terça-feira, 20 de julho de 2010

BALANÇO DE MEIA TEMPORADA III

MERCEDES
É curioso ver como a turma de Brackley que foi campeã no ano passado acabou dando um passo para trás com a chegada do suporte financeiro e estrutural da Mercedes. Mas os motivos para isso vão na conta dos ingleses. O carro do time herdou de seu antecessor uma certa inabilidade de levar os pneus à janela ideal de aquecimento. Não vai demorar para que comecem a pensar apenas no modelo do ano que vem.


Michael Schumacher
parece ainda aposentado. Sem querer ser maldoso gratuitamente, mas a verdade é que o desempenho do alemão está sendo abaixo da crítica. Em que pese o carro construído para o estilo de Jenson Button, completamente oposto ao seu; em que pese a idade e os anos de ausência do esporte; nada justifica os 54 pontos de desvantagem para o companheiro de equipe. E nem a tendência entre estagnação e queda que vem marcando sua performance depois de dez etapas.

Nico Rosberg
parecia que viveria um pesadelo correndo ao lado da Mercedes-Benz. Começou tendo de ceder o número 3 do carro e o interesse da mídia. Sem se importar com isso, tratou de fazer o seu trabalho e vive o melhor ano da carreira, tendo subido três vezes ao pódio até aqui. Se a Mercedes crescer até o final do ano em relação às concorrentes, o que eu não acredito que aconteça, pode até pensar em título. Mas já é um dos grandes vencedores desta metade inicial.

RENAULT

Fui um dos que pensaram que a Renault não resistiria ao vôo no ventilador da sujeira de Cingapura-2008 e do abrupto fim da tríade Briatore-Symonds-Alonso. Qual o quê, a turma do time anglo-francês sacudiu logo a poeira e mostrou potencial de voltar a crescer mesmo com um orçamento mais apertado. O R30 costuma conseguir acompanhar o ritmo dos modelos da Mercedes e, eventualmente, da Ferrari sem maiores problemas. O objetivo agora é terminar o ano nesta mesma toada.


Robert Kubica
caiu como uma luva na Renault. A maneira com que conseguiu motivar o time e apontar caminhos no desenvolvimento do carro mostra que, na BMW, realmente era pouco ouvido pelos comandantes. Sua capacidade de extrair o máximo do carro a cada prova e de praticamente não errar o torna um nome valorizado no mercado. Mas parece realmente feliz no time atual.

Vitaly Petrov
iniciou a temporada com algumas boas apresentações, mas a tendência atual aponta que o russo estagnou depois que outras equipes do pelotão intermediário cresceram. Não ter superado Kubica em nenhuma classificação não é seu principal problema, mas sim como está ficando bem longo do Q3. Precisa melhorar o desempenho geral, mas a importância do mercado russo (e do dinheiro que ele traz) para o time pode salvá-lo ainda que isso não aconteça.

FORCE ÍNDIA

O time está fazendo um trabalho notável nesta temporada, provando aos céticos de plantão que aquela histórica e inesperada pole-position em Spa no ano passadofoi sim fruto do trabalho feito na fábrica de Silverstone. O carro deste ano seguiu uma linha diferente: é eficiente em qualquer tipo de circuito e permite ao time lutar por pontos em todas as provas. Uma equipe em ascendência, mas que terá de superar a saída de seus dois principais nomes na área técnica.


Adrian Sutil
finalmente está conseguindo demonstrar o potencial que muita gente via nele. De piloto errático e trapalhão, passou a ser um dos mais consistentes nesta temporada 2010. Tem feito um bom trabalho na classificação, superando o companheiro quase sempre. E aprendeu a separar a hora de esperar e a de atacar nas corridas. Se continuar assim até o fim do ano, ficará um nome valorizado no mercado.

Vitantonio Liuzzi
começou o ano melhor do que chegou à sua metade. Talvez não seja coincidência o fato do crescimento do companheiro Sutil estar acompanhado de um momento onde ele começou a cometer erros demais. Com a sombra cada vez maior do piloto Paul di Resta, Liuzzi precisa começar a pontuar com regularidade o mais rápido possível. Ou corre o risco de ficar sem assento no final do ano.

(Foto Luis Fernando Ramos)

8 comentários:

Unknown disse...

Oi Luis, o parágrafo sobre o Rosberg está com o texto que tinha sido postado antes sobre o Trulli :)

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Valeu pelo toque Eduardo, já acertei aqui!

Abs

Arthur Simões disse...

Sutil sai da Force India.
di Resta entra em seu lugar.
Dupla indiana:"Tonio" Liuzzi & Paul di Resta.

Acho que outra equipe pega o Sutil e o Liuzzi é promovido a primeiro piloto.

Estou errado?
Existe alguma chance disso acontecer?

Paulo Cunha disse...

Olá Ico,

Bateu aquelas dúvidas de novato. Qual o paralelo, ou falta dele, entre a Force India e a Copersucar? A Force India está chegando a um patamar que, acho, a Copersucar nunca chegou. Isso dá um post bom, ou tudo mundo já sabe disso, para de preguiça, gugla e vai lá ler, cara!

Quanto ao Schumacher, eu realmente acredito quando ele dá aquelas entrevistas dizendo que se divertiu correndo em 15º, tentando evitar ser ultrapassado por tudo e todos. Ele ainda acha que é a Granja Viana, ou aquele kartódromo que você mostrou vários posts lá trás... :)

Paulo Cunha disse...

Ops, faltou um ponto de interrogação, era uma pergunta mesmo, se for um bom post, eu espero para lê-lo por aqui, se não vou atrás ver o que há por ai sobre a Force India e a Copersucar...

Daniel Médici disse...

Estranho, eu era muito crítico ao Schumacher, ou digamos, ao 'primeiro Schumacher' - ou ainda, àqueles que insistiam em tratá-lo como um semideus. Agora que muitos reivindicam sua aposentadoria definitiva, entendo e aceito sua paixão em correr, em desenvolver um carro, em suma, em simplesmente fazer o que gosta, mesmo que tenha que suportar a dor de não ser mais o melhor. Se ele se sentia desocupado demais em casa, por que não voltar à F1?

Uma questão totalmente diferente é a dos executivos de terno e gravata em Stuttgart considerarem que pagar um cachê absurdo para Schumacher vale a pena pelo retorno de imagem, ou se é melhor colocar no cockpit alguém mais produtivo, e que custe menos.

Gustavo Perim disse...

Ico, uma questão que me veio agora à cabeça:
Antes diziam que o Schumacher era um dos melhores acertadores de carro, senão o melhor, o próprio Barrichello disse ter aprendido muito com ele... Diante da dificuldade entfrentada pelo Schummi hoje, não é de se desconfiar que na verdade não era bem ele que acertava os carros na Ferrari ? Ou então ele só dava uma afinadinha no que faziam especialmente para ele ?
Sou fã do Rubinho desde 1993, desde a época das propagandas da Arisco e Perdigão, rsss, mas sou livre de rancores e sempre respeitei o Michael como um grandissíssimo piloto, e hoje o admiro pelos mesmos motivos que admiro o Barrichello: a garra, a determinação e a paixão pelo automobilismo. Gostaria muito que ambos continuassem na F1 por mais uns bons anos.

Anônimo disse...

Só que Brawn do meio da temporada em diante já não era o melhor carro e sim a Red Bull.
Além disso eles ficaram praticamente 01 ano desenvolvendo o carro em 2008.