula 1 é uma ótima notícia para equipes modestas como ela. Mas conseguir juntar uns 70 milhões de Euros por ano é sempre mais difícil para quem anda nas últimas posições (a não ser que haja um milionário por trás de tudo, o que não é o caso aqui).
Por outro lado, a Brawn GP tem motivos para nascer confiante e de peito erguido. Das onze equipes citadas dois parágrafos acima, apenas a Renault e a BMW Sauber começaram dispondo de uma estrutura comparável com a que a Brawn Racing herdou da Honda. E Ross Brawn é um cara sério e determinado, o que foi fundamental para os japoneses confiarem nele – e não em Nick Fry – para o comando da equipe.
Fala aqui alguém que passou muitas horas no motorhome da Honda no ano passado. Brawn era o sujeito de ar compenetrado, que fala muito pouco e gosta de executar seu trabalho através de reuniões em salas fechadas com seus responsáveis diretos. Já Fry estava sempre zanzando com um sorriso no rosto, louco para dar declarações a uma câmera ou um microfone – isto até lhe gerou uma comparação divertida dada por um brasileiro que circula no paddock: “ele é como namorada do Pedro Paulo Diniz, só quer aparecer”.
Ficou claro agora porque os japoneses preferiram a Brawn GP ao invés da Super Mega Fry Number One Racing?
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O maior efeito do pensamento pragmático de Brawn foi a escolha de Rubens Barrichello para ser o companheiro de Jenson Button. Sua opção nos dá uma idéia do tipo de filosofia que poderemos esperar do novo time, pelo menos nesta fase inicial, priorizando a estabilidade e a experiência. Quem nos dá sua visão sobre a situação de forma inteligente e bem-humorada é mais uma vez o Tuta, que contribui com mais uma charge.
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5 comentários:
Tomara que essa nova equipe dê pelo menos algum trabalho à Mc Laren, Ferrari, BMW, Renault. Pelo que passou, acho difícil. Mas, com essas novas regras talvez seja isso possível. Se não acontecer, também não incomodará.
É uma equipe que vou acompanhar de perto em 2009, principalmente pelo Ross Brawn, que não está caindo de paraquedas no automobilismo. Eu sei que a F1 precisa de "paraquedistas" pelo dinheiro, mas nao gosto dessa gente.
E estou rindo até agora com essa: “ele é como namorada do Pedro Paulo Diniz, só quer aparecer”.
Abraço
2009 o ano em que a Formula 1 teve de volta o espírito dos "garagistas" das décadas de 60/70. Sou Ferrari desde criancinha, mas vou torcer que nem louco prara que a BRAWN RACING de muito certo. Nada de grandes montadoras ou milionários no comando das equipes. O esporte não combina com a filosolia deles.
Ops....
FILOSOFIA. Sorry.........
Lembro com nostálgia na epóca que com uma simples Stewart, com aquele muito frágil motor Ford deu um suador tremendo no depois heptacampeão Schumacher em Interlagos, com direito a X no S do Senna, fico contente de esperar que o mesmo tenha hoje a possibilidade de ter novamente um carro que mesmo que improvisado, mas é um carro com aerodinamica assinada por Brawn e um propulsor que vem comprovando ser a cada ano muito confiavel e rápido...Mercedes, agora é esperar e torcer. Buton pode ser um bom piloto, que devia ter saido da equipa na epoca de BAR e tentado voos mais altos pra quem sabe se tornar melhor, hoje não agrega muito ao esporte. Mas torcer que ambos façam um bom campeonato para que a equipe tenha continuidade.
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