domingo, 6 de junho de 2010

A RAIVA DE HAMILTON

O punho não se levantou em júbilo pelo primeiro triunfo no ano. As felicitações do engenheiro pelo rádio foram recebidas com frieza. Ao descer do carro, nenhuma vibração com os mecânicos que se amontoavam na grade, apenas um abraço gelado no companheiro de equipe.

Era
óbvio que Lewis Hamilton estava de mal com o mundo ao final do GP da Turquia. na última edição do “Credencialeu apostava que ele via no ataque de Jenson Button na 48ª volta a quebra de um acordo. Não que não concordasse com a disputa com um companheiro de equipe em si. Era mais um caso de ter recebido garantias que ela não aconteceria. O vídeo oficial no site da Fórmula 1 mostra que foi justamente este o caso. A tradução do diálogo via rádio é aproximada:

Engenheiro
: Lewis, we need you to save fuel; both cars doing the same (“Lewis, precisamos que você economize combustível, os dois carros estão na mesma situação”)

Lewis Hamilton: Jenson is closing in on
me guys (“Jenson está chegando perto, gente”)

E: Understood, Lewis (“
Entendido, Lewis”)

LH: If I back
off, is Jenson gonna past me or not? (“Se eu diminuir o ritmo, Jenson vai me passar ou não?”)

E: No, Lewis... No (“
Nem a pau, Juvenal”)

O
vídeo não explica se Button tinha uma orientação explícita de não atacar o companheirocomo Hamilton teve a de que não seria atacado. Button sabia que tinha de economizar combustível, mas talvez não tenha interpretado isso (ou não quis interpretar) como um sinal para se satisfazer com o segundo lugar. O fato é que, apesar da bonita disputa na pista que não resultou em acidente, a McLaren saiu de Istambul tão dividida quanto a Red Bull.

(Foto McLaren)

15 comentários:

Ron Groo disse...

Hahahahahahahas, Nem a pau, Juvenal!.

Por mim estas quebras de acordo poderiam acontecer mais vezes, digo e repito: para nós torcedores pouco importa se as equipes perdem, nós ganhamos.

PS 1: Moving Pictures é um dos melhores discos do Rush por trazer o trio canadense mais perto do mundo dos humanos, ainda que The Camera Eye seja uma suite enooooorme e um tanto dificil, o resto está mais perto do pop (com qualidade, diga-se) praticado à época.
Uma vez tentei tocar YYZ e fiquei uma semana com dores insuportáveis nas articulações, a técnica do Peart é algo à ser estudado em universidades... Um monstro o homem.

PS 2: E em se tratando de monstros com baquetas, gostaria de dividir contigo um video que achei na net de um de meus herois dos tambores: Buddy Rich.
Aqui ele "duela" com outro monstro das baquetas: Animal, dos Muppets.
Vale a pena conferir.

http://www.youtube.com/watch?v=eDU-ZyBQRnQ

Rangel disse...

@Ron Groo

Com certeza você conhece o "herdeiro" do Peart... Mike Portnoy, do Dream Theater. O cara parece um polvo. hehehe Tem a bateria virtual dele (da turnê de 2000) pra tocar de brincadeira, caso alguém se interesse.

http://www.mikeportnoy.com/interact/purplemonster.aspx

Conhece o DT, Ico?

Luiz G disse...

Detesto quando a corrida vira uma procissão que segue em fila indiana.

Essas regras de acordo são uma palhaçada.

São anti-esportivas.

Os pilotos tem que partir pro pau até a última volta mesmo...e, se bater, bateu!!

Ridson de Araújo disse...

Blz...todos concordam com o raciocínio simples que traz à felicidade. A tensão e a briga deles dentro da pista, sem barbeiragens, é o que nos faz feliz.

Não adianta, cansamos do "profissionalismo" fetichista e corporativo da F1.

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Rangel, não conheço quase nada de Dream Theater, mas estava vendo uns vídeos no You Tube e é bem bacana. Vc recomendaria algum disco em especial?

Klauss disse...

Ico, desculpa me meter na conversa, mas do Dream Theater recomendo Metropolis pt II - Scenes from a Memory (1999), Falling Into Infinity (1997), e Octavarium (2005).

O Metropolis é um disco conceitual, o Falling Into Infinity acho que é um dos discos mais progressivos deles e o Octavarium o mais versátil.

A galera mais xiita, que gosta mais de Metal mesmo, prefere os primeiros, especialmente Images and Words (1992) e Awake (1994).

Klauss disse...

Quanto à história do Hamilton, espero que agora ele saiba como o Alonso se sentia em 2007...

Sei que, apesar da conversa da equipe, o Button me parece ser do tipo que sabe poupar pneu e combustível, então ele acaba tendo sobras quando o Hamilton tem que começar a racionar um pouco a performance. Aí que acho que ele ganha condições de passar o Hamilton.

Pro Button se manter na frente do Hamilton no campeonato ele só tem que aprender a decidir as coisas na classificação. O Hamilton fica dando showzinho desgastando o equipamento, e, quando a coisa aperta, é a hora de o Button deixá-lo pra trás.

Thiago Wilvert disse...

Ico, Klauss e Rangel...também vou me meter no papo sobre Dream Theater...hahaha...

Gosto de todos os albuns, mas em especial do Falling Into Infinity (1997)...principalmente as músicas "New Millennium" e "Hell's Kitchen"...

Train of Thought também é um ótimo album...

Quanto ao lance da Mclaren...acho o seguinte...o rádio deveria passar a mesma informação para os dois: "Recomendamos poupar combustível"...pronto...quem abusar, pane seca, tchau...mas deveriam deixar os pilotos ali brigando entre eles...claro, para a equipe isto pode resultar na perda dos dois carros, mas eles que se entendam depois...hahahaha..

abraço a todos!

CelsoAM disse...

Ico,

Muito bom o vídeo. Explica completamente a frieza do Lewis ao sair do carro.

Por esse mesmo vídeo, fiquei espantado com o "espaço" que o Webber deixou para o Vettel. Me lembrou uma disputa entre o australiano e o Massa no Japão (Fuji) em 2008. Não sei como não se encostaram naquela ocasião.

Abraço!

Unknown disse...

Fernando

Ico perdao pela intromissao mas todos os CDS do DT sao bons , mas se eu fosse vc comecaria pelo images and words e pularia jah para a coletanea de Greatest Hits que sao 2 CDS.

Um abraco

FP

Leandro Almeida disse...

Ico, a F1 está ficando cada vez mais teatral com essas conversa (pra boi dormir) do Team Radio. Quer dizer que o Button não "deveria poder " atacar?

Vasco Coelho disse...

eu cá acho que foi jogada da mclaren para não serem acusados de terem dado ordens de equipa...

Thiago Lemos disse...

Se o hamilton perguntou ao engenheiro se o button vai passar, e o engenheiro responde categoricamente que não, então caracteriza-se jogo de equipe. A equipe está interferindo diretamente no resultado, explicitamente.

Uma das coisas q mais me fazem ter antipatia do Hamilton é essa falsidade dele.

Sabado, 6 dias depois dessa raivinha dele, olha o que sai na imprensa

http://tazio.uol.com.br/f-1/textos/18863/

Hamilton: "Não consigo tirar o sorriso do meu rosto".

Completamente incoerente. Sem contar que a ultrapassagem que o Hamilton devolve no Button foi completamente temerária..jogando o carro em cima do Jenson (tipo de ultrapassagem que lhe é habitual).

Sobre essas declarações, elas são uma constante: ficar jogando pra equipe e pra torcida o tempo inteiro, fazendo da imprensa o seu palanque. Futil.

ps: eu nem vou comentar sobre o Rush, que é simplesmente a minha banda do coração! Falar nisso, saiu um single com 2 musicas novas do Rush: "Caravan" e "BU2B". Procurem e confiram!

Antonio Miguel disse...

Otima tradução: “Nem a pau, Juvenal”


Parabens!!! Otimo blog.

Lucas Domski disse...

É impressionante a incoerência de várias pessoas que acompanham a F1. Reclamam da falta de ultrapassagens, reclamam das ''corridas-procissões'', clamam por mais competitividade e por mais ultrapassagens. Lamentam a falta de disputas e lembram com saudosismo das brigas de décadas passadas. Quando aparece um piloto sensacional, que ultrapassa qualquer um, a qualquer hora e em qualquer situação, esses pseudo-fãs reclamam e até mesmo criticam quando o piloto faz ultrapassagens!!! O colega ''Klauss'' criticou Lewis por dar show e ultrapassar ou só eu é quem entendi dessa maneira??? Ah, pelo amor de Deus...sem Lewis Hamilton, a Fórmula 1 não teria boa parte da graça que está tendo nos últimos anos. LH é o piloto mais sensacional que surgiu nessa geração, e sempre busca a vitória, sem se contentar com menos. Desde seu ingresso na F1, assistimos a volta da pilotagem-espetáculo, com ultrapassagens de encher os olhos, a là Gilles Villeneuve. A ultrapassagem de Lewis sobre Button foi sensacional e emocionante, bem a seu estilo. O tipo de ultrapassagem que somente os melhores conseguem efetuar. Aos pobres Massistas que, a là Galvão Bueno, ainda choram a final de 2008 e não se conformam, sinto muito. Massa nunca será como Lewis Hamilton. Massa não passa de um piloto medíocre que está levando uma surra de Alonso, o mesmo Alonso que Lewis Hamilton DERROTOU em 2007. Abram os olhos, meus caros. Para quê incorrer na mesquinhice típica de Galvão Bueno, para quê reclamar da volta da beleza ao esporte? Fica a dica: Alonso e Hamilton são CAMPEÕES. E Massa, o que é? Não é NADA.