As unidades podem voltar a ser turbo, com 4 cilindros e 1,6 litro de volume. A potência gerada seria de 650 cavalos, mas o botão do KERS garantia 150 cavalos a mais durante 30 segundos. Parece muito para o atual estágio de desenvolvimento do dispositivo, mas é bom nunca duvidar da capacidade destes engenheiros da Fórmula 1.
Mas o ponto mais polêmico está no pacote aerodinâmico. Ao contrário da tendência atual, que proibiu o difusor de fundo duplo para o ano que vem, a idéia é gerar quase a totalidade da pressão aerodinâmica de um carro nesta peça. Seria algo muito parecido ao efeito-solo do final dos anos 70, início dos anos 80. Uma mudança que demandaria o reforço das estruturas dianteiras e laterais dos bólidos em nome da segurança. E mudaria bastante seu aspecto, já que toda a caixa lateral que inclui os radiadores seria colocada muito mais próxima da suspensão dianteira.
Ainda são idéias que estão sendo discutidas e amadurecidas para uma F-1 que ainda vai passar pela guerra de um novo Pacto da Concórdia. Mas é sempre bom sabermos em que direção anda o pensamento de quem ajuda a fazer as regras do jogo. Apesar de um grande fã dos “anos da minissaia”, sou a princípio contra o retorno do efeito-solo ou algo do gênero. Para mim, a aderência mecânica deveria prevalecer em relação a aerodinâmica para permitir mais chances de ultrapassagens.
(Foto Lotus Racing)
21 comentários:
Ico, mas até onde pude ler lá no fórum do F1Technical.net (muito bom, por sinal), a idéia é que o difusor/assoalho é menos sensível à turbulência que as a asas, mas gerando às vezes até mais downforce (no caso do efeito solo).
Aliás, acho que vai ter revisão dos pneus também, não?
Lauro, é isso mesmo. A idéia de voltar com o efeito solo é justamente esta. Tornar os carros menos dependentes de asas.
A grande sacada é que no efeito venturi (efeito solo), existe uma determinada quantidade de ar passando por baixo do carro. Quando o fundo do carro não é plano, repentinamente a área aumenta (onde começa o efeito solo), o ar já não consegue mais preencher todo este espaço, então o vácuo criado por esta área tende a "chupar" o carro para baixo, e é isso que gera a aderência. então, quanto mais rápido, menos asa precisa-se, e mais aderência há.
Procurem no youtube por "glentlemen, lift your skirts" é um documentário de 1981 quando a fia resolveu acabar com a festa do efeito venturi removendo as saias laterais dos carros. Entrava ar pelas laterais para preencher aquele espaço do efeito, e diminuia o vácuo lá dentro. Diminuindo o váculo, diminui-se a aderência.
Contudo, me ocorreu uma coisa agora. Isso só funciona bem em altas velocidades. Pistas Tilkeanas não tem curvas de alta velocidade. Putz.
"Contudo, me ocorreu uma coisa agora. Isso só funciona bem em altas velocidades. Pistas Tilkeanas não tem curvas de alta velocidade."
Um ótimo argumento para abandoná-los, não?
Eu sei, não fariam isso nem a pau... mas não custa sonhar...
Caro Ico,
Se meus cáculos não estiverem errados, tirar 150 cv (112 kW) por 30 egundos do KERS não me parece um desafio tão grande e digo isso por três motivos.
Primeiro pela potência, afinal um motor elétrico de alta voltagem produz isso fácil e com pouco volume e peso. Segundo, a energia necessária para esses 30s seria em torno de 1 kWh, o que se consegue com uns 10 Kg em bateria de lítio (tipo as de celular) e para finalizar, a produção de energia possível de gerar durante as freadas em uma volta é certamente muito maior que essa.
Atte.
Natal.
A idéia de se utilizar o conceito de efeito solo, na minha opinião é o ideal. O maior problema hoje é o fluxo de ar turbulento que diminui a eficiência aerodinâmica de quem vem atrás, nesse novo conceito , com a remoção das asas o fluxo de ar ficaria limpo e eliminaria esse problema, sem eliminar a aerodinâmica da fórmula 1.
Ico e demais leitores,
Permitam um pequeno parêntesis pra comentar não o assunto em si, mas a magnífica foto que ilustra o post...
Andretti, Lauda, Patrese, Watson, Scheckter (de Wolf, lá no cantinho...), Laffitte, Hunt, Jabouille, Depailler... até o Emerson com o Copersucar nº 14...
...
Pronto! Já voltei da "viagem". É hora de fechar o parêntesis! :O)
Já tinha ate esquecido como esses carros eram lindos.A Lotus e essa Brabham,eram carros de tirar o folego de tão belos.
Motor 1.6 de 4 cilindros?!?!!? Vou mandar colocar um turbo na Spacefox lá de casa e correr na F1 também!!!!
650 cavalos para uma categoria que já teve baratas empurradas por uma cavalaria de até mil cavalos é muito tirste....
Pelo que dizem, a adoção do efeito solo tornaria os carros menos sensíveis à turbulência, o que por si só já seria benéfico às disputas e ultrapassagens. Por outro lado, também se prevê pneus e rodas maiores, o que aumentaria a aderência mecânica e também seria benéfico para a ação nas pistas. Eu não gostei dos motores, acho 650hp pouco para a F1 e também acho que eles continuam muito restritos/amarrados.
De forma geral, é um pacote promissor. Agurdo ansiosamente.
Um detalhe do efeito-solo era o risco repentino de perda de controle - ondulações, por exemplo, vistas em Cingapura e outros circuitos. Quanto ao motor Turbo 1.6, no fim dos anos 80 eram Turbo 1.5 com 1500hp, potência específica nunca foi problema na F1. E, pra finalizar, quanto a potência (ou falta dela), a Caterham - fabricante de Lotus Seven atualizados - não conseguiu homologar um R500 para as 24h de Nurburging com nem 200hp num 1.8... Motivo? "Too fast to race", é mole?
Obs: Ico, seu blog é fera demais, keep up the good work!
é um pacote promissor,mas já citado tb, na quantidade de circuitos tilkeados que se faz 70 das curvas terceira marcha, isso não me parece de muita utilidade...
O que faz os carros tao sensiveis sao as infinitas horas de galleria do vento que conseguem encontrar toneladas de carga aerodinâmica apenas mudando de milimetros a forma do carro...
mas por ser coisa de milimetros esta tonelada some de repente apenas o fluxo de ar não é o ideal uniforme que se tem no tunel ou "de cara pro vento".
Acho que Os carros dos anos 80 não eram tão sensiveis não por serem wing car, mas pelo fato de serem desenhados no papel baseando-se apenas no principio de venturi e muitas aproximações, construidos dobrando e parafusando aluminio manualmente e enfim regulados com a chave de fenda do mecanico e a sensibilidade do piloto.
se voltasse agora a wing car mas continuasse sendo desenhada usando horas e horas de test en tunel de vento com velocimetros laser, balanças hipersensiveis e construindo o carro com maquinas a controlo numperico ....
então seria tão sensivel quanto os carros de hoje.
infelizmente...
Eugenio
Para mim, a aderência mecânica deveria prevalecer em relação a aerodinâmica para permitir mais chances de ultrapassagens.
Mas será que só os grandes engenheiros da Fórmula 1 não veem isso?
Acho que o bom senso a que eu me referi num comentário da pista de Austin finalmente se fez presente na cabeça dos técnicos que estão bolando a F1 de 2013.
O efeito-solo saiu da F1 em 1983, mas esteve SEMPRE presente em outras categorias. Basta ver a GP2: os chassis de GP2 são "semi-asa", com um perfil que começa um pouco atrás dos radiadores. Os protótipos de Marcas eram assim até 1993, a CART foi sempre assim, a Indy é assim e vai continuar a ser com o chassi padrão de 2012.
A grande diferença para o que havia no início dos anos 80 é a ausência das minissaias, que selavam o fundo do carro e aumentavam muito o efeito da asa invertida. Eram também um elemento perigoso _bastava uma quebrar e o carro se desestabilizava instantâneamente, com o centro de pressão "chicoteando" ao longo do chassi. A tecnologia atual de fibra de carbono permite carros muito mais seguros e estáveis.
Para mim, como fanático por mecânica e inovação, o ideal é sempre a liberação total das regras e a restrição ser apenas de consumo e segurança. Mas...
No caso atual da F1, acho boa essa idéia de banir as asas, mas devemos lembrar dos perigos do efeito solo em categorias com rodas expostas. Lembram o acidente do Gilles Villeneuve?
Por isso acho que essa medida poderia vir com a cobertura das rodas, tipos os protótipos da Lemans Series. Isso permitiria ainda que pequenos esbarrões danificassem o carro nem fizesse as rodas se enroscarem, permitindo mais ousadia nas ultrapassagens
Faltou o "não" na frase " Isso permitiria ainda que pequenos esbarrões NÃO danificassem o carro nem fizesse as rodas se enroscarem, permitindo mais ousadia nas ultrapassagens"
"Isso permitiria ainda que pequenos esbarrões NÃO danificassem o carro nem fizesse as rodas se enroscarem, permitindo mais ousadia nas ultrapassagens"
com isso realmente não concordo... se ainda assisto F1 é mesmo porque pequenos esbarroes SIM danificam o carro... tirar isso não facilitaria a ultapassgem, apenas facilita a malandragem!
acho insuportavel aquelas categorias como stock onde é só apoiar o carro no momento certo e o da frente vai na brita enquanto o de tras ganha a corrida...
Eugenio
Quando li: volta ao passado.
Imaginei que ficariamos livres de tudo que é tipo de penduricalho aerodinâmico, tanto em baixo quando em cima dos carros.
Mas pelo jeito não é desta vez...
O grande, maior e insolúvel problema dos carros-asa era que quando a mini-saia levantava (acabando com a pressão baixa sob o carro), a barata simplesmente decolava, quase sempre chapando o muro a 300 por hora.
O que a gente perdeu de piloto por causa disso é brincadeira...
O Colin (sempre ele!!!) até tentou uma "saia curva" no Lotus 80, que permitiria eliminar totalmente os aerofólios "externos". Mas justamente por causa da curva, a saia não se movimentava de maneira adequada.
A Arrows também andou andando com um carro "sem aerofólios", muito lindão também, mas igualmente com problemas nas mini-saias...
Com esses Tilkódromos não acredito que vai mudar muita coisa. Continuo achando que o "X" da questão são realmente os circuitos.
Vai ficar parecido com os Dallara da Indy, as asas não são as únicas responsáveis pelo downforce do carro, mas vamos ver no que vai dar, da cabeça destes caras pode sair qualquer coisa.
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