segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

PAPAI ME EMPRESTA O CARRO

A situação não está fácil e as equipes da Fórmula 1 estão vendendo vagas em seus cockpits. Não é o ideal para a categoria, que deveria ser o ápice do automobilismo e reunir os melhores pilotos disponíveis, independente de seus estofos bancários. Mas também não é uma novidade. Nos anos 50, as construtoras vendiam seus carros para barões endinheirados se divertirem em meio aos grandes ases da época, que corriam nas equipes de fábrica num esquema um pouco mais profissional. Dependendo da lente com que olharmos, o mesmo acontece agora.

Pelas informações que surgem, uma vaga na USF1 custa 8 milhões de dólares. José Maria Lopez conseguiu o lugar com a ajuda de dois milhões do governo argentino. E ninguém sabe, ninguém viu a quantia que falta. na Renault, o assento é mais salgado, 15 milhões – e de Euros. O preço veio à tona em declarações do pai de Vitaly Petrov, Alexander Petrovic (porque o sobrenome não é o mesmo, alguém sabe?), à imprensa russa.

A família pretendia contar com o apoio de empresas do país, mas deu com a cara na porta de todas elas. Foi falar com Vladimir Putin, que deu uma mensagem de apoio e nenhum tostão. O detalhe constrangedor: depois do fracasso na busca por dinheiro, Vitaly chorou, o que derreteu o coração do papai. Petrovic resolveu então pedir um crédito bancário na metade do valor pedido pela Renault, colocando suas propriedades como garantia. O diretor do banco, amigo da família, aceitou, mas seus superiores resolveram dar mais uma olhada na história e estão refutando em liberar a grana, o que deixaria Vitaly a ver navios nas águas frias do Mar Báltico.

Eu realmente não tenho nada contra um piloto que, mais por contatos que por merecimento, consiga angariar o apoio de uma ou mais empresas e traga um projeto fechado para garantir uma vaga em uma equipe. Há anos que o binômio marketing/patrocínio forma a base do esporte a motor e eles estão dentro desse conceitopor mais duvidosas que sejam suas qualidades técnicasporque promovem marcas.

Mas quando a conta é paga pelo estado ou pelo próprio pai, é porque alguma coisa está muito errada. No passado, quando um piloto apresentava dificuldades técnicas, os outros do grid o alfinetavam com frases como “a Fórmula 1 não é a Fórmula Ford”. Mas os exemplos de Lopez/Kirchner e Petrov/Papito mostram que a distância entre as duas séries nunca foi tão tênue.

16 comentários:

Fernando Maymone disse...

Ico. Quanto aos nomes diferentes, na lingua russa o nome final é tipo a linhagem da pessoa. Então Petrovic é algo tipo "filho de Pedro" enquanto Petrov é "neto de Pedro".

É por ai... Grande abraço

Danilo Fraga disse...

Parabéns, Ico. Li esta mesma notícia em diversos sites e blogs e foi você quem melhor explicou o caso. Vamos torcer para que Petrov ou Petrovic pague os 5 milhões que (mesmo depois do acordo com Teixeira) ainda faltam à Campos, para que Bruno possa correr.

Abraço

Speeder76 disse...

Das noticias que ando a ler nos últimos dias, caro Ico, fico com a impressão que a Formula 1 de 2010 vive num caos controlado. É a Campos e a USF1 com possibilidades de serem projectos nado-mortos, ver tipos que tem rastros de dívidas a comprarem equipas, como o Tony Teixeira, o homem que enterrou a A1GP, e agora vemos o Petrov que precisa de 7.5 milhões para levar o nome da Russia na Formula 1, senão fica apeado.

Numa era de crise, começa-se a pensar se certas equipas merecem estar na categoria máxima do automobilismo. Mas na minha optica, e conhecendo os critérios de escolha e os que estavam na corrida, essa tem uma resposta fácil: "Blame Mosley".

Vanto's disse...

Tomara que o banco não libere a verba mesmo, porque mesmo que ele corra meio ano na F1, ele vai falir a família toda dele!!!

Imagina, ter que pagar o empréstimo de 7,5 milhões...

Edgard Pinto Júnior disse...

O Fernando tem razão, o sobrenome é diferente pois o pai dele é 'filho de Pedro' e, então ele é só Pedro...tradição nos paises daquelas bandas...bastante diferente dos nossos costumes...

Williams Gonçalves de Farias disse...

Carai Ico... essa foto do Petrov tá parecendo o Tropeço cara, da família Adams! dá uma olhada nessa foto: http://www.addamsfamily.com/addams/lurch3.jpg e diz... é só botar um macacão de piloto e um bonezinho preto/amarelo...

Daniel Médici disse...

Os nomes terminados em "ich" (ou "ovna" para as mulheres) são o patronímico, que, na cultura eslava, são colocadas entre o primeiro nome e o sobrenome. Se o pai do Vitaly Petrov se chama Alexander, logo o nome completo do piloto é Vitaly Aleksandrovich Petrov.

O caso atual mais radical do uso do patronímico é o da Islândia, onde as pessoas simplesmente não têm sobrenomes! Mas até onde sei a nomeação islandesa permite também o matronímico, que simplesmente não existe na cultura eslava.

Mauro Oliveira disse...

ico dá uma olhada nesse comercial: http://www.youtube.com/watch?v=1_kwxzU4wL4

me parece legal

Daniel Médici disse...

Na verdade, o nome do pai do Petrov está muito estranho. É provável que ele tenha sido mal traduzido por alguém, ou que não seja russo. "Алекса́ндр" costuma ser transliterado como "Aleksandr" do cirílico para o inglês, não "Alexander". Ao mesmo tempo, a terminação "ic" é tradicional da sérvia (eles também são eslavos), sendo "ich" dos russos.

Bom, eu não falo nada de russo, por isso não tenho como investigar muito mais do que isso... Fica a tentativa de explicação.

Marcos Antonio disse...

tudo bem entrarão equipe snovas, mas o qu emais impressiona é que os custos continuam elevados, principalmente pra se pilotar um F1. 15 milhões de euros? pqp! coitado do russo,se ficar a pe pelo visto ele deve ficar muito p da vida...

Anônimo disse...

Estimado Luis:
debería saber que José María López fué desplazado por los 10 millones de dólares que acompañaron a Nelsinho Piquet para ocupar el puesto de piloto de reserva en el equipo Renault.
J. M. López llegó a ese lugar por propio esfuerzo y capacidad y lamentablemente fué reemplazado por alguien que hoy no sabe si va a correr en la NASCAR o en los Truck.
Afortunadamente J.M. Lopez vuelve a la F1 aunque esta vez además de su talento ha tenido el apoyo económico que es necesario.
Sabia que también M. Schumacher tuvo que aportar dinero para llegar a la F1.
Pedro
Bariloche
Argentina.

Anselmo Coyote disse...

Ivan Ivanovich(Ivan, filho de Ivan).
Saudades do Yul Brynner...

Ron Groo disse...

É a linha entre as categorias é traçada a lapseira 0,005 mesmo.

Cara, adorei as explicações dos comentaristas sobre o nome do russo, estes caras são demais.

Cristiano disse...

Também tem o caso do Alvaro Parente, que também ia ter apoio estatal do turismo português para ser reserva da Virgin, e babau.
E qual é a do "hermano" anônimo? Traduziu para o espanhol pelo google?

Sandro disse...

Petrovic e Petrov: filho e neto de Pedro! Interessante!

Na Islândia (Iceland) os ¨sobrenomes¨ para homens terminam em son (filho). Por exemplo: Paul Johnson seria Paul filho de John (Paulo filho de João). Para as mulheres os sobrenomes terminam em dottir (filha). Por exemplo: Paula Ellendottir seria Paula filha de Ellen.

Joice Andrade disse...

Carro do Papai - Max e Pi:


http://www.youtube.com/watch?v=NLqA1bUMfOA