quinta-feira, 30 de abril de 2009

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA FÓRMULA ECONOMIA?

O teto determinado pela FIA de 40 milhões de libras anuais deve atrair uma série de novos nomes para a Fórmula 1: USGPE, Lola, iSport e por aí vai. Para se ter uma idéia, este valor é cerca da metade do que será gasto pela Force Índia neste ano. E ainda implica em uma série de vantagens esportivas: testes ilimitados, motores sem limitação de giros e até mesmo incentivos econômicos no transporte de material (cortesia do senhor Bernie Ecclestone). Inclusive, o limite do grid foi ampliado para 26 carros, o que permitiria entrada de três novas equipes no ano que vem.

Mas a crise econômica mundial é o que menos motiva as ações da dupla de dirigentes que comanda a Fórmula 1. O que Max e Bernie fizeram hoje foi mais um golpe para enfraquecer a FOTA nesta briga intensa pelo poder na categoria. Estão facilitando ao máximo para que novos nomes façam parte da divisão do bolo, justamente num momento em que as equipes buscam abocanhar uma parte maior dele – isto fracionaria os lucros pretendidos por elas. Além disso, ganham maior influência política, já que estas novas equipes serão muito gratas à “bondade” de FIA e FOM. O golpe final é a criação de um regulamento que vai permitir que estas “nanicas” briguem com as grandes logo de cara através das já citadas vantagens esportivas.

E é justamente isso o que eu não gosto. Sou simpático à chegada de novos times e não tenho partido nessa briga pelo poder. Mas lamento e muito esse caminho de um regulamento cada vez mais complicado e de continuidade inexistente. Isso torna a Fórmula 1 chata. Não para os fãs chamados “hardcore”, como você, mas para o público em geral. Que uma hora vão se cansar, embananados com tantos termos técnicos e com carros que disputam uma mesma corrida em configurações diferentes.

E vão mudar de canal.

13 comentários:

Unknown disse...

é verdade. a capacidade da categoría de manter o nivel, depende da sua habilidade para manter o regulamento independente de qualquer discussão de ordem politico.

Ron Groo disse...

Mas corre-se mesmo o risco de termos subdivisões dentro da mesma corrida? Com os vencedores da turma que corre na A, na B e assim por diante?
Isto seria terrível e até os "hardcore" ficariam entediados.

Uma pena que uma noticia tão boa quanto a chegada de gente nova esteja vinculada a um perigo destes.

Anônimo disse...

Podre !

só posso falar isso.

oque irrita é ver os dois orquestradores principais desta novela, tio max e tio bernie, posarem de almas caridosas, unicamente preocupadas com o esporte.

estão tão embriagados pelo poder e pela grana que mais cedo ou mais tarde vão acabar matando a galinha dos ovos de ouro.

mesmo fã do esporte, esses episódios cansam e sinceramente tiram todo tesão do esporte.

triste muito triste !

abs

Filipe w

Smirkoff disse...

Também não gostei nada dessa decisão política por demais maquiavélica. Não basta o fato que os carros vão mudar consideravelmente em 2010 (maior peso, fim do reabastecimento, promessa de pneus diferentes pela Bridgestone), ainda serão duas categorias com aerodinâmica e potência diferentes. Se um piloto de uma dessas equipes novas ganhar corridas vai ficar aquele "mas" sobre ele que vai estragar a legitimidade do campeonato.

Se a FIA for muito irredutível em não aceitar nenhuma contraproposta da FOTA, uma manobra que sem dúvida melaria esse esquema seria uma adesão em massa à proposta. É impossível, creio eu, mas seria bem engraçado ver Mosley e Bernie voltando atrás por causa que, de repente, TODOS carros ficariam muito mais rápidos.

Henry disse...

ICO,
O piloto está sendo o mais desvalorizado e prejudicado neste embate político.

1abraço

Diego Camargo - Floripa/SC disse...

Sou fã(nático) de F1, mas o que esses dois estão fazendo é incrivelmente absurdo. O que me parece é que estão levando brigas pessoais e interesses econômicos de ambos acima de tudo. Parece que estão tentando vender o "sonho" que a BrawnGP está vivendo para outras futuras equipes como ProDrive, que só querem disputar o campeonato, não serem campeãs logo de cara.

É claro que a F1 vai continuar, mas para se tornar uma F-Indy que desaparece e volta é um passo. O excesso de agrados para a turma dos sheiks, xeques e o escambau está minando aos poucos o pouco de bom que a categoria tem, como as provas Européias. Que aos poucos vão sendo substituídas pela "perfeição" dos autodromos asiáticos, perfeição essa que é extremamente artificial.

A princípio esse negócio de "teto" parece boa coisa, mas só vai servir para nivelar por baixo mesmo. Não é natural, estao fazendo de tudo para tirar as boas equipes da frente. Concordo que o dinheiro gasto é absurdo, mas existe soluções mais coerentes para o problema.

Anônimo disse...

O que ? Filipe WWW por aqui ,tá sumido !!!!!

Olha ,ainda fico em duvida quanto a que lado ficar ,desta vez acredito que os velhotes estão dando o tiro certo , as equipes nunca foram amigas umas das outras ,um exeplo é a Willians mesmo ,hoje todo mundo fica torcendo para o retorno da equipe lutando pelos primeiros lugares ,o fato é ,quando ela estava por cima nunca exerceu este poder para lutar pelos pequenos ,mas não acho que deveria realmente faze-lo ,elas ,as equipes ,são por natureza competitivas e elas no poder duvido muito que a coisa funcione.

O que não gosto mesmo são dos nomes das possiveis novas equipes ,bem que poderiam escolher nomes como Lotus ,Brabham,Brm ou Cooper.

Jonny'O

Daniel Médici disse...

Bastante afiada sua análise, Ico. Confesso não ter pensado nisso quando ouvi as notícias.

Engraçado que eu tenho a impressão contrária: que o grande público vai curtir a pirotecnia.

Eu, 'hardcore', é que não suporto um regulamento (que na verdade são três) confuso e que não passa a impressão de justiça, entradas indiscriminadas do Safety Car e punições desportivas em excesso que, por incrível acaso, contribuem para empurrar decisões de título até a etapa final. Pessoas com que tenho contato e que não são tão ligadas em automobilismo costumam não dar a mínima para essas questões.

Ylan Marcel disse...

Enfim, o fim do reabastecimento, que tanto prejudica as ações em pista e ultrapassagens!!!

Paulo Cunha disse...

Excelente Ico,

Eu tendo a concordar com o Daniel Medici de que o público necessariamente irá diminuir. Mas é muito importante lembrar os efeitos políticos dessa decisão. A Fota unida é muito problemática para Bernie, e por ele que passa o dinheiro. Todas as ações, desde aceitar o difusor da Brawn, Toyota Willians até passar a mão na cabeça da McLaren ou deixar o Montezemolo puto da vida, forçam a Fota e isso é, sim, levado em conta.

Paulo Cunha disse...

"de que o público NÃO necessariamente irá diminuir"

Anônimo disse...

Fala grande Jonny´O !

Sumido mas ainda na ativa ! hehehe

para mim o pior não são nem as regras e sim o intuito com que elas foram concebidas, que na minha visão da coisa tinha o esporte em ultimo lugar na lista de prioridades.

abs a todos

Filipe W

Alexandre Carvalho disse...

Como fã hardcore, sou sempre favorável a qualquer medida tomada para que o grid permita a entrada de novas equipes, aumentando o colorido do circo, como acontecia nos anos 80, por exemplo.

Se isso será bom ou ruim, a ponto de diminuir o interesse do espectador médio (o que eu duvido), não dá para saber ainda. Vamos esperar a próxima temporada começar.