quinta-feira, 11 de março de 2010

BAHREIN – QUINTA-FEIRA

Felipe Massa conversava conosco na área reservada, depois da coletiva oficial da FIA. O semblante era compenetrado, falando das expectativas para a temporada e o trabalho na Ferrari. No pequeno quadrado, outros quatro pilotos – todos campeões do mundo – atendiam outras televisões. Enquanto se deslocava para um outro grupo de câmeras, Michael Schumacher passou atrás do amigo ferrarista e deu um tapa no boné deste. Massa riu – e foi talvez o único momento em que demonstrou estar relaxado durante a conversa.

A cena descreve muito bem o que mais me chamou a atenção nesta quinta-feira no circuito do Sakhir. Mais que torcedores, jornalistas ou engenheiros, quem está mais ansioso para o início do Mundial de 2010 da Fórmula 1 são os próprios pilotos. Como Jenson Button deixou claro na coletiva. “Esta temporada será eletrizante. Tem que ser. Se não for, estamos fazendo algo terrivelmente errado. Eu não me lembro de ver tantos pilotos competitivos em carros igualmente competitivos. Vai ser grandioso”.

O clima entre a dupla da Ferrari, onde o potencial explosivo é óbvio, corre de uma maneira muito tranqüila. Massa disse que “ele é do meu planeta” sobre Alonso, uma referência clara ao fechadíssimo Kimi Raikkonen. E, conversando com os jornalistas brasileiros, o espanhol confirmou a empatia e até falou dos assuntos que conversam: família e futebol. O clima de paz e amor, aliás, se estende a outras garagens. Na McLaren, Jenson Button e Lewis Hamilton riram e brincaram à vontade na coletiva. E mesmo na Mercedes, Nico Rosberg tira de letra o fato do interesse ser voltado exclusivamente a Michael Schumacher. E o heptacampeão garante que respeita o novato. Há quem diga que já exista uma divisão no time que incluiria o não-compartilhamento de informações entre os carros. Mas a Fórmula 1 é cheia de línguas-de-cobra e a equipe seria muito burra em começar o ano assim, ainda mais tendo que correr atrás do prejuízo pelo que mostrou a pré-temporada. Bacana também ver a motivação sem fim de Rubens Barrichello, que deveria servir sempre como inspiração para todos nós de como é rejuvenescedor trabalhar no que se ama.

Para encerrar, vale colocar um foco em cima dos dois brasileiros. Lucas di Grassi e Bruno Senna me impressionam pela tranqüilidade e discernimento que demonstram quanto à realidade que vão enfrentar. Talvez até por terem tido tantas dificuldades para galgar o difícil degrau final e chegar na Fórmula 1, os dois encaram o desafio das equipes também estreantes com um espírito inteiramente positivo. Uma maturidade que mostram como estão mais do que prontos para entrar na categoria.

4 comentários:

João Marcelo disse...

melhor apenas se kimi já estivesse numa red bull, no lugar no webber, e com alguma motivação.

Victor disse...

Felipe no fundo no fundo é fã do Kimi (o que é bom, ja que o primeiro passo a ser dado é o de se aceitar que não é bom como o outro e tudo mais).

É um caso a ser estudado, ele não para de falar sobre o Kimi!

E que a Ferrari e seu bi-campeao afunde no proprio ego, pra não falar outra coisa.

Cinéfilo Todo Dia disse...

O discernimento do Bruno só desaparece quando ele dá entrevista p Globo e derivados, já tem até novo tema da vitória feito pra ele.
mais um "herói" goela abaixo a caminho!

Pinheirinho disse...

É Brasil na cabeça!
Em 2010, a torcida verde e amarela se dividirá em quatro. Mas o sonho é um só: ver o País brilhar na Fórmula 1. É hora de empurrar Rubens Barrichello, Felipe Massa, Lucas Di Grassi e Bruno Senna rumo ao lugar mais alto do pódio!
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com