Uma antiga tradição da Fórmula 1 será quebrada em 2011. O indefectível boné vermelho de Niki Lauda não será mais visto no paddock nesta temporada. Em sua busca por um patrocinador pessoal, o tricampeão encontrou uma empresa que preferiu a cor azul escuro - e ele já estreou a novidade nas suas aparições em eventos sociais na Europa.
Há anos que o austríaco une o útil ao agradável usando um boné para esconder os efeitos do acidente horrível que sofreu em Nürburgring em 1976 e aproveitando para ganhar um dinheirinho (curiosamente, o primeiro modelo que ele usou era justamente na cor azul). Eventualmente, ele até “tira o boné” para alguém durante os seus comentários na TV alemã - o fez para Sebastian Vettel depois da conquista do título em Abu Dhabi -, o que gera uma cena engraçada e insólita.
Só é uma pena que essa simpatia fique reservada apenas para quando as câmeras de tevê estão por perto para mostrar o logotipo do seu patrocinador. No contato direto, infelizmente ele demonstra uma leve arrogância, típica de quem foi criado no berço de ouro da classe alta vienense. Talvez seja apenas o pragmatismo de quem é viciado em trabalho e pensa em retorno financeiro o tempo todo. Independente da cor do boné. Numa nota positiva, é com essas características que ele consegue manter em funcionamento uma boa linha aérea, a Fly Niki, num ambiente infestado de cobras e lobbystas. Lições que deve ter aprendido no paddock da F-1.
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6 comentários:
O mais curioso, e maldoso claro... É ver que ele ainda consegue patrocínio, quando um monte de piloto ai não.
Ele devia ministrar palestras.
Caramba! Na TV ele parece um tio simpático, natural e espontâneo.
Concordo com o Joniel. A imagem que eu tinha dele era bem simpática.
Mas lendo a revista placar lá de 1984 (é, sou rato de sebo, e daí?) li várias vezes sobre essa faceta do tricampeão. Inclusive uma entrevista que ele concedeu a um jornalista austríaco próximo a ele. Se nesta entrevista, que foi dada a um amigo, ele já demonstrou ser bastante arrogante, imagina aos outros...
Apesar disso eu admirei o piloto mais ainda depois de ler o artigo. A despeito das grosserias ele mostrou sua personalidade e paixão pelo esporte expondo sua obsessão em vencer o Prost naquele campeonato. Querendo ou não, acho que arrogância é uma característica necessária para ser um bom piloto, é só conferir a lista de campeões.
Legal esse insight Onyas! Por pura curiosidade: se vc tiver esse material aí, quem era o jornalista austríaco que o Lauda deu a entrevista?
Abs!
Ico
Putz! Agora só final de semana. Vou ter que procurar a revista. Lembrei da reportagem e deu vontade de ler de novo.
Sábado dou uma resposta.
Aliás, a Placar era bem melhor naquela época. Falava de todos os esportes.
O destaque maior era o futebol, claro. Mas cheguei a ver reportagens sobre F1 com direito a 8 páginas e belas fotos.
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