quinta-feira, 5 de março de 2009

BOLA PARA MAX

As propostas da FOTA, a associação das equipes, são muito boas. A idéia de aumentar a pontuação para o vencedor em dois pontos – e também a dos outros ocupantes do pódio em um ponto – é algo que eu realmente gostaria de ver em prática neste ano. Numa temporada que promete equilíbrio, o formato seria um incentivo a mais para a disputa nas pistas e tende a deixar a briga em aberto até para mais candidatos na fase final do mundial. Claro, há o risco de um piloto enfileirar uma série de vitórias e a coisa ficar sem graça demais, mas isto faz parte do esporte e é um risco a ser corrido. O mundo do tênis não acabou quando Roger Federer ganhava todos os torneioscom a mão esquerda” e agora todos vibram vendo seus duelos com Rafael Nadal.


As propostas que trazem a Fórmula 1 mais perto do público também devem ser aplaudidas. Instituir sessões de autógrafos obrigatórias aos pilotos será uma justa recompensa a quem paga muito caro por um ingresso e seus ídolos de longe, passando num bólido a mais de 300 km/h. Determinar que um chefe de equipe ou engenheiro fique disponível para atender à televisão durante as provas é outro fator que trará mais charme às transmissõesalgo que acontece há anos nos Estados Unidos e que eu sempre achei positivo. A diminuição da distância das corridas e a mudança no formato da classificação também são medidas que acho necessárias para melhorar a dinâmica do evento.


O pacote inclui uma série de propostas para diminuir custos – muitas delas incluindo a padronização de diversos componentes. Há os que pensam que isto vai contra o DNA da Fórmula 1, de ser um laboratório para desenvolver novas tecnologias, estimulado pela competição interna. Mas no atual cenário econômico mundial, eu concordo com as medidas. Melhor uma torta murchinha que alimente todo mundo do que um bolo de noiva de sete andares que ninguém tem dinheiro para comprar.


Vai ser interessante ver agora a reação da FIA ao pacote. Ver se Max Mosley vai deixar a vaidade de lado e aceitar idéias construtivas vinda das equipes ao invés de impor com mão-de-ferro sua própria vontade, como sempre havia feito. Anteriormente, seu argumento era de que as equipes nunca chegavam a um consenso. Desta vez, chegaram. E com um pacote inteligente, sublinham também que todo o poder e a influência da FIA são desnecessários, que ela pode muito bem atuar longe dos holofotes, apenas como entidade reguladora.


Será que Mosley vai engolir essa?

12 comentários:

Anônimo disse...

A proposta de pontuação 12,9,7,5,4,3,2,1 só ratifica o que nunca deveria ter sido alterado que era a classica 9,6,4,3,2,1...Dar pontos ao 8o. numa corrida de , daqui a pouco, 16 carros é incoerente.
A não ser que se possibilite um
terceiro carro para todas a s equipes...
O sistema de descartes de resultados (alguns na primeira metade e outro na segunda metade do campeonato) ajudaria também a um piloto buscar melhores posições em corridas subsequentes....de novo, igaul à década de 70.
Muita espuma estes caras fazem, só isso.

Carlos Colangelo disse...

O que o Nick Fry ta fazendo nessa foto?

Anônimo disse...

É o caminho, tudo mais "pobrezinho". Só não gosto da diminuição da distância das corridas. Fixe-se um tempo, não uma distância. Com 250km, Monza não vai ter nem uma hora de duração, menos que uma corrida de DTM. Nada de exageros como as três horas de tortura da Nascar, mas corridas muito curtas vulgarizam demais o que considera-se ser o "pináculo dos esportes a motor".

Anônimo disse...

Depois de toda a teatralidade por parte do dirigente (Mosley)ameaçando e prenunciando o fim do mundo, acho que ele terá o bom senso e a pseudo-humildade em aceitar as propostas das equipes, coisa que é quase inédita, em relação a união dos times (se fosse aqui no Brasil, alguém iria dizer '...nunca antes na história desse pais...').
Enfim, acho todas essas propostas válidas e trariam uma certa economia e facilidade a todos (unificar o KERS pode ser uma boa, diante do seu alto custo e estudo).
Por fim, mudar a pontuação, valorizando o primeiro colocado é a mais acertada decisão de todas, melhor que isso só se realmente proibirem o reabastecimento...

Anônimo disse...

Mais um detalhe a respeito do encurtamento das corridas: duvido que isso reverta em ingressos mais baratos...

João Marcelo disse...

O que o Nick Fry ta fazendo nessa foto?[2]

rapaz, estou vendo a hora dessa ex-honda anunciar Di Grassi.

Ron Groo disse...

Fiquei na duvida, se atribuirmos dois pontos a mais para primeiro e dermos um ponto a mais para o segundo e para o terceiro não vai dar na mesma?

Speeder76 disse...

Eu li os argumentos da FOTA, e só posso aplaudir. Por ali, o "Tio Max" já não pode buscar argumentos para ditar os regulamentos como se fosse o "Rei Sol: A Lei sou eu".


O bom senso diz que no dia 17, o Tio Max aceite com um sorriso as recomendações da FOTA e as passe para lei, pois caso contrário, terá uma guerra a rebentar aos seus pés. Só para terem uma ideia: o novo Acordo da Concórdia está pronto, mais ainda não foi assinado pelas equipas. Eles podem jogar esse trunfo, em caso de conflito...

Anônimo disse...

O Fry foi apenas substituir o Brawn na coletiva de hoje, já que o Brawn participou da reunião em Genebra, na quarta-feira...

Anônimo disse...

Ron Groo,
não dá na mesma pois dessa forma o primeiro vai fazer 12 pts e o 2º e 3º vão fazer 9 e 7 respectivamente. Então a diferença entre o 1º e o 2º aumenta para 3 ao invés de 2 pts, como é hoje.

Muito pertinente o que o Smirkoff mencionou sobre fixar tempo e não distância, já que existem diferenças consideráveis nas extensões de cada circuito.

Alexandre Carvalho disse...

Eu só não concordo com a tal obrigatoriedade da sessão de autógrafos, porque assim perde toda a graça do contato com os fãs, uma vez que ficará caracterizado que os pilotos não estão ali por vontade própria, porque gostam desse contato, mas sim por conta de uma cláusula contratual.

Aliás, é interessante notar que em boa parte dos casos esses caras agem como se tudo o que fizessem fosse uma obrigação, algo chato e cansativo, e que só lhes interessa apenas correr.

Um bom exemplo disso é quando estão no pódio, onde em raras ocasiões eles abrem um sorriso, mas na maioria das vezes mantêm o semblante fechado, como se aquilo fosse algo rotineiro, burocrático e nada mais.

Aliás, uma coisa que nunca vi ninguém questionar é sobre o porquê de eles nunca cantarem os hinos de seus países.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.