Carrasco, algoz, carnífice, martirizador, tirano, torturador, verdugo. Sãosinônimos do que é Flavio Briatore para Nelsinho Piquet. A nota fortíssima, direta e clara divulgando suasaída da equipe Renault seguiu o tom das conversasquenós da imprensabrasileira tivemos na Hungria com os doispersonagens dessa (des-)união. Você se lembra, estava no perfil do italianoesmiuçadonesse post.
Chegaaté a sercuriosoque o ciclo do pilotobrasileiro na Renault termine depois do GP nas cercanias de Budapeste. Lembro-me muitobem de uminéditodomingochuvosoem Hungaroring. Eraem 2006, Nelsinho tinhaacabado de vencer a prova da GP2 debaixo de umdilúvio, fechando umfinal de semanaperfeito (duas vitórias, duas voltasmais rápidas, a pontuaçãomáxima). Estávamos falando comele, quandoseupai o puxou. “Vamos pro motorhome que o Flavio querconversar”. Ali nascia a parceriaentre o empresário e o piloto. “Foi aíque o períodonegro da minhacarreira começou”, assinalou o piloto, hoje, emnotaoficial.
Dizerquem tem razãonosargumentos é uma tarefainócua. Briatore tem razão ao afirmarque os resultados do brasileiro foram decepcionantes parajustificar a troca. E Nelsinho tem razão a apontar a falta de palavra no que deveria receber da equipeemequipamentos e atençãoparajustificar os resultados. Não é umcasoinédito. Conheço pelomenosdoispilotosque deixaram umtime dirigido por Briatore com a certeza de que haviam sido prejudicados propositalmente, Jarno Trulli e Alexander Wurz, emboraelesjamais ousassem umtestemunhotãoclaro e diretocomo o que vimos hoje.
Tenho comigoque Nelsinho é umpilotomuitomelhorqueseusresultados sugerem. Sempre demonstrou umritmo de corridasólido e teve humildadeparaadmitirsuasdificuldadesnos treinos de classificação – umpontoemque, realmente, deixou a desejar, mesmocom o handicap no equipamento. Quem acompanha o trabalhoque fazemos a cadacorrida sabe quesuasentrevistassempre rendiam assuntos interessantes, confessoque vou sentirfalta delas.
Tomaraque Nelsinho tenha a chance de recomeçarsuatrajetória na Fórmula 1 como gostaria, atépara conferirmos se seupotencialrealmente acabou abafadopelo modus operandi de Briatore. A história mostra que reerguer-se é muito difícil. Continuo achando improvável (masnãoimpossível) que o pai assuma a estrutura da BMW paracriarsuaprópriaequipe na categoria. Seria o caminho mais fácil pelo lado humano, mas um desafio colossal do ponto de vista financeiro/administrativo. Assim, vejo o pilotocommaischances de assumir uma vagaemum dos timesquejá assinou o Pacto da Concórdia. Acordo que deve restringir ainda mais os testes, aumentando as chances de pilotos que já conhecem a rotina da F-1, como ele.
10 comentários:
Luiz G
disse...
Já é o segundo Piquet que Briatore dispensa.
Acho que ele vai pra Williams no lugar do Rosberg, que já está de saída para McLaren.
- 1991: dispensa Roberto Pupo Moreno, alegando que este tinha problemas mentais, - 1992: dispensa Brundle, porque não acompanhou o ritmo do Schumacher (dizem que o Briatore até hoje se arrepende do feito), - 2007: quase acaba com a carreira do Kovalainen, taxando sua estréia de "lixo".
Acho que o Nelsinho saiu é ganhando. Boa sorte a ele.
É Ico...da pra ver q o Briatore é daquele tipo de patrão que, embora competente, ninguém quer ter. É só ver a quantidade de pilotos que passaram por ele:
Na Benetton, onde trabalhou de 90 a 97, foram 11 pilotos titulares diferentes(sem contar o Wurz) e 3 demissões em meio de temporada.
Na Benetton-Renault, de 2001 até agora, já foram 7 pilotos diferentes, e com a saída do Piquet, 2 demissões em meio de temporada.
Ou seja, 18 pilotos titulares diferentes (19 com Grosjean) em 16 temporadas que o cara trabalhou na F1. Além de 5 demissões durante o ano.
Agora outras equipes nas ultimas 16 temporadas (94-2009):
Cara não é prá te desanimar mas, a volta do Nelson Jr. à f-1 por alguma equipe só se for por dois motivos: 1- Papai paga pesado prá ter o filhão em um cockpit ou então monta um equipe ( o que demonstra o termo "filhinho de papai" que ele é - não sou contra que tendo dinheiro faça tudo o que puder pelo filhote, mas...), pois por análise técnica e psicologica e de postura de piloto nem mesmo as novas equipes se interessam por ele.
Ico, Galvão falou na última corrida que nós poderiamos apostar,pois era grande a possibiliadde do Nelsinho fechar com a Williams. Vejo fundamento nisso.Nakajima nãoé dos meçlhores pilotos,masé japones(o único do grid) e é a Toyota que empurra os carros de Frank.A Toyota sempre apoiou a carreira do Kazuki... Rosberg tem grandes chances de ir para uma equipe melhor. Isso abre uma vaga.Seria essa de Nelsinho????
Sobrenome forte + Briatore + Alonso + carro ruim, deu no que deu. Ele tem talento sim mas precisa aliar isto a boas condições e, claro, corrigir erros. Torcendo!
Ué Ico, o Briatore é o mestre na arte da troca de pilotos no meio da temporada, é o ninja supremo em querer afundar um piloto em comparação ao outro. Ele é bom naquilo que faz? certamente, mas só o primeiro piloto deve gostar de trabalhar com ele. Basta ver como o Kovalein foi tratado na Renault e na McLarem. Em ambas equipes ele não correspondeu ao esperado. Na Renault foi taxado de "lixo" por esse velho louco. Na McLarem não houve nada disso. Certamente há pressão, e certamente o Kovalein irá sair também da McLaren, mas com tratamento totalmente diferente. Enfim. Espero que o Piquet tenha uma nova chance. E que não seja numa equipe montada pelo pai. Isso chega a soar ridículo. Espero que ele seja contratado pela Williams ou uma dessas novatas, e que demonstre ano que vem sua "verdadeira" capacidade. Acho que ele não correspondeu em vários momentos - principalmente pelas inúmeros erros de pilotagem e pela falta total de tempo na classificação - mas torço por ele. Gostaría de ve-lo em outro carro para ver seu comportamento tmb! abs
Gostei do comentário Ico. Como você não sou extremista ao tomar partido para um ou outro lado. Entendo o que move ambos (Briatore e Nelson) a fazer o que fizeram e falar o que falaram. Quero salientar no entanto que fiquei muito satisfeito com os relatos do Nelsinho para com essa saída. Acho que de forma dura, porém direta, ele falou o que muitos fãs, inúmeros pilotos e, ainda melhor, ele mesmo, queriam dizer e/ou ouvir a muito tempo. Acho que todos nós já estivemos alguma vez em uma situação de pressão extrema e sabemos como isso pode afetar de fato nossa performance, tanto física quanto psicológicamente. O mais importante para mim, no entanto, é que ele sai de cabeça erguida e pronto para se redimir se lhe forem dadas as condições.
Que belo post. Informativo, sereno e com opinião conclusiva sobre o assunto tratado, calcada em fatos presentes e passados, na personalidade e conduta de seus protagonistas e, sobretudo, nas experiências vividas pelo blogueiro em anos cobrindo esse esporte como jornalista, com seriedade e isenção, o que traz mais legitimidade ao relato. Excelente para nós, comentaristas, foristas, pitaqueiros (como eu) ou seja lá qual nome tiver isso.
Eu gostaria de não tomar partido nesse imbróglio, conforme orientação/filosofia do colega Eduardo Malheiros em seu comentário, onde, inequivocamente, mostra estar torcendo para que andem bem para o Nelsinho.
São suspeitas todas as minhas análises sobre esse assunto, independentemente de serem ou não justas, pois, por ser fã do Nelsinho, já escolhi o lado no qual pretendo ficar.
Mas, mesmo as pessoas não isentas têm opinião e podem acertar.
O Nelson Piquet nunca foi isento em relação ao Nelsinho. Ao contrário, tomou o partido do filho em várias situações proporcionando-lhe equipes e condições favoráveis para competir, sempre visando os melhores resultados. Os resultados foram os melhores, comprovando que o “tomar partido” não é errado e que as pessoas “não isentas” podem acertar.
Se o blogueiro montar uma agência de notícias e tiver um filho jornalista, certamente trabalharão juntos e produzirão bons frutos, o que será motivo de orgulho para ambos. Nenhum “empregado” será mais dedicado e terá maior interesse no sucesso do meu negócio do que o meu filho, que é também dono dele. Essa é a regra em todas as áreas e não vejo motivo para ser diferente no esporte.
Todo esse nariz de cera foi para opinar que, ao contrário do colega William Gonçalves, acho natural que em uma eventual equipe que o Nelsão comprar ou montar, o Nelsinho seja um dos pilotos. Sempre foi assim e sempre deu certo. Na verdade torço muito para que isso aconteça.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
10 comentários:
Já é o segundo Piquet que Briatore dispensa.
Acho que ele vai pra Williams no lugar do Rosberg, que já está de saída para McLaren.
Mais alguns fatos:
- 1991: dispensa Roberto Pupo Moreno, alegando que este tinha problemas mentais,
- 1992: dispensa Brundle, porque não acompanhou o ritmo do Schumacher (dizem que o Briatore até hoje se arrepende do feito),
- 2007: quase acaba com a carreira do Kovalainen, taxando sua estréia de "lixo".
Acho que o Nelsinho saiu é ganhando. Boa sorte a ele.
É Ico...da pra ver q o Briatore é daquele tipo de patrão que, embora competente, ninguém quer ter. É só ver a quantidade de pilotos que passaram por ele:
Na Benetton, onde trabalhou de 90 a 97, foram 11 pilotos titulares diferentes(sem contar o Wurz) e 3 demissões em meio de temporada.
Na Benetton-Renault, de 2001 até agora, já foram 7 pilotos diferentes, e com a saída do Piquet, 2 demissões em meio de temporada.
Ou seja, 18 pilotos titulares diferentes (19 com Grosjean) em 16 temporadas que o cara trabalhou na F1. Além de 5 demissões durante o ano.
Agora outras equipes nas ultimas 16 temporadas (94-2009):
Williams: 16 pilotos titulares (incluindo Senna)e 2 demissões intratemporada.
McLaren: 12 pilotos tit. e 2 trocas intratemporada.
Ferrari: 7 pilotos tit. diferentes e nenhuma troca durante temporada.
Depois dessa, tomara que o Nelsinho tenha mais uma chance. E que seja boa!
Cara não é prá te desanimar mas, a volta do Nelson Jr. à f-1 por alguma equipe só se for por dois motivos: 1- Papai paga pesado prá ter o filhão em um cockpit ou então monta um equipe ( o que demonstra o termo "filhinho de papai" que ele é - não sou contra que tendo dinheiro faça tudo o que puder pelo filhote, mas...), pois por análise técnica e psicologica e de postura de piloto nem mesmo as novas equipes se interessam por ele.
Ico,
Galvão falou na última corrida que nós poderiamos apostar,pois era grande a possibiliadde do Nelsinho fechar com a Williams.
Vejo fundamento nisso.Nakajima nãoé dos meçlhores pilotos,masé japones(o único do grid) e é a Toyota que empurra os carros de Frank.A Toyota sempre apoiou a carreira do Kazuki...
Rosberg tem grandes chances de ir para uma equipe melhor.
Isso abre uma vaga.Seria essa de Nelsinho????
e essa façanha da Piquet/Sauber/Ferrari???
Sobrenome forte + Briatore + Alonso + carro ruim, deu no que deu. Ele tem talento sim mas precisa aliar isto a boas condições e, claro, corrigir erros. Torcendo!
Ué Ico, o Briatore é o mestre na arte da troca de pilotos no meio da temporada, é o ninja supremo em querer afundar um piloto em comparação ao outro. Ele é bom naquilo que faz? certamente, mas só o primeiro piloto deve gostar de trabalhar com ele. Basta ver como o Kovalein foi tratado na Renault e na McLarem. Em ambas equipes ele não correspondeu ao esperado. Na Renault foi taxado de "lixo" por esse velho louco. Na McLarem não houve nada disso. Certamente há pressão, e certamente o Kovalein irá sair também da McLaren, mas com tratamento totalmente diferente. Enfim. Espero que o Piquet tenha uma nova chance. E que não seja numa equipe montada pelo pai. Isso chega a soar ridículo. Espero que ele seja contratado pela Williams ou uma dessas novatas, e que demonstre ano que vem sua "verdadeira" capacidade. Acho que ele não correspondeu em vários momentos - principalmente pelas inúmeros erros de pilotagem e pela falta total de tempo na classificação - mas torço por ele. Gostaría de ve-lo em outro carro para ver seu comportamento tmb! abs
Gostei do comentário Ico. Como você não sou extremista ao tomar partido para um ou outro lado. Entendo o que move ambos (Briatore e Nelson) a fazer o que fizeram e falar o que falaram. Quero salientar no entanto que fiquei muito satisfeito com os relatos do Nelsinho para com essa saída. Acho que de forma dura, porém direta, ele falou o que muitos fãs, inúmeros pilotos e, ainda melhor, ele mesmo, queriam dizer e/ou ouvir a muito tempo. Acho que todos nós já estivemos alguma vez em uma situação de pressão extrema e sabemos como isso pode afetar de fato nossa performance, tanto física quanto psicológicamente. O mais importante para mim, no entanto, é que ele sai de cabeça erguida e pronto para se redimir se lhe forem dadas as condições.
Abraço!
Ico e amigos,
Que belo post. Informativo, sereno e com opinião conclusiva sobre o assunto tratado, calcada em fatos presentes e passados, na personalidade e conduta de seus protagonistas e, sobretudo, nas experiências vividas pelo blogueiro em anos cobrindo esse esporte como jornalista, com seriedade e isenção, o que traz mais legitimidade ao relato. Excelente para nós, comentaristas, foristas, pitaqueiros (como eu) ou seja lá qual nome tiver isso.
Eu gostaria de não tomar partido nesse imbróglio, conforme orientação/filosofia do colega Eduardo Malheiros em seu comentário, onde, inequivocamente, mostra estar torcendo para que andem bem para o Nelsinho.
São suspeitas todas as minhas análises sobre esse assunto, independentemente de serem ou não justas, pois, por ser fã do Nelsinho, já escolhi o lado no qual pretendo ficar.
Mas, mesmo as pessoas não isentas têm opinião e podem acertar.
O Nelson Piquet nunca foi isento em relação ao Nelsinho. Ao contrário, tomou o partido do filho em várias situações proporcionando-lhe equipes e condições favoráveis para competir, sempre visando os melhores resultados. Os resultados foram os melhores, comprovando que o “tomar partido” não é errado e que as pessoas “não isentas” podem acertar.
Se o blogueiro montar uma agência de notícias e tiver um filho jornalista, certamente trabalharão juntos e produzirão bons frutos, o que será motivo de orgulho para ambos. Nenhum “empregado” será mais dedicado e terá maior interesse no sucesso do meu negócio do que o meu filho, que é também dono dele. Essa é a regra em todas as áreas e não vejo motivo para ser diferente no esporte.
Todo esse nariz de cera foi para opinar que, ao contrário do colega William Gonçalves, acho natural que em uma eventual equipe que o Nelsão comprar ou montar, o Nelsinho seja um dos pilotos. Sempre foi assim e sempre deu certo. Na verdade torço muito para que isso aconteça.
Ufa.
Abs.
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