terça-feira, 8 de dezembro de 2009

TV BLOGO – TOM JOBIM

Lembro-me bem do dia da morte de Tom Jobim. Tinha chegado cedo à redação do Jornal da Tarde para adiantar algumas coisas, entra a música do plantão da Globo decretando silêncio na sala e a notícia transformou completamente a rotina do dia. O impacto da morte de um dos maiores nomes da nossa rica música foi absorvido e gente de todas as editorias, eu incluído, ajudou a levantar um material à altura do assunto. Que rendeu uma das últimas capas históricas do JT, uma foto em preto e branco dele na praia no Rio, elegante ao lado de um velho barco de madeira que servia de suporte para o título “O Brasil perde o Tom”.

Quinze anos, puxa, tanta coisa mudou. Na minha vida, claro, o garotinho ainda universitário que estagiava se formou e foi viajar mundo afora, no Brasil que passou e continua passando por tantas transformações sócio-urbanas em uma economia que, na época, ainda aprendia a ser estável, no JT que se transformou completamente, a última vez que estive mal reconheci a redação, toda moderna e rearranjada, hoje mal reconheço o jornal, que mudou completamente sua linha editorial, para pior, diga-se.

A
obra dele, porém, permanece imortal e absoluta, canções e melodias que o mundo logo apreciou e reverenciou e que escancarou o potencial criativo dos músicos daqui, sem falar nos encantos das mulheres brasileiras que ele cantava, as moças de Ipanema, as Luízas e Lígias, e também na força da natureza que ele amava tanto, como transparece nessa belaBorzeguim”, uma trilha para inspirar as autoridades que têm (e devem desperdiçar) a oportunidade de realmente cuidar do mato, da capivara e do passarim adotando medidas sensatas no encontro em Copenhagen, ele certamente estaria engajado na luta de alguma forma se estivesse vivo, servindo de exemplo para todos nós.

Um
gigante esse Tom Jobim.

5 comentários:

Ron Groo disse...

Não bastasse tudo que você já escreveu ainda tinha o fato de Tom ser uma figura.

Dizia ele que todo pianista tinha de ter algum defeito físico qualquer, se não por que se trancar em um cubo de trevas deixando lá fora o sol e um milhão de mulheres bonitas?
Ele próprio tinha uma inflamação eterna no nervo ciático.

Outra história muito boa dele é a do cheque que passou na padaria Século XX no Jardim Botânico, RJ.
Um dia ao saber que um cheque de Charles Chaplim foi leiloado por uma fortuna resolveu pagar ao dono da padaria, Armando Ascenção, uma conta de 100 mil cruzeiros novos (10 dólares da época)com um cheque e disse: "-Pega esta relíquia por que um dia ela valerá milhões!".

Quando morreu, em 1994 o padeiro apresentou o cheque a imprensa e disse que talvez um dia ele faça o tal leilão: "-Não foi ele que sugeriu?".

Um gigante este Tom Jobim

José A. Matelli disse...

Esse é daqueles que não morre nunca. Bravo, Maestro!

Paulo Cunha disse...

Com os vocais seguros em duas família de peso (Ana e Elizabeth Jobim, Danilo e Simone Caymmi) quem, mas quem ligou o microfone do Tom??

Paulo Cunha disse...

Eu não conhecia essa apresentação do do Tom no Montreal Jazz Festival... muito menos que estava no You Tube.

Só pra relembrar que é um blog não só de automobilismo...e que vale mesmo a pena passar por aqui fora da temporada...

Anônimo disse...

Se eu pudesse pedir algo a Deus, pessoalmente, pediria a vida boa e bem vivida e o talento gigantesco e simbólico que Tom teve e apresentou durante sua passagem por aqui.

Acho que eu morreria feliz. Como ele certamente morreu.