TV BLOGO - OS SHOWS DA MINHA VIDA (4 – ROLLING STONES)
Seria apenasmaisumdia de verãocomchuvaintensaemSão Paulo. Masaquele 28 de janeiro de 1995 nãopoderiaserumdiacomum. Os Rolling Stones estavam se apresentando no Brasil pelaprimeiravez. Havia algo de diferente, eletrizante no ar, e nãoeraporcausa dos raios e trovõesque acompanhavam a águaque caiu o diatodo. Mesmo nas ruasemtorno do Pacaembu, o climaeramuitodistinto do de umclássico no futebol. Como se fosse a festa de gala de uma torcidasó, a organizada dos roqueirosbrasileiros reunida paraassistir e reverenciar os mestres na arte oferecida.
São Pedro continuou nos castigando durante os shows de abertura, mas teve a humildade de reconhecer o caráterreligioso da cerimôniaque estava paraocorrer e tirou folgadepois do corretoshow da Rita Lee. Molhados e ansiosos, fomos todos incendiados pelos velhinhos ingleses e porumdragãomecânico de dezmetros de alturaque cuspia fogopelaboca e era a marca registrada da turnê “Voodoo Lounge”.
Foram mais de duas horas de show, recheados de sucessosindispensáveiscomo “Angie” e “Sympathy for the Devil”, além de inspiradas escolhas do repertóriomenosconhecido. Quando comecei a ouvir Stones, jamais imaginaria ver Keith Richards cantando a ótima “Happy”. Emmenos de uma hora e meia de show, estava eu e quasetodo o Pacaembú cantando comeles. Eramesmo uma missacoletiva.
O momentomaismarcante, porém, veio no começo. Vi as três primeiras músicasrelativamenteperto do palco, onde a visão é melhor, mas o espaço é maisescasso. Decidi commeucolegairumpoucomaisatrásassimque terminasse o número. Enquanto fazíamos os primeirospassos, de costaspara o palco, Richards emendava o riff de “Satisfaction”. Foi a senhapara o estádiovirar uma massasaltitante. Fui abrindo caminho pulando no contra-fluxo, no meio de ummar de rostosemabsolutoêxtaseque passavam emaltavelocidade, como se fosse umfilme.
Os Stones ainda voltaram ao Brasil algumas vezes, e sempre voltei para vê-los quando podia, jáque é claramente uma daquelas bandascujaótimaqualidade se multiplica aindamaisquando tocam ao vivo. E, digam o que quiserem, masnuncamais consegui associar o Pacaembú ao futeboldepois daquele dia. Todavezquepasso na frente, enxergo uma enorme boca aberta com uma língua para fora onde deveria estar o letreiro com o nome do estádio.
São Paulo, 28 de Janeiro de 1995. Cheguei ao estádio do Morumbi ansioso, nervoso, amedrontado. Estaria de frente com a banda que me fez enxergar diversão no rock. A banda a qual eu tinha o prazer de falar de boca cheia: É a minha predileta.
Durante duas semanas ligava religiosamente todos os dias para a rádio 89 FM para tentar ganhar o ingresso. Além dele ganhei também alguns vinís da banda respondendo perguntas sobre os caras. Não que eu não tivesse aqueles dicos (Tatto You e uma coletanêa dupla chamada Jump Back). Quando finalmente consegui ganhar o ingresso fui até um ponto de venda e comprei outro, afinal precisava guardar um para a posteridade.
O Show foi a melhor coisa que eu pude testemunhar até hoje. Cantei todas as canções. Pulei ao som de Tumbling Dice, Satisfaction. Acendi isqueiro em Angie. Dancei, se pode chamar aquilo de dança em Honky Tonk Woman. Jump Jack Flash e Start me up me fizeram ficar todo arrepiado. Foi a felicidade total.
Ainda hoje tenho o ingresso, um cartãozinho magnético com um holograma do logo dos Stones em um envelopinho. Stones é a banda de rock.
Caro Ico, sei exatamente o que voce sentiu durante o show. Quando os Stones tocaram no Brasil pela primeira vez eu tinha pouco mais de 10 anos mas ja era alucinado pela banda. Sou de Belo Horizonte e minha mae nao quis me levar ao show no Rio de jeito nenhum. Fiquei puto porque temos casa na cidade e mesmo assim minha mae nao animou de levar o fedelho ao show de sua banda favorita. Em 2003 eu estudava em Roma e eles tocaram em Milao. Dessa vez, jà nao dependia da mae e comprei o ingresso assim que começou a venda. A sensaçao de escutar ao vivo o riff inicial de Satisfaction è indescritìvel e a presença de palco desses velhos è alucinante!! Mas talvez, melhor que Satisfaction è ouvir Like a Rolling Stone tocada durante o show.
Eu estava lá, no show do segundo dia. Choveu horrores, a Rita Lee fez só meio show (o marido dela levou uns choques daqueles), o Spin Doctors tocou umas coisas que ninguém queria ouvir e, finalmente, depois de hoooooras de espera, eles entraram no palco. Eu estava na linha de meio de campo, mas mesmo assim o show foi animal. E a chuva só parou quando o show terminou. Todo mundo de alma lavada!
Showzaço! Fui no terceiro dia; cheguei no estádio às 15h e peguei chuva prá caramba, mas a água parou pouquinho antes do show da Rita Lee começar. E daí, só alegria: o estádio inteiro cantou Mania de você, o Barão fez um pusta show, o Spin Doctors foi uma big shit (tiveram a manha de estragar o clima), e, depois, Stones. Foi nota 1000!
Fora tudo o que já foi dito e comentado, deu para experimentar bem a famosa lei econômica da oferta e procura.
A capinha de chuva chinfrim que a turma vendia no meio do campo partiu de 3 reais o preço-base, atingindo um pico de 15 conforme a chuva apertava. Parecia pregão da Bovespa. Comprei a minha cotada a 10.
Assisti a esse show na TV. Na época eu tinha 13 anos, mas já era rockeiro, hehe. Até gravei ele no meu video-cassete à pedidos de um vizinho que tinha viajado. Entreguei a fita a ele com pesar na consciência, o show tinha sido muito bom mesmo...
Eu no segundo show no Rio, dia 4 de fevereiro. Teve Barão, tia Rita e um intragável Spin Doctors antes. Os Stones abriram com Note Fade Away, Charlie demolindo. Fui feliz pra cacete naquela noite, e durante as 18 horas de volta para casa.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
10 comentários:
O pai tem esse show gravado em VHS!
São Paulo, 28 de Janeiro de 1995.
Cheguei ao estádio do Morumbi ansioso, nervoso, amedrontado.
Estaria de frente com a banda que me fez enxergar diversão no rock.
A banda a qual eu tinha o prazer de falar de boca cheia: É a minha predileta.
Durante duas semanas ligava religiosamente todos os dias para a rádio 89 FM para tentar ganhar o ingresso. Além dele ganhei também alguns vinís da banda respondendo perguntas sobre os caras.
Não que eu não tivesse aqueles dicos (Tatto You e uma coletanêa dupla chamada Jump Back).
Quando finalmente consegui ganhar o ingresso fui até um ponto de venda e comprei outro, afinal precisava guardar um para a posteridade.
O Show foi a melhor coisa que eu pude testemunhar até hoje.
Cantei todas as canções. Pulei ao som de Tumbling Dice, Satisfaction. Acendi isqueiro em Angie.
Dancei, se pode chamar aquilo de dança em Honky Tonk Woman.
Jump Jack Flash e Start me up me fizeram ficar todo arrepiado.
Foi a felicidade total.
Ainda hoje tenho o ingresso, um cartãozinho magnético com um holograma do logo dos Stones em um envelopinho.
Stones é a banda de rock.
Caro Ico, sei exatamente o que voce sentiu durante o show. Quando os Stones tocaram no Brasil pela primeira vez eu tinha pouco mais de 10 anos mas ja era alucinado pela banda. Sou de Belo Horizonte e minha mae nao quis me levar ao show no Rio de jeito nenhum. Fiquei puto porque temos casa na cidade e mesmo assim minha mae nao animou de levar o fedelho ao show de sua banda favorita.
Em 2003 eu estudava em Roma e eles
tocaram em Milao. Dessa vez, jà nao dependia da mae e comprei o ingresso assim que começou a venda.
A sensaçao de escutar ao vivo o riff inicial de Satisfaction è indescritìvel e a presença de palco desses velhos è alucinante!! Mas talvez, melhor que Satisfaction è ouvir Like a Rolling Stone tocada durante o show.
Eu estava lá, no show do segundo dia. Choveu horrores, a Rita Lee fez só meio show (o marido dela levou uns choques daqueles), o Spin Doctors tocou umas coisas que ninguém queria ouvir e, finalmente, depois de hoooooras de espera, eles entraram no palco. Eu estava na linha de meio de campo, mas mesmo assim o show foi animal. E a chuva só parou quando o show terminou. Todo mundo de alma lavada!
Showzaço! Fui no terceiro dia; cheguei no estádio às 15h e peguei chuva prá caramba, mas a água parou pouquinho antes do show da Rita Lee começar. E daí, só alegria: o estádio inteiro cantou Mania de você, o Barão fez um pusta show, o Spin Doctors foi uma big shit (tiveram a manha de estragar o clima), e, depois, Stones. Foi nota 1000!
Animal, Ico!
Eu tinha 13 anos nessa ocasião e foi ali que conheci e passei a curtir o som dos caras... Bom que nos Beatles eu já estava devidamente catequizado!
Só não fui ao show em Copacabana em 2006 pq depois de encarar o Maiden no Rock In Rio em 2001, eu nunca mais quis topar com um público tãaao grande!
Quando vou a show com mais de 20 mil pessoas, vou em caráter de exceção hoje em dia. Mas meu mau humor só passa quando começa o show, heuehueheuheu...
Abração, Ico!
A esse eu fui!
Fora tudo o que já foi dito e comentado, deu para experimentar bem a famosa lei econômica da oferta e procura.
A capinha de chuva chinfrim que a turma vendia no meio do campo partiu de 3 reais o preço-base, atingindo um pico de 15 conforme a chuva apertava. Parecia pregão da Bovespa. Comprei a minha cotada a 10.
Um abraço, Ico,
Fernando (Recife, PE)
Valeu pelos Stones e pela entrevista com o @LuizRazia na BAND !!!
Abs
Assisti a esse show na TV. Na época eu tinha 13 anos, mas já era rockeiro, hehe. Até gravei ele no meu video-cassete à pedidos de um vizinho que tinha viajado. Entreguei a fita a ele com pesar na consciência, o show tinha sido muito bom mesmo...
Eu no segundo show no Rio, dia 4 de fevereiro. Teve Barão, tia Rita e um intragável Spin Doctors antes. Os Stones abriram com Note Fade Away, Charlie demolindo. Fui feliz pra cacete naquela noite, e durante as 18 horas de volta para casa.
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