Foi Fernando Alonso o vencedor do GP de Cingapura, mas Sebastian Vettel também fez uma celebração bem positiva com sua equipe pelo rádio depois de terminar a corrida em segundo lugar, a menos de três décimos de segundo do espanhol da Ferrari:
“Excelente trabalho, rapazes! Não se preocupem, a gente ainda pega eles”, prometeu o alemão da Red Bull, exagerando na auto-confiança.
Foi curioso acompanhar a tranquilidade de Vettel ao longo do último final de semana. Afinal, há exatos 31 dias ele deixava o circuito de Spa-Francorchamps com o apelido de “crash kid”, dado por Martin Whitmarsh depois dele tirar Jenson Button daquela corrida com uma desastrada manobra de ultrapassagem.
Mas o garoto-enxaqueca da Fórmula 1 parece possuir uma fé inabalável nas suas habilidades o que, aliás, é um ingrediente indispensável na receita que faz um campeão do mundo. Em Monza, nem subiu ao pódio mas ficou satisfeito em chegar duas posições à frente do companheiro Mark Webber. E em Cingapura fez com que seu sorriso imberbe brilhasse mais que os refletores ao superar o australiano com clareza durante todo o final de semana.
“O campeonato segue em aberto. Eu e Mark combinamos uma abordagem profissional até o final do ano. Vamos ver quem é o melhor”, explicou Vettel.
A importância que a dupla dá para o duelo interno só pode ser explicada na aposta em uma total superioridade do RB6 sobre o carro dos concorrentes até o final do ano. Em Suzuka todos apostam num passeio do time. E Vettel ganhou lá em 2009 com facilidade. Se repetir o feito em duas semanas, terá descontado de uma só vez os sete pontos que demorou duas corridas para tirar de Webber, mesmo que o australiano termine em segundo.
Mas caso termine atrás, resta saber se vai fechar a cara e reassumir o papel de garoto-enxaqueca. Se isso acontecer, será o golpe que Fernando Alonso está esperando para eliminar mais um dos candidatos ao título. Vettel pode até ser mais veloz, mas o espanhol teme mais ainda a força mental de Webber.
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A pole conquistada no sábado em Cingapura por Alonso foi a chave para sua segunda vitória consecutiva e o espanhol sabe disso, mas até ele se surpreendeu com ela. Num bolão feito entre vários personagens do paddock para adivinhar o grid, ele se colocou em 3º, atrás da dupla da Red Bull. Certamente foi uma aposta que ele perdeu com prazer.
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A etapa de Cingapura já conquistou um espaço importante na Fórmula 1. O esforço dos organizadores não se resume a fazer uma prova noturna: a idéia de juntar uma corrida com grandes nomes da música veio deles. Bernie Ecclestone adorou tudo e já estuda ampliar o contrato da prova, que termina em 2012, por mais vinte anos até 2032.
(Coluna publicada na edição de hoje do Diário Lance!)
(Foto Luis Fernando Ramos)
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3 comentários:
Olá Ico.
Gostei de ouvir o Credencial, muito bom e tá com o "gogó" bom não?? Tanto tempo sem gagejar ou uma tossinha...
Ah, sim, quanto à minha idade, por ter falado do campeonato de 1959 é porque sempre estou a ler histórias de provas e temporadas não só da f-1 como de todas as principais categorias do automobilismo mundial (canam, mundial marcas, cart, etc.)...hahah...
Um grande abraço,
Da última vez em que disse algo semelhante no rádio, Vettel deu vexame. Espero que não volte a acontecer.
O Marc Gené falou durante a transmissão da TV espanhola que Cingapura era o último circuito em que a Ferrari imaginava poder lutar com a Red Bull pela vitória em condições normais. O Vettel deve saber disso também. Por outro lado, se eles tiveram o melhor carro o ano todo e não transformaram isso em pontos, nada impede que se percam pelo caminho.
Julianne
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