O título de Sebastian Vettel neste ano e do Lewis Hamilton em 2008 têm mais em comum além do fato de terem feito dos dois talentos os mais jovens campeões na história da Fórmula 1. Eles apontam que o caminho a ser seguido para os aspirantes ao sucesso é fazer parte de um programa de jovens pilotos.
Afinal Hamilton e Vettel são apoiados por McLaren e Red Bull, respectivamente, desde os tempos do kart. De certa forma, é um cenário que se repete no futebol. Lionel Messi foi parar no Barcelona aos 13 anos de idade, onde teve seu físico e talento lapidado num dos clubes de maior estrutura do planeta. Quando estreou no time profissional, já era um craque num time de craques.
Mas é ilusório pensar que a ajuda desde o berço torna as coisas mais fáceis para os jovens volantes. Se dinheiro não falta, a pressão para corresponder nas pistas ao investimento é muito maior. Hamilton e Vettel tiveram de enfileirar uma série de títulos para irem galgando a escada rumo à Fórmula 1. Um ano ruim bastaria para que eles voltassem ao anonimato de milhares de aspirantes ao sucesso.
O caso do alemão, aliás, é o primeiro de sucesso do programa de jovens pilotos da Red Bull, o mais antigo que se tem notícia. Antes dele, a marca levou Enrique Bernoldi, Vitantonio Liuzzi, Christian Klien e Scott Speed para a categoria. Nenhum chegou perto de se estabelecer como piloto de ponta.
O que fez a diferença, no caso de Vettel, foi puramente o piloto, não as oportunidades que lhe foram dadas. É o que disse o homem que comanda o projeto da Red Bull, o austríaco Helmut Marko, em uma entrevista para o semanário alemão “Motorsport Aktuell”:
- Estes jovens valores precisam apenas de um pouco de orientação. Sebastian é um alemão disciplinado que sabe exatamente o que fazer para ter sucesso. Com pilotos de outros países, tive experiências bem diferentes - falou Marko, se recusando a citar nomes.
É uma verdade tão forte que chega a ser um clichê: sem trabalho, não há talento que resolva.
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O trabalho metódico de Sebastian Vettel não transparece na pilotagem, mas nos detalhes. Na decisão em Abu Dhabi, o procurou um engenheiro da Bridgestone para debater sobre o uso dos pneus na pista. No domingo, já no grid, recebeu do mesmo a recomendação de poupar a borracha no início. Foi o que fez a diferença para prolongar seu stint e voltar da parada na liderança.
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O ciclo não pára. A Red Bull já tem outro nome na mão para apostar no futuro. O australiano Daniel Ricciardo dominou os testes dos novatos em Abu Dhabi. Tudo bem que estava no melhor carro, mas os tempos obtidos empolgaram a direção da equipe. Já surge até mesmo a discussão se ele não seria colocado na F-1 já em 2011. A dupla da Toro Rosso, Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, deve estar perdendo o sono. Mesmo que iniciem o ano, terão de mostrar serviço para terminá-lo.
(Coluna publicada na edição de hoje do Diário Lance! - Foto Reprodução Internet)
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6 comentários:
Vettel eh um fenomeno, disso nao ha duvida.
Mas ele foi campeao, porque tinha um carro extremamente veloz.
O carro eh tao bom que ate o desacreditado Webber dominou o campeonato por um periodo.
Agora dizer que os outros nao foram disciplinados ou algo assim e ate desmerece-los, pois nao tinham equipamento para isso.
Helmut falar que Vettel nao foi campeao pelas oportunidades que lhe foram dadas parece um pouco ingenuo, num ano que foi claramente a favor de Vettel.
Adalberto, sua análise do valor do carro na performance do piloto procede qto a 2010. Mas e 2007, 2008? Enquanto a molecada do programa da Red Bull penava para acompanhar os companheiros de equipe, o Vettel conseguiu um quarto lugar na China e venceu o GP da Itália. Nessa perspectiva, a análise do Marko me parece bem correta.
Abs!
Interessante... Mas existem mais deste tipo de piloto nos "berços" ou estes são frutos raros?
E que escolha para o vitrola heim?
Diz a história que foi um disco de parto muito difícil. Paul escolheu Lagos, na Nigéria para gravar o LP, fugindo dos impostos.
Ao desembarcarem foram roubados e o equipamento teve de ser todo refeito.
Paul teve um principio de infarte até.
Mas o resultado é um disco sublime.
Minha proferida é Let me roll it, com sua base calminha e um riff de guitarra completamente chapado.
Groo, se a gente pensar por alto, dois que estão entrando na F-1 são parte de um programa de talentos: Maldonado (bancado por Chávez-PDVSA junto de Rodolfo González) e Perez (bancado pela Telmex, junto de Estebán Gutierrez e Pablo Lopez). Mas nestes casos não foi uma sucessão de títulos nas categorias de base que os levou para a F-1, mas mais o desejo dos próprios patrocinadores de colocarem suas marcas nela.
Sobre o Band On The Run: demais! É a edição especial recém-lançada. Escute as faixas depois do disco "normal", tem várias entrevistas contando os contratempos das gravações.
Abs!
Ainda acho xenofobo esse comentario do Marko. Pode ate ser que alguns dos pilotos com os quais ele lidou nao tenham tido disciplina. Mas dizer que isso e por que eles nao eram alemaes e o Vettel e e terrivel. E o Alonso? E o Senna? Esses dois nao so excecoes por sinal, apenas extremos.
Ico, so que eh nitido que Vettel sempre teve preferencia dentro da Red Bull, isso ficou explicito em Silverstone. Vettel so nao dominou o campeonato junto de Webber nos sabemos o porque.
Mas anyway, Vettel eh um fenomeno, esta entre meus 3 favoritos, ao lado de Hamilton e do numero 1 pra mim, Kobayashi.
Minha analise foi somente pelo comentario de HM.
Grande abraco.
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