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quinta-feira, 25 de março de 2010

MELBOURNE, ÚNICA

A discussão sobre a monotonia na Fórmula 1 acabou ficando em segundo plano, ofuscada pelo charme incrível da cidade de Melbourne. “Se é a primeira ou a segunda corrida do ano, tanto faz. O que importa é que estamos aqui”, me disse hoje o italiano Jarno Trulli. É um sentimento compartilhado por todo o paddock. Desde a minha primeira visita aqui, tornou-se uma das minhas coberturas favoritas. E explico os motivos. Amo muito tudo isso porque...

... a paixão dos torcedores é digna do tamanho da Fórmula 1. Desde a quarta-feira, uma multidão se forma diante de uma divisória perto de onde os pilotos chegam à pista. A abordagem é calorosa, repleta de frases de incentivo enquanto os astros caminham assinando as folhas de papéis. E o interesse se estende até aos personagens menos usuais, como Adrian Newey, que curtiu o assédio com um sorriso britanicamente discreto, mas absolutamente sincero.

... mesmo que se tenha repetido à exaustão que os australianos são um povo hospitaleiro e extremamente amigável, isso jamais será um clichê. A impressão que eu tenho é que como o país é longe de tudo e os visitantes são raros, o estrangeiro é recebido sempre com alegria e interesse. E o fato de ser um país de imigrantes reforça o clima de que você está em casa, não importa de onde você seja.

... nãonada como encerrar um árduo dia de trabalho com um suculento steak grelhado acompanhado de uma boa cerveja local, no melhor estilo da cozinha australiana. Se o restaurante for no passeio em frente ao rio e com vista para o centro comercial da cidada à noite, ainda melhor.

... a cada ano se renova a expectativa de chegar ao miolo do Albert Park e ver quais jóia estarão expostas no gramado perto do paddock. Neste ano, até a máquina do tempo do filme “De Volta para o Futuro” está aqui.

... também existe a expectativa de que sorte encontrar no verdo dos feltros das mesas de pôquer no cassino Crown, numa brincadeira divertida que une numa mesma disputa os tipos locais e os personagens da Fórmula 1, incluindo diversos pilotos.

... as categorias que fazem parte do programa do final de semana são uma adorável variante do pacote usual. Desde quinta-feira, a rotina do paddock é quebrada pela rouquidão dos V8 Supercars, pela beleza intocável dos F-5000 ou por um belo desfile de máquinas históricas, misturando marcas e estilos como um Maserati 250F, uma Bugatti T35, uma Ferrari 250 GT ou uma Lancia Stratos – tudo ao mesmo tempo na pista!

... o
clima é ideal, sem o calor extremo (seco) do Bahrein e (úmido) da Malásia, ou o cortante frio de lugares como Silverstone e Nürburgring.

... quando o sol se põe às margens do rio Yarra, é dada a senha para uma indispensável pausa na correria do trabalho para admirar um dos visuais mais bonitos da temporada.

Ah!
Importante: o contrato com a organização do GP da Austrália foi renovado neste ano e vai até 2015. Se os governantes locais e Bernie Ecclestone quiserem, podem até achar um outro local para a prova. Mas seria um final trágico para um bonito caso de amor entre a Fórmula 1 e a cidade de Melbourne.

quinta-feira, 26 de março de 2009

FOTOS (E FATO) DO DIA – FÓRMULA 5000

Num dia confuso para a Fórmula 1, com protestos e promessas de batalhas jurídicas que devem arrastar a confirmação dos resultados das primeiras corridas, nada melhor do que a mensagem contida na imagem acima.

Três mecânicos do MP4/24 observam com respeito e admiração o trabalho feito no McLaren M10B, que participou hoje de uma corrida de F-5000 hoje no Albert Park. O ronco rouquíssimo dos potentes motores de cinco litros soou como um protesto contra uma categoria que parece definitivamente ter perdido seu foco esportivo. Às vésperas de começar um Mundial que prometia surpresas e reviravoltas na pista, estamos aqui reportando sobre a burocracia contida nos boletins oficiais da FIA sobre uma peça de função aerodinâmica – e, para mim, a entidade é a única culpada pela bagunça por não esclarecer com antecedência um assunto potencialmente polêmico.

Pelo menos, os carros do passado nos servem para lembrar de uma época na qual o princípio deles era predominantemente mecânico. Sem sacanagem, fizeram valer a viagem.