Foi um momento bonito, emocional. A Ferrari quebrou o jejum de 30 corridas sem marcar uma pole-position justamente em Monza, onde uma “rossa” na primeira colocação é motivo mais do que suficiente para as sempre lotadas arquibancadas explodirem em júbilo. Quem já esteve em Interlagos durante a conquista de uma pole por um piloto brasileiro sabe que é uma vibração que arrepia pela intensidade. O que eu vi hoje em Monza foi a mesma coisa.
O clima de festa dos tifosi, que abriram bandeiras gigantes em formato de coração com o escudo da equipe, contagiou a Luca di Montezemolo, que escalou o alambrado do pitwall para vibrar com o público, como se fosse ele próprio quem estivesse ao volante do carro de número 8 que se classificou em primeiro.
Mas não, era Fernando Alonso. Que sorriu e cerrou os punhos com sua primeira pole-position vestido de vermelho. Mas foi uma emoção contida, pois o pensamento dele já estava na corrida de amanhã. Apenas os 25 pontos da vitória vão servir para aplacar o apetite do espanhol. Ainda mais num sábado em que os dois ponteiros da tabela se classificaram mais atrás.
Alonso tem a seu lado Jenson Button, um adversário de respeito mas que sempre costumou usar mais o cérebro do que o coração numa disputa de posição; e o companheiro Felipe Massa logo atrás, alguém que vai tomar o maior cuidado do mundo com ele na largada, ainda mais em Monza, descontentamentos pós-Hockenheim à parte. Assim, o caminho para o sucesso está traçado, e ele vai do apagar das luzes até a saída da primeira chicane, ainda na primeira volta.
“Vai ser uma corrida interessante. A primeira curva será um ponto quase definitivo. Não haverá muitas ultrapassagens e não há muito o que inventar em termos de estratégia. Vou defender essa primeira posição com unhas e dentes”, receitou o espanhol.
Monza costuma ser um teste duro para o equipamento, com freios sendo muito exigidos e os motores sofrendo um alto nível se stress. Mas, fora as possibilidades de quebra, não é uma pista que ofereceu muitas disputas nas suas últimas edições. Com a Red Bull com um motor menos potente e Lewis Hamilton prejudicado pela decisão equivocada de correr sem o duto de ar, a briga pela vitória tende a ficar entre Alonso e Button – o quinto e o quarto colocados na tabela.
Melhor para o Mundial, que tende a manter uma multiplicidade de candidatos ao título por muito mais tempo, ao contrário do que alguns pensavam após a última prova, o GP da Bélgica.
(Foto Luis Fernando Ramos)
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3 comentários:
"Não haverá muitas ultrapassagens"?? Acho que vi corridas de outro circuito em Monza, então...
Tá bom, essa pole position do Alonso dever ter sido um armação da "scuderia"para lotar o autódromo.
Não acredito em nada mais na F1.
Vc acha que Massa vai ter coragem de disputar a posição com o espanhol se ele conseguir ultrapassar Button?
Acho que o Button funga no cangote do Alonso a corrida inteira. Só que chegando próximo ao final os pneus do Button vão estar melhores e mais cedo mais tarde o Alonso dá mais uma c*, digo Alonsada.
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