Foram meses vivendo umconfrontopolíticoaborrecido, confuso e cujaresolução reside apenas nas aparências. Afinal, Max Mosley aindaameaçapermanecerpormaisummandato na presidência da FIA, o regulamentopara o anoque vem não está finalizado e timesnovos, como a Manor, aindanão confirmaram se correm numa categoriasemtetoorçamentário. Aliás, não faltam acusaçõescontraessetime no processo de escolha promovido pelaFIA: existem alegações de que Alan Donelly, o braço-direito de Mosley e chefe dos comissários de prova a cadacorrida, teria participação na equipe. Semfalarque Nick Wirth, o nomemaisforte no projeto de F-1 da Manor, tem uma ligaçãotremendacom o atualpresidente da FIA. Desdeque nasceu.
Paracompletar o quadro, tivemos as infelizesdeclarações de Bernie Ecclestone ao “Times”. Ao fazer uma apologia das benesses de uma liderançaautoritária, o diminuto citou Adolf Hitler, Sadam Hussein, Margareth Thatcher e o Talibã. Vamos deixarclaroqueelenão elogiou diretamente a políticanazistaque resultou no holocausto. Mas entrou na valacomum de citarque o governo de Hitler acabou com o desemprego na Alemanha comoumfeitopositivo. O que dá mais ou menos no mesmo, jáque a massa estava empregadaparaalimentar uma indústriamilitarcomanseios de expansãoterritorial e destruição dos judeus – e emcima de uma políticaeconômicaquefatalmente quebraria o país, acontecesse ounão a II Guerra Mundial. Antes de subir ao poder, Hitler detalhou num livro o seumodo de pensar, porisso é ridículovir o senhor Ecclestone agoradizerque o ditador pode ter sido persuadido a fazercoisas erradas. Umsinalclaro de queelenão tem a menoridéia do que estava falando.
Esta série de manchetesnegativaspara o esportesãosintomasclarosjustamente disso: como as pessoasque têm o poder na Fórmula 1 perderam completamente a noção da realidade – e é precisoincluir nessa levatambém uma boa parte dos manda-chuvas das equipes. Ficam todos trancados emseus motorhomes envidraçados, costurando a divisão de umboloqueeraabsolutamenterentável, masque acabou completamente embolorado emmeio à criseeconômica.
Porquenão há modalidadeesportivaque (se) perdeu tantocom esta recessãocomo a Fórmula 1. Emparte, claro, porsuaprópriaconstituição, porserumimportanteinstrumento de marketing e de pesquisa da ricaindústria do automóvel. Maseu garanto tambémque está faltando visãopara as pessoasque tomam as decisões, justamenteporelas andarem viajando na maionese nesta insuportávelbriga de egos.
O curioso é verque uma boa saídapara a Fórmula 1 reencontrar o seu “eu” interior está bemdebaixo do nariz deste povo. Afinal, foram elesmesmosque reafirmaram o desejo de levar os custos “para os níveisque existiam no início dos anos 90”. Paraisso, caros Bernie, Max, equipes e patrocinadores, o caminho é clarocomocristal.
- Esquecercorridasemlugaresexóticos e semtradição no esporte.
- Permitirqueorganizadores de GPs tradicionais paguem preçosjustos e realistas, o que refletiria em preços de ingressos também justos e realistas para os torcedores, uma garantia de arquibancadas lotadas.
- Tirar a mordaça de relações-públicas dos pilotos, deixarem eles terem idéias próprias, dizer o querealmente pensam, enfim, ganharemcarisma e personalidade.
- Criar um regulamento que seja estável e simples – uma fórmula que dá certo há anos no futebol, no tênis, etc. Ninguém quer saber de Kers, de troca de motores e câmbios, de cálculos matemáticos difíceis sobre volume de combustível versus delta do tempo no Q2 e no Q3 dividido por consumo de combustível por volta. O mais rápido larga na pole; e o que fizer o melhor trabalho no domingo ganha a corrida. Ponto final.
Era assim no início dos anos 90 e é esta a melhor maneira da categoria criar uma boa base para garantir seu futuro muito além dos tempos bicudos atuais. Investindo no seu maior bem: o interesse de uma audiência que vai muito além dos absolutamente malucos pelo automobilismo. Tendo uma cara de competição esportiva: simples, direta, fácil de acompanhar. Os que gostam de política e economia, é óbvio, lêem outros cadernos do jornal. Está na hora dos que ditam os rumos da Fórmula 1 começarem a ler a sessão de esportes.
ontem vi a motogp em laguna seca, a indy em watkins glen e a stock em interlagos.
foram tantos circuitos clássicos que lembrei de uma frase sua, q inclusive reproduzi em meu blog:
"uma pista em que as curvas têm nomes, sinal inequívoco que se trata de um traçado com tradição!"
só pra dizer que concordo plenamento que a F1 em cingapura, china, bahrein é fria. e q o mais positivo do corte de custos seria a (provável) volta dos circuitos tradicionais.
A F1 deveria ser um laboratório para novas tecnologias que promovam o progresso do automóvel e não apenas uma diversão para os finais de semana com a qual o Bernie vai aumentando seu saldo bancário. Essa seria a verdadeira F1, o que temos hoje é só circo.
O Regulamento certo seria o que tratasse apenas do consumo de combustível e da segurança das pessoas envolvidas. Pelo menos na visão desse engenheiro apaixonado por carros...
Também assino em baixo. Principalmente para reduzir os custos para os autódromos mais tradicionais. Sinceramente, não tenho a mínima vontade de assistir corrida naqueles autodromos tipo Bahrain e outros do estilo.
Caraca... falo meus os "clap, clap" do Pandini... muito bom!!
Essa história de regras simples é o que faz o futebol ser tão grande como o é... sem a parafernália tecnológica, sem televisões para definir o replay, sem chip em bola qualquer um pode na rua de casa praticar o esporte da mesma forma como ele é praticado na final da Copa do Mundo...
Claro que com Fórmula-1 isso se torna impossível, mas se tudo fosse um pouquinho mais simples um garoto poderia disputar uma corrida em qualquer Kart Indoor da vida e acreditar que está praticando o mesmo esporte.... sentir a mesma energia... uma sensação proporcionalmente muito parecida!!!
É preciso popularizar o esporte... hoje em dia no Brasil mesmo o automobilismo está deixando de ser o grande assunto devido não só a ausência de pilotos brasileiros vencedores mas também à megalomania da Fórmula-1... que afasta o que garante o futuro da visibilidade de qualquer esporte... as crianças!!!
Concordo em numero, genero e grau com você, Ico. As regras dos futebol são as mesmas a mais de cem anos. Só mudaram a que o goleiro não pode segurar com as mãos a bola atrazada pelo próprio jogador. Deu mais dinamismo ao jogo. É assim que a F1 deveria ser tratada. Deveriam voltar com as pistas antigas (gosto do traçado de Watkins Glen). Abraço a todos.
Rapaz..grande post. Não acho que os adendos do Paulo Cunha, que tem boas idéias (só acompanharem o blog dele)são opostos ao seu post, Ico. A F1 é política, assim como qualquer a~ção humana é (avalie em um esporte de grande audiência), mas não merece ser alvo da politicagem, essa sim, parte ridícula da política, de um circo cujos palhaços cansamos de ver. E a disputa dos anos 80-90 era sim muito de engenheiros tb, mas o aspecto humano dentro do carro fazia do esporte ser mesmo um esporte. Se for apenas fruto do trabalho de companhias e engenheiros X companhias e engenheiros, isso não é esporte, é disputa na feira de ciências.
Muito bom seu texto, meu caro Ico.Que tal se nós o subscrevêssemos e enviássemos uma cópia para Bernie, Max e os "impossíveis" chefes de equipes da F1? Vamos nóooos!
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
16 comentários:
postado 9h33 e lido às 9h39. hehe
ontem vi a motogp em laguna seca, a indy em watkins glen e a stock em interlagos.
foram tantos circuitos clássicos que lembrei de uma frase sua, q inclusive reproduzi em meu blog:
"uma pista em que as curvas têm nomes, sinal inequívoco que se trata de um traçado com tradição!"
só pra dizer que concordo plenamento que a F1 em cingapura, china, bahrein é fria. e q o mais positivo do corte de custos seria a (provável) volta dos circuitos tradicionais.
abraços!
CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP!
Assino embaixo.
Abração! (LAP)
A F1 deveria ser um laboratório para novas tecnologias que promovam o progresso do automóvel e não apenas uma diversão para os finais de semana com a qual o Bernie vai aumentando seu saldo bancário. Essa seria a verdadeira F1, o que temos hoje é só circo.
O Regulamento certo seria o que tratasse apenas do consumo de combustível e da segurança das pessoas envolvidas. Pelo menos na visão desse engenheiro apaixonado por carros...
Abraço,
Natal Antonini
Também assino em baixo. Principalmente para reduzir os custos para os autódromos mais tradicionais. Sinceramente, não tenho a mínima vontade de assistir corrida naqueles autodromos tipo Bahrain e outros do estilo.
Abraço
Ico!
Tão claro quanto água.
abraço
Vivian
Gostei que escreveste. Bastante!
Caraca... falo meus os "clap, clap" do Pandini... muito bom!!
Essa história de regras simples é o que faz o futebol ser tão grande como o é... sem a parafernália tecnológica, sem televisões para definir o replay, sem chip em bola qualquer um pode na rua de casa praticar o esporte da mesma forma como ele é praticado na final da Copa do Mundo...
Claro que com Fórmula-1 isso se torna impossível, mas se tudo fosse um pouquinho mais simples um garoto poderia disputar uma corrida em qualquer Kart Indoor da vida e acreditar que está praticando o mesmo esporte.... sentir a mesma energia... uma sensação proporcionalmente muito parecida!!!
É preciso popularizar o esporte... hoje em dia no Brasil mesmo o automobilismo está deixando de ser o grande assunto devido não só a ausência de pilotos brasileiros vencedores mas também à megalomania da Fórmula-1... que afasta o que garante o futuro da visibilidade de qualquer esporte... as crianças!!!
Abração Ico!!!
Carlos Garcia
Concordo em numero, genero e grau com você, Ico.
As regras dos futebol são as mesmas a mais de cem anos. Só mudaram a que o goleiro não pode segurar com as mãos a bola atrazada pelo próprio jogador. Deu mais dinamismo ao jogo.
É assim que a F1 deveria ser tratada.
Deveriam voltar com as pistas antigas (gosto do traçado de Watkins Glen).
Abraço a todos.
Eu discordo :)
Nunca vi fórmula 1 como um esporte só de pilotos, mas de engenheiros tb. E só pra provocar, nem a pelada de fim de semana é isenta de política...
Mas pra variar tem pontos importantes que vc levanta. Ditadores são um saco de aturar em qualquer lugar...
Rapaz..grande post. Não acho que os adendos do Paulo Cunha, que tem boas idéias (só acompanharem o blog dele)são opostos ao seu post, Ico. A F1 é política, assim como qualquer a~ção humana é (avalie em um esporte de grande audiência), mas não merece ser alvo da politicagem, essa sim, parte ridícula da política, de um circo cujos palhaços cansamos de ver.
E a disputa dos anos 80-90 era sim muito de engenheiros tb, mas o aspecto humano dentro do carro fazia do esporte ser mesmo um esporte. Se for apenas fruto do trabalho de companhias e engenheiros X companhias e engenheiros, isso não é esporte, é disputa na feira de ciências.
Muito bom seu texto, meu caro Ico.Que tal se nós o subscrevêssemos e enviássemos uma cópia para Bernie, Max e os "impossíveis" chefes de equipes da F1? Vamos nóooos!
Concordo em 100% com você Ico. Diria até que é a opinião mais sensata que li sobre o momento atual da Formula 1, em tempos.
Só digo uma coisa, concordo completamente!
Abraços
Ico, traduz este post e manda pra FIA, os caras te colocam no lugar do Max fáci, fácil! Abraços!
... e é isso aí mesmo, Ico.
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